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segunda-feira, 22 de junho de 2009

Carta para Marta Medeiros



"Com base nos textos trabalhados em sala, de autoria de Lya Luft e Marta Medeiros, escreva uma carta argumentativa, endereçada a uma das autoras acima referidas, respondendo à seguinte questão: "Você tem fome de quê?" Um dos argumentos deverá, obrigatoriamente, apoiar-se em uma idéia da autora a quem você não está se dirigindo, citando-lhe o nome. Sua redação será construída em estrutura de 4 ou 5 parágrafos. Faça uso do tratamento "a senhora", bem como do registro da língua padrão. Utilize caneta preta ou azul."

Rio de Janeiro, 01 de junho de 2009

Senhora Marta Medeiros:
Eu, pequena admiradora dos seus textos, venho por meio desta carta explicitar minha fome. Suas palavras foram bombas calóricas que me energizaram para falar, desconsiderando a balança do coração e os centímetros a mais na cintura da consciência. Hoje está chovendo aqui na Tijuca, e a água, ao invés de disfarçar a fome, deixá-la para mais tarde, faz meu estômago querer me engolir.
A paixão não é vermelha. Paixão é branca, e quando decomposta, reflete as sete cores. Eu tenho fome de paixão, fome de cores e de vida. A gravidade evidencia o peso do meu corpo, mesmo corpo que era leve e colorido, e que agora mendiga as migalhas de alguém que ignora seu estado morimbundo.
"Fome de confiança: ah, essa não dá para esquecer.", disse Lya Luft. A cura para minha fome está na autotrofização do meu ser, na minha autoprodução de felicidade e aconchego, na confiança em quem nunca me abandonou, ou mentiu: eu mesma. Sei que tenho que me alimentar, mas faltam-me forçar para levantar o garfo.
"A fome é mais violenta do que o desejo.", não me restam dúvidas. Mesmo querendo ficar, mesmo desejando desejar modernamente, minha fome todo dia grita que não nasci para isso. Tenho dois olhos, um nariz, uma boca e sou considerada perfeitamente inteira. Por que viver então com o coração aos pedacinhos? Vago pelas ruas tentando esquecer o farto banquete e procurando qualquer média requentada.
Reclamo da fome mesmo sem nunca ter conseguido ficar plenamente satisfeita com a saciedade. Fome de vencer, fome de ligações, fome de carinho, fome de presença, fome de consideração, fome de paixão. A vontade de comer cores, vida é o que nunca deixa a acomodação chegar e nos faz levntar da cama todos os dias.

Atenciosamente,
CBN



Beijocas :*

domingo, 14 de junho de 2009

Não diz nada

Não diz para mim que você pensa em mim, não diz para mim que você pensa no meu futuro. Tem gente demais já cuidando disso. Até demais. Não diz para mim que você vai embora, que é melhor, que eu vou ficar melhor. Você não vê que eu não quero ficar melhor? Que eu não consigo acreditar que exista algo melhor do que aquele seu abraço até estalar todos os meus ossinhos, do que o seu cheirinho escondido em uma dobrinha do seu pescoço, e do que a sua bochechinha molenguinha? Eu preciso muito de você, nem que seja de vez em quando, nem que seja te dividindo em mil pedacinhos tão meus para mil outras meninas. Não diz que é injusto. Injusto é esse buraco no meio do peito, é o meu coração pequenininho, é essa vontade de ficar em algum lugar bem escuro e quentinho e chorar toda essa vontade louca, forte e dolorida de ficar ao seu lado. Não diz que você evita me ver, por favor. Eu juro que eu fico paradinha, não faço nenhum barulho, mas deixa eu ficar aqui, olhando para você, me devolve aquele sorriso bobo, sem motivo que a sua vinda sempre trouxe. Não faz isso comigo. Não arranca assim, de uma vez só, algo que já é tão meu, algo que já está entranhado em mim. Cumpre o que você me prometeu três vezes. Pede para sair comigo, pede! Eu juro que nem charme vou fazer, deixo até pré avisado que aceito. Eu sempre aceitei, eu sempre vou aceitar. Fica aqui só um pouquinho. Faz meu cabelo deslizar por entre seus dedos, me abraça por trás e me desarma quando a minha vontade é tacar seu celular na parede e impedir que todos os seus amigos te achem, tira esse meu medo de dormir e sonhar com você, sabendo que ao acordar eu vou estar sozinha e encolhidinha. Não diz que você não sabe. Volta para mim, nem que seja uma vez por semana, uma vez por quinzena, uma vez por mês. Não faz eu ter que seguir em frente com toda essa tristeza aqui dentro, não faz eu ter que ignorar o meu coração murchinho, não faz eu ter que sorrir sem vontade, não faz o sol nascer e se pôr sem você, não me deixa com medo de me magoar, não deixa outra pessoa deslizar os dedos por entre meus cabelos, não deixa outra pessoa estalar os meus ossinhos. Não deixa me levarem, me deixa ficar aqui. Deixa! Não diz nada. Só diz que sim, diz que você vai voltar para mim, nem que seja de vez em quando. Nem que seja muito de vez em quando.

=/


Beijocas :*