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sábado, 13 de março de 2010

(In)suportável

Fixou os olhos em um ponto qualquer e manteve-se estática, sem forças ou coragem de olhar se quer para o lado. Tempo e espaço fundiram-se naquele ponto qualquer da parede rosa e ali ela ficou sem esperar nada. Esperando tudo, espero quaquer coisa sem de fato esperar algo. Da espera surgem as angústias, as frustrações. Seu corpo não era mais matéria, por alguns momentos foi absorvido pelos pensamentos. Todos a viam ali mas nas lembranças, nas perguntas sem respostas e na própria vergonha de ser quem é e de estar onde está é que ela se encontrava. E se perdia cada vez mais. Foi acostumada a levantar, a engolir o gosto amargo e pegajoso de tudo que pressionava e fazia saltar suas veias e escovar os dentes com menta para mostrar ao mundo o frescor que de fato não tinha. Ela apenas esperava. Esperava. Espera. "Tempestade um dia passa.", disse o sábio e todo vazio tinha sentido e alívio por alguns segundos. Inclinou um pouco a cabeça. Era o primeiro gesto banhado de coragem e de mudança. Fechou os olhos e perdeu-se um pouco mais, agora no escuro que dentro dela ofuscava e engolia o rosa chiclete das paredes. Aos poucos tudo começou a ganhar forma. O travesseiro era o peito, o resto não tinha importância. Não lembrou da cabeça, dos braços, das pernas e nem dos dedos. O mundo agora era só aquele travesseiro. Recostou a cabeça e levemente a mesma afundou por entre penas e plumas. Fez dali seu novo ninho. "Eu cuidaria de você em qualquer situação.", ele sussurrou com cheiro de menta. Ela segurou com força a cama para não voar e quis ser cada vez menor e vulnerável para caber, agora inteiramente, naquele peito. Beijou-o com a pureza de mãe e filho e transbordou saudade, conforto, paixão e algo que ninguém, até agora, soube dar um nome. Não por acaso o sentimento mais gostoso de todos. Tinha gosto e cheiro de menta. "Eu quero que o mundo me magoe sempre se no final for me perdendo em você que eu me encontre de novo", confessou a menina. Ele apenas sorriu e abraçou-a. Quase viraram um só. "Eu te ..", ele calou-a com os dedos. "Não fala nada. As palavras são traiçoeiras. Apenas fica paradinha. Apenas deixa eu cuidar de você como prometi e me mostra assim, o quanto nossas existência nesse mundo de insanos estão interligadas. Palavras e todo o resto são mutáveis, o que sentimos não. Ao menos enquanto durar esse momento.". Fez que sim com uma piscada doce de olhos e desligou-se de tudo que nunca tinha ligado para ela. Tudo tem a sua hora, até o adeus. Mas seu tempo, os minutos não podiam mais controlar. Colou o ouvido no travesseiro e contou os segundos a partir dos batimentos que ouvia. Tudo agora era ele. Tudo enfim tornou-se suportável.

Beijocas :*

4 comentários:

Jhenifer Pollet ♥ disse...

lindo texto.
beijos

Fernanda disse...

primeira vez que visito o blog e já estou apaixonada pelos textos *-*
Parabéns pelo blog =*

Thaty Crippa *-* disse...

Oii,adoreei o blog! to seguiindo ! me seguee tbm ? ;**

dianne mirelle disse...

muito lindo o texto, expressa fielmente momentos q passamos!!
parabéns!! =)