CLICK HERE FOR BLOGGER TEMPLATES AND MYSPACE LAYOUTS »

terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Feliz ano .. velho!

É, o ano está acabando, e usando aquela frase super clichê de todos os fins de ano: "passou tão rápido"! Diferentemente dos outros anos, eu não tenho esperanças de grande mudanças apenas porque a terra deu mais uma volta ao redor do sol. Meu romã, minhas lentilhas, minhas sete uvas e até a minha calcinha rosa (ok, eu assumo que uso calcinha rosa nos fins de ano! não me achem uma louca a procura de um namorado porque a idéia não é essa) não terão efeito algum se eu continuar com essa minha mania de adorar tudo que já foi. Continuarei vivendo o ano de 2008, ou pelo menos desejando vivê-lo. Passou, e juro que não é da boca para fora, pois pode acreditar, me doi muito dizer isso. Desde que me entendo por gente, não consigo ver nada indo embora. Não conseguia ver meus brinquedos, o que dirá pessoas. Mas sei também, que em um dia qualquer, sem maiores pretensões, me dá uma louca, uma vontade de mudar, e eu jogo tudo no lixo. Então, é isso que eu pretendo fazer, de verdade, com tudo que me impede de crescer: jogar fora. Por que não mudar algumas coisas que julgo erradas? Por que não mudar algumas atitudes? Por que não mudar? Do jeito que eu estou não dá mesmo. Mas no meio dessa vontade real de mudar, sem apenas esperar que Deus olhe por dentro do meu vestido e entenda o porque da minha calcinha cor-de-rosa, me bate um desânimo e tudo que eu consigo enxergar é o meu quarto. O meu mundinho rosa e fofinho, onde ninguém pode me atingir, onde as minhas fotos me lembram dos momentos bons que tive, onde as minhas caixinhas guardam amores que o tempo levou, onde as barbies denunciam a criança que ainda sou. É o meu mundo, mas só eu posso vê-lo, só eu posso entendê-lo. Não sei o que acontece comigo, mas eu não tenho vontade de mover uma palha para nada, ou pelo menos para aquilo que eu sei que não é importante. Aquilo que eu sei que é apenas vício. Tudo que eu quero é acordar as quatro da tarde, sair, comprar, escrever .. Tudo que quero é fazer tudo exclusivamente para meu próprio bem, justamente por estar cansada de me dar tanto para as pessoas. Não virei uma pessoa egoísta com outros, apenas quero deixar de ser egoísta comigo mesma. Tenho vontade de fazer muitas coisas, mas a preguiça fala mais alto. Cansei de dar murro em ponta de faca. Sei que sempre digo isso, mas estou apenas explicitando o que estou sentindo no momento. Deixo a vida ditar o caminho a ser seguido, de qualquer forma, é o caminho que mais cedo ou mais tarde irei tomar. Pensando bem, será que é realmente preguiça? Tenho preguiça de me foder, e quer saber? Se toda preguiça que tiver agora for assim, quero me tornar o Garfield. Não desejo que nada venha fácil, pois tudo que cai facilmente em meu poder me dá nojinho e eu não quero mais sentir nojinho da vida. Nem dos homens que realmente querem estar comigo. Quero manter minha mente ocupada com coisas que eu sei que valem a pena, porque você vai me desculpar, mas perder tantas madrugadas escrevendo textos mela cuecas para você, sem nem ao menos saber se irá ler, já encheu o saco que minhas características femininas não me permitem ter. Eu até queria ter, afinal, queria entender se realmente doi, ou se vocês apenas dão ataque de bicha quando o machucam, mas enfim, não tenho e ponto final. Paciência, infelizmente também, não foi um dom que papai do céu me deu. Sou uma pessoa estranha e acomodada em certos pontos e eu sei disso. Vivo a minha vida de seis meses, três anos, um ano atrás mesmo tendo consciência de que ela não é a mesma em muitos apectos. Tenho medo do que não conheço, mas é aí que mais uma vez você me faz viajar no tempo. Tinha esse mesmo medo exatamente a um ano atrás e olha como tantas coisas ruins mudaram. Me desacomodei e te conheci, te enxerguei. Você fez o meu ano ser um pouco mais feliz mas eu não estou afim de mais uma vez ficar contando dos nossos momentos, brigas, nem de nada de nós, portando fez meu ano ser um pouco mais feliz e fim. O que você devia saber já sabe e se ainda não sabe, por favor, aquela vez que deixou de me ver para ir ao oculista foi perda de tempo. Tinha medo de não passar de ano, mas me esforcei tanto que consegui muito mais do que esperava. Tinha medo de quando minha raiz começasse a crescer, e eu nem me importo mais de sair com o cabelo meio odulado e sem pentear agora. Tinha medo de te perder, e te perdi. Tinha medo de tantas outras coisas, e no final, com ou sem medo, o que tinha que acontecer, aconteceu. O que eu tinha que fazer, eu fiz. Tomei consciência do melhor na hora pois a situação me obrigou a vizualizar uma solução, não porque planejei com trezentos e sessenta e cinco dias de antecedência. É, amanhã entraremos em um novo ano e eu não desejo uma vida perfeita, coberta de flores e alegrias. Tudo que eu quero é estar de bem comigo mesma. Um feliz 2009 a todos, e um óculos para papai do céus diferenciar as calcinhas rosas das vermelhas! hahaha ..

Beijocas :*

domingo, 28 de dezembro de 2008

Quatro meses depois de você, eu de quatro de novo por você. Ou não.

Hoje, após exatos quatro meses do nosso término, trocamos algumas palavras. Tudo bem que não foi do jeito mais caloroso, mas se você não terminou comigo pessoalmente, não era de se estranhar que dessa vez usássemos o mesmo meio. Eu tentei ser a mais seca possível, não por você não merecer toda a felicidade do mundo, mas sim, por eu merecer também. Olha, sei que as vezes, mesmo que você não saiba, pode parecer que eu te odeio, mas é tudo fachada. Se eu ainda conseguisse ter toda aquela coragem, toda aquela esperança, toda aquela fé nos meus sonhos que eu tinha no início, pode ter certeza que essa hora estaria pulando no seu colo. Mas não, eu mudei porque você me obrigou a mudar com a mesma velocidade que me escorraçou da sua vida. As pessoas não acreditam e ouso dizer que nem você levou muito a sério, mas eu sei que o que ainda resta e o que um dia existiu por você aqui dentro, se não é o mais sincero sentimento do mundo, é o mais sincero sentimento que eu já tive. Troquei tantas coisas que eu queria tanto te dizer a tanto tempo por minha única palavra. Sem pontos, sem vírgulas, sem qualquer demonstração de afeto. Desde que você me pediu para aceitar tudo isso e me afastar de você, eu juro, é isso mesmo que eu tento a todo custo, todo dia, a todo momento, a todo instante de nostalgia dos dias mais perfeitos que eu já vivi, mas fique você sabendo que o que eu sinto não vai ser mudado somente por sua vontade. Você não pode me pedir também para deixar de gostar de você, pois se isso fosse possível dessa forma tão simples, pode ter certeza que eu mesma executaria esta tarefa. Ou melhor, esta tarefa já teria sido executada a muito tempo. Eu mereço ser feliz de novo, eu mereço estar bem de novo, não só para conhecer alguém legal, mas também por simplesmente eu merecer estar de bem comigo mesma. Confesso que o nervosismo que eu tive ao ler aquilo, foi mais ou menos como se você tivesse aqui, ao meu lado. Confesso também que olhei durante alguns segundos a sua foto e projetei na minha mente o filme de tudo que um dia nós tivemos. Lembrei que era a sua boca que eu beijava, que era no seu peito e no seu abraço o melhor lugar do mundo, lembrei que os seus braços eram os que me pegaram no colo diversas vezes, lembrei que as suas mãos foram aquelas que me puxavam quando você brigava comigo dizendo que eu não sabia atravessar uma rua direito, lembrei que o seu cabelo era aquele que eu sempre bagunçava só para deixar você irritadinho e por fim, lembrei que a sua bochechinha era minha. Era a minha bochechinha molenguinha que eu gostava tanto de morder. Senti um aperto no peito como a muito tempo não sentia por você. Hoje eu li em um textinho que mandaram para a minha mãe dizendo que a gente nunca pode desistir de quem a gente ama e eu pensei se deveria tentar reverter isso tudo. Tanto tempo já passou e isso poderia ser bom, assim como poderia ser ruim. Poderíamos tentar esquecer tudo aquilo e recomeçar do zero, como o tempo pode ter nos separado de uma forma que nem eu consigo dimensionar. Fiquei parada, sentada na beira da minha cama relendo aquilo por diversas vezes. "Nunca devemos desistir daqueles que amamos.". Não sei se te amo, mas para mim essa frase quer dizer que devemos sempre apostar naqueles que gostamos, e gostar de você eu sei que ainda gosto, e como. Será que eu deveria aproveitar um surto de fraqueza, saudades e coragem no meio da noite para te procurar? Ou deveria me trancar no quarto, forçar o sono e chorar todas aquelas vontades reprimidas simplesmente por saber que na manhã seguinte isso vai ter passado? Sempre passa e sempre volta, eu sei. Mas o que eu queria saber de verdade é se sempre que você passar você vai voltar. É estranho como as vezes a sua existência parece nem ter mais importância, mas é só aparecer algo relativo a você para eu ficar assim remexida e remexer aquilo que eu julgava já estar morto. Você não foi seco, ouso dizer novamente que foi até bem simpático. Ou forçou a simpatia, não sei. Você pareceu feliz por saber que eu não havia te esquecido, mas me pergunto se isso tudo não é um exagero meu simplesmente por ainda, mesmo que só as vezes, te desejar tanto. Respiro fundo, como se tentasse capturar a energia e a força que me falta e fecho os olhos. Espero tudo isso chegar e me balançar. Vou para o lado, vou para o outro, vou para a frente. Espero o desespero chegar e ir embora, assim como sempre faço. Abro meu olhos e continuo no mesmo quarto, na mesma cama, com a única pessoa que se mantém sempre fiel a mim, sempre ao meu lado, sempre me dizendo para "deixar para lá" mesmo sendo correr de volta para você tudo que ela mais quer: eu mesma. Tento mas não consigo conter minhas lágrimas, então olho para o céu como a muito tempo não olhava. Respiro fundo novamente, fecho e abro os meus olhos e digo a papai do céu: "Olha, coloca no meu caminho alguém tão especial quanto ele, alguém que me faça tão bem quanto ele me fez, porque sentir tantas coisas bonitas como essas que eu sinto aqui dentro e ter que ignorá-las ou simplesmente me contentar em transformá-las em textos é desperdício demais. É desperdício demais sentir tudo isso aqui dentro e não poder dar para ninguém."

Beijocas :*

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Palavras apenas, palavras pequenas

Dizem que a única forma de não se decepcionar com alguém é não esperando nada do mesmo, mas vamos ser sinceros: a gente sempre tem uma expectativa muito grande perante quem a gente gosta. É algo instintivo, invonlutário, não tem nada haver com falta de auto-realização. O fato é: decepção faz parte. As pessoas tem uma grande mania de posarem de corretas, de companheiras, de as que sabem tudo e que elas sim, tem o maiores problemas, as maiores diversões, os maiores amores e todos os outros superlativos possíveis. É assim com todo mundo. O que a gente realmente aprende com o passar do tempo, e claro, com porradas que a gente toma, não é não se importar, pois sempre doi da mesma forma. A gente aprende a calar e engolir tudo que implora para ser posto para fora. É muito difícil assumir o comportamento errado, a ausência de companherismo a quem realmente merece, a ignorância, a importância alheia, não por maldade, por natureza, e não há nada mais imbecil do que nadar com uma canoazinha contra a corrente natural. Calar economiza palavras ditas inutilmente, desgaste excessivo e irritação, portanto, ser muda na maioria das vezes faz bem. Calar não significa ausência de argumentos, de sabedoria, de razões, muito pelo contrário, só pessoas muito bem preparadas conseguem dizer o realmente básico e impactante. Calar não significa engolir sapos e sim, não transformar sapos em leões. Deixá-los apenas assim como realmente são: sapos. Leões são animais selvagens e viver com algo selvagem dentro de você significa se auto-destruir. Calar não significa permitir, entender ou concordar com o comportamento alheio, e sim, com o seu próprio. O mundo mau, diferente dos de contos de fadas, sempre existiu e cabe a nós calarmos tudo aquilo que grita dentro de nosso ser para que o eco não seja algo muito pior. Se calar por algo que sabemos que será inútil perante nossas palavras não é fácil, pois precisamos aliviar momentaneamente nossa dor, raiva e revolta. Precisamos mostrar o quanto aquilo nos incomoda e o quanto não mereciamos tal fato. Se fazer de vítima, assim como se calar, é algo instintivo, invonlutário e não tem nada haver com falta de auto-realização. Analizando friamente e generalizando todas as situações possíveis, é quase uma certeza que tudo que é realmente essencial não é fácil, portanto, deixo assim, subentendido o sentido geral do texto e chego ao fim com a teoria de sua gênese: palavras demais são sintomas de pessoas sem opiniões sólidas. Me calo por mim, me calo pela minha paz de espírito. Não por falta de vontade.

Beijos :*

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Malandro demais se atrapalha! - O que você nem merecia que eu escrevesse

"Enquanto você tá indo, eu tô vindo!". Realmente, vêm tanto que estava ali, no mesmo ponto que eu. Eu, quem você julga tão criança. "Você ainda tem muito o que aprender!". Realmente, devo ter. Não sei. A única coisa que sei é que não é você a pessoa capaz de me ensinar! Apesar de tudo, eu juro, eu continuo levando fé nas pessoas, eu ainda acredito no mundo dos meus sonhos. Perdi a conta de quantas vezes me decepcionei. Na verdade, eu sempre me decepciono pois construo em cima das pessoas expectativas sem certeza de retorno. Mas é o meu jeito, eu só consigo ser feliz assim. Meu jeito? hahaha .. Do que eu estou falando? Você não me conhece. Eu errei, eu sei que errei. Errei por querer te poupar das minhas verdades. Eu sou fresca quando o assunto é pessoas. Uma frase, uma piscada, ou um movimento errado faz o meu nojômetro subir até o nível dois mil e quinhentos e ficar a ponto de explodir, espalhando mercúrio por toda a parte. Mercúrio envenena, mercúrio mata. Peguei nojinho de muitas pessoas e muitas dessas vezes me senti culpada ao mesmo tempo pois, pensei eu, esse meu jeito masoquista, esse meu jeito de adorar uma porradinha, ainda vai me levar ao fim do poço. Te polpei por não achar justo chegar e simplesmente falar: "Oi! Olha só, me irrita você não me olhar nos olhos enquanto fala, você ter um riso mongoloide e ter alguns comportamentos imbecis! Foi uma decepção o nosso encontro! Tchau!". Que monstro sou eu! Que pessoa crítica sou eu! Só enxergo o meu umbigo, que no final das contas, nem deve ser o mais bonito. Eu sei, foi por isso que eu te poupei, mas te poupando eu não fui honesta, nem com você, nem comigo. Eu realmente achei que você sentia aquelas coisas bonitas que falava para mim. Tudo bem, eu cortava uns quarenta por cento, mas colocava a minha mão no fogo pelos sessenta restantes. Eu achei que poderia "dar tempo ao tempo" para surgir aquele tesãozinho de leve por você, só esqueci que era eu quem nunca acreditou no tesãozinho com o tempo. Eu apostei as últimas fichas do meu emocional em você, porque eu achei que poderia cuidar de mim, mas quando você deitou no meu ombro encolhidinho, eu percebi que não seria capaz. Eu queria colo e você estava praticamente no meu. Não dá, cara! Eu sou uma pessoa neurótica demais para ainda ter que suprir as suas paranóias. Você disse que foram poucas as vezes que conseguiu ficar com uma menina mais de duas vezes e isso fez doer o meu coração. Não, eu não posso! Eu tenho que tentar! Se ele é o cara que eu tanto idealizo na teoria, porque na prática eu quero um carrasco? Não, Caroline, para de ser imbecíl! Eu tentei, te juro que eu tentei, mas eu sou tão transparente que te evitava ao máximo, mesmo no fundo não querendo te evitar. Um dia, você cansou. Aleluia! Isso mesmo, me dá um pé na bunda, sai por cima! É isso que no fundo eu quero! Quero sair como a babaca, mas eu mesma não consigo fazer isso! Lembrei então que um dia você me disse que fazia tudo errado e dessa vez, infelizmente, não foi diferente. Em um misto de infantilidade, orgulho ferido e cuzãozisse, como diria o Gustavo, você deixou a sua máscara cair. Faltava tão pouco .. Custava você me enganar só por mais alguns momentos? Te idolatraria pelo resto da minha vida! Mas não, eu adoro me relacionar com homens que fazem questão de acabarem a história como os babacas, não me dando a honra de ocupar o posto que eu tanto almejo. Ô carma, hein? Tudo bem se você não acredita em mim, porque aqui dentro, está tudo nos conformes, porque quando eu deito a cabeça no meu travesseiro de flores roxinhas, os meus sonhos são mais floridos ainda. Eu sei bem quem sou. E você, quem é? Você é o menino fofinho que falava que não ficava com mais ninguém porque se sentia bem comigo, ou aquele que esfregou na minha cara o quanto ingênua eu sou por não perceber que existiam muitas outras? Você é o menino dos beijinhos intermináveis antes de desligarmos nossos computadores e irmos dormir, dos elogios repentinos me fazendo sentir mulher de novo, me fazendo sentir viva de novo, ou aquele imbecil que encontramos em qualquer lugar provando que qualquer coisa é válida para "pegar", "comer"? Palavriado baixo para um pessoa mais baixa ainda. Ele nunca foi o responsável por não estarmos bem. Éramos um pseudo-casal, e pseudo-casais, assim como casais propriamente ditos, são formados por duas pessoas. Você jogava a culpa da sua incopetência em cima de uma pessoa que você mal conhece, ou seja, qualquer coisa, por pior que fosse, poderia te superar. Ele ficou arquivado, mesmo que com alguns borrões, em um passado bonito e gostoso de lembrar, diferente de você, que entregou todo o nosso pouco à inquisição. Decida quem você é, mas não decida por mim, decida por si mesmo. Depois que eu saí daquela sala de cinema, pensei que tinha descoberto porque sua vida amorosa era daquele jeito que você me descreveu, hoje eu vejo que me enganei novamente. Não era só por aquele motivo. Pessoas como você, são tão transparentes quanto eu. Vou te confessar mais uma coisa que ficou pendente: desde que você me contou a história do seu amigo na reserva, eu senti um mal estar de leve com você. Desde que eu olhei para você e percebi que falava sem olhar em meus olhos. "Quem não olha nos olhos enquanto conversa, não é boa pessoa!", já dizia minha mãe! Você deixou passar a pessoa pequena que era, mas eu, na minha grandeza de querer elevar você até o posto mais alto do meu coração, relevei. Assim como relevei tantas outras coisas e me arrependi. Decida quem você é, mas decida longe de mim. Não pense que eu me sinto superior pois não me sinto. Me sinto mais baixa do que você, por ter caído de um ponto tão alto, mesmo que isso não me importe, mas não me sinto inferior. Chegando ao final, quero lhe agradecer por três coisas: obrigada por ter me dado o doce sabor de provar para alguém, que mesmo eu tendo um pouco de magoa, é responsável, juntamente por com outras coisas e pessoas, pelos meus sentimentos, textos, palavras e atitudes mais nobres e bonitos, que o mundo dá voltas, e você sabe sobre o que estou falando. Obrigada por mais um texto, que provavelmente no futuro, fará com que eu realize um grande sonho, mesmo que em cima de alguém tão pequeno. E obrigada por ter me livrado de alguém como você, alguém tão insignifcante, alguém tão venenoso, alguém que eu não quero por perto, antes que eu pudesse entregar tudo de melhor que existe em mim. Como diria o ditado: "Malandro demais se atrapalha!". Texto merda, para uma pessoa mais merda ainda.

Uma beijoca :*

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Minha nada mole vida

Eu sou insuportável, às vezes nem eu mesma aguento ser eu. Eu mudo de humor assim como minhas conhecidas de atuais, e olha que eu daria tudo para ser ao contrário: queria desencanar na mesma velocidade que passo do alegre para o triste ou irritada. Se nem eu mesma me entendo, não me surpreende você não me entender. Eu realmente não sei o que eu quero da minha vida e não posso exigir que você pare a sua por isso. Estar mal realmente não me dá o direito de te tratar mal, concordo com você, mas tente entender que ser eu não é fácil. Tudo isso para mim é um grande desafio. Gostar de novo, me entregar de novo, matar o meu passado e exorcizar os meus fantasmas na velocidade da luz é doloroso, é reviver toda aquela agonia de novo. Seria mais fácil se eu estivesse sozinha para não pensar em simplesmente mais nada além de mim mesma, além do meu próprio bem estar, mas estar com você, muda todo o percursso. Eu sou pequena demais para carregar a responsabilidade de uma vida. Eu não consigo nem carregar a responsabilidade da minha direito ainda. Mas eu juro, eu queria que a gente desse certo. Eu queria sentir friozinho na barriga de novo, eu queria sentir o mundo parar de novo, eu queria sentir aquele tesão todo misturado com carinho de novo, mas pensar no "de novo" me dá medo. Eu sou filha única, eu nunca fui obrigada a dividir nada, e agora, do dia para noite, você cobra de mim uma vida a dois que você mesmo afirma que não existe. Sim, eu sou egoísta com você. Mesmo não querendo ser, eu sou. Eu adoro quando você baba o meu ovo e me faz sentir mulher de novo, desejada por cada milímetro do meu corpo, mas isso não significa que eu vou venerar o chão que você pisa. Pelo menos por enquanto. Eu não consigo porque acima de tudo eu tenho um medo e um repúdio automático sobre tudo que é novo. Sim, eu tenho medo de gostar e me ferrar de novo, e não adianta me dizer que você nunca vai fazer algo ruim para mim por ninguém normal termina, briga ou magoa porque sente tesão nisso. E você é normal, eu sei. Mesmo não querendo cobrar, eu cobro de você uma exclusividade que eu não te dou. Eu assumo, cobro mesmo. Me mordo de ciúmes, não saio com você porém me faz subir pelas paredes quando você sai, mas me entende, nem eu consigo entender porque eu faço isso. Se você quiser ir, pode ir, te dou razão, só não diz que eu estou empacando a sua vida. Por favor, para com essa mania que homem tem de levar tudo ao pé da letra. Eu sei que você não disse que eu empaco, mas se importar quando os outros (lê-se: outrAs) dizem que eu "pago" paixão explicitamente é a mesma coisa, e você sabe. Não, eu não tô querendo marcar território, por mais que eu marque. Sei lá, no meio da madrugada, quando eu acho que só existe eu acordada nesse mundo, me dá uma vontade muito grande de ter você ao meu lado. Me dá vontade de pular no seu colo, de dormir nos seus braços, de te beijar até aparecer aquele céu lindo indicando a transformação da noite em dia e eu sentir aquilo tudo de novo, e eu sentir o mundo de novo. Tudo bem, isso tudo poderia acontecer, mas eu sou estranha e não deixo. Eu sei. É por essa razão então que eu te mando todas aquelas mensagens e se eu deixo explícito o quanto eu queria te ver e implícito o quanto que eu queria que você fosse o novo amor da minha vida com data de validade, é porque às vezes eu tenho vontade de gritar para o mundo o quanto eu me sinto feliz e viva de novo. Quem sabe, isso seja só mais uma prova do meu egoísmo. Você acha que somos parecidos, mas quer saber a real? A gente não tem nada haver. Confesso que o seu jeito é meio estranho para mim, mas como eu sou estranha também, acabo gostando de você mesmo assim. Eu reclamo de você, eu acho que você não me completa, mas é em você o meu último pensamento antes de dormir, mesmo às vezes sendo só um: "Será que eu tô agindo certo?". Eu se fosse você, já tinha me mandado pastar. Ou não, porque eu gosto de sofrer, mas isso não vêm ao caso agora. Tudo bem se você mandar, não vou ficar chateada com você. Só não diz que a culpa é minha, que eu empaco a sua vida, que eu te trato mal, que o que eu falo ou faço te magoa. Você sabe, foi assim que terminou o meu último relacionamento. Não, eu não quero me sentir um monstro de novo. No meio disso tudo, tem muitas coisas legais, sabia? Eu garanto. Tudo bem que eu não sou garantia de nada, mas não custa tentar. Eu sou orgulhosa, eu vou te ignorar mesmo, mas entende, é o meu escudo contra tudo isso que eu desconheço e mesmo assim temo o final triste. Se você quiser desistir, se você quiser acabar o que você fez questão de afirmar que nunca existiu, se você quiser ir, vai. Pode ir, mas me faz um favor: vai de uma vez. Não me mata aos poucos, não me faz ter vontade de não sorrir para a vida logo agora que eu decidi sorrir eternamente. Mesmo a gente não tendo nada, como você disse, mesmo eu sendo esquisita, como eu disse, mesmo a outra merecendo mais você do que eu, como nós dissemos, vai me matar ver você indo e vindo. Vai logo para passar logo a minha dor de cotuvelo também. Ou fica, se você quiser ficar, mesmo sabendo que eu sou assim, meio estranha, meio neurótica e que fatalmente vou fazer algo que você não gosta e estragar tudo mesmo não querendo. No final das contas, que irônia, esse foi, mesmo sem sentir, um texto dedicado totalmente a você. Você sabe que o meu mundo é escrever, você sabe que eu escrevo o meu mundo, e justamente quando você diz que vai, justamente quando você reclama que eu escrevo dele, eu escrevo sobre você. Sim, eu sou estranha. Não, eu não quero ser a coitadinha, mas você não imagina como é difícil ser eu.

Beijos :*

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Provisória ou definitiva, essa é a minha despedida

Faz mais ou menos quatro meses, mas parece que faz quatro séculos. Você disse que estava tudo bem, como uma mãe diz para o filho que vai comprar só para conter aquele escândalo todo, só para não ser mais pertubada e não se sentir mais mal por não poder realizar os desejos de alguém que depende tanto assim dela, e quando eu virei, deu aquele tiro na minha garganta, cuja bala encontra-se ali alojada até hoje: "Espero que você não fique chateada comigo e que possamos ser amigos como antes de tudo isso acontecer entre nós.". Pronto, sua consciência estava limpa agora, mas como diz minha avó: "Não se despe um santo para vestir outro.". Você estava limpo, e eu estava me afundado a cada segundo mais na merda que era a sua ausência. A cena mais triste que ainda guardo comigo, sem nem ao menos querer guardar, foi quando voltei para casa, após ler tudo aquilo. Fiz o caminho inverso do nosso primeiro beijo. Em todos os sentidos. Enquanto nós tinhamos vindo, eu estava indo. Indo de volta para o mundo vazio antes de você. Estava chovendo e eu juro que nunca senti tanto frio. Nem fiz questão de abrir o guarda-chuva, queria me molhar mesmo, queria sentir que eu existia, que eu estava viva, porque parecia que tinham sugado tudo de dentro de mim e deixado apenas a carcaça. Chorei, chorei como tinha vontade de chorar a tempos. A dor de ver você indo trouxe consigo a dor de tudo ao meu redor, a dor de todo o meu passado. Não era um choro por você, de fora para dentro, era um choro por tudo encrustado em mim, de dentro para fora. Me sentia fraca, por olhar para o lado e perceber que eu não tinha mais você, que não tinha mais a minha barra de apoio, mas ao mesmo tempo me sentia forte para gritar, para todo mundo ouvir, ouvir a minha dor. Não, eu não queria sofrer sozinha. Não, eu não queria que me tirassem da minha merda. Eu queria te puxar para a minha merda. Durante tanto tempo eu quis que você percebesse que eu existia, que eu estava ali, que eu estava sofrendo. Fazia de tudo para ser notada e até arrisco dizer que consegui. Mas não, era pouco. Queria que você sofresse. Talvez, você sentisse, mesmo que de leve, tudo isso, mas continuava sendo pouco. Queria que você sofresse, mesmo no fundo não querendo. Você sofrer ou não, não faria as coisas voltarem a ser como éram, mas alimentaria o meu orgulho idiota, a única coisa que me restou depois de sessões de massoquismo humilhante constituidas por telefonemas e mensagens ignoradas. Durante todos os dias que seguiram, eu desejei você de todas as maneiras. Desejei você com orgulho e superioridade de quem quer maltratar, humilhar, desejei você com humildade de quem não se importa de estar por baixo, desejei você perto ou longe, desejei você acompanhado ou sozinho, desejei te abraçar ou te jogar na minha cama. Te desejei sempre, mesmo quando desejei não te desejar mais. Eu ainda creio que nós não morremos. Pela ordem natural da vida, só morre aquilo que nasce e nós fomos apenas um projeto. Nunca projetei em você a paternidade dos meus filhos, mas era nos seus braços que eu queria me aconchegar, era na sua cama que eu queria morar para sempre. Nunca projetei o nosso casamento, mas era o seu sim que eu queria ouvir depois que eu te perguntasse se você aceitava passar o resto da vida comigo. Nunca projetei o nosso final feliz, porque mesmo você tendo odiado quando eu falei, eu sempre soube que não acabaríamos bem, mas era só com você que o meu mundo ficava colorido, era só com você que eu me sentia mulher de verdade. Quando eu te olhava, era impossível não imaginar o dia em que você não soltaria mais a minha mão, o dia em que andaria ao meu lado tão feliz quanto eu por estar ao seu. Te olhar era mágico, era olhar a personificação de tudo que eu sempre quis ter e sentir. Eu não sei se te amei. Se não, cheguei perto. Eu juro. Faltava pouco para eu me entregar por completo, faltava pouco para eu fazer um pacto com o demônio para nunca mais deixar de te querer tanto, porque eu me encontrei justamente quando me perdi por você. Mas isso já faz tanto tempo, ou melhor, mas isso parece que já faz tanto tempo. Hoje eu quis escrever tantas coisas para você, mas justamente por não fazer mais questão de você saber, eu não consegui. Hoje eu consegui encarar com naturalidade a sua presença nesse mundo, a sua ausência no meu, e a sua insignificância de fato. E eu juro, isso não doeu. Hoje eu consegui até rir ao enxergar nas suas fotos aquilo que era impossível a um olhar apaixonado: você como é de fato, você longe de toda a minha idealização. Ver você feliz com seus amigos, ver você feliz sem mim, ver você feliz com outra, começaram a ter o mesmo poder sobre mim que um miojo sabor carne: cansaço. Cansei de comer miojo, assim como cansei de tentar arrumar um espaçozinho na sua vida para mim, assim como cansei de dedicar a melhor parte do meu ser para alguém que nunca soube diferenciar eu achar que ele não valia nada, ou eu tentar me acostumar com o dia em que ficaria completamente perdida sem ele. Tentei tanto ser mais mulher, mais bonita, mais interessante para você voltar comigo, que no dia em que eu não desejei mais seu regresso, eu finalmente constatei que eu era mulher, bonita e interessante demais para você. Não pense que é dor de cutuvelo, é lógica, é magnetismo: um imã de geladeira não consegue puxar para si uma escada de ferro. Se me perguntassem a 4 meses atrás o que eu mais queria, eu responderia: que ele volte. Hoje, eu digo para você, hoje eu digo para o mundo: eu quero ser feliz. Só. Simples. No final das contas, volto a ser, volto a contar com quem na verdade sempre contei: comigo mesma. O meu mundo volta a ser o mesmo, com ou sem você. Mais triste do que o nosso fim, mais triste do que o fim do meu quase amor, seria eu nunca mais conseguir te tratar como você merece, como você naquele dia me tratou: como porra nenhuma.

Beijoquinhas :*

domingo, 14 de dezembro de 2008

O viciado controla o vício

Eu menti, eu não deixei de pensar em você um dia se quer. Desde o dia em que eu deitei na cama da minha avó, cansada de tantas conversas sem sentidos de família, e imaginei como seria lindo você ali comigo, me separando desse mundo sem graça que é o meu, eu imaginei todos os dias quando você iria vir para ficar. Eu lembro do quanto eu torci para entrar alguém diferente naquela sala e do quanto decepcionada me senti quando você entrou por aquela porta. Você me parecia meio estranho, meio magro demais, meio sem graça demais, com uma boca meio torta, não sei. Para piorar, com dois dias de convivência você já implicava comigo, fato que se repetiu até a nossa última palavra trocada. Você continuava meio estranho, mas me ouviu com atenção e interesse quando eu cheguei toda vestida de amarelo, feliz da vida e te contei de como tinha conseguido resolver as pendências da minha vida. Que irônia! Acho que só resolvi as pendências para conseguir depender por completo de você. Tinham que mandar nós calarmos a boca, você lembra? Você concordava com tudo que eu falava seguido de um "né?" e eu comecei a achar o máximo te contar dos meus desastres amorosos e ouvir suas histórias sobre meninas profanas. Bom, pelo menos era um estranho legal. Eu tinha a impressão de que te conhecia a anos, porque me sentia tão a vontade com você, tinha uma risada tão sincera com você, que até esquecia que existiam outras pessoas nos ouvindo. Um dia, eu olhei para o lado e nem te achei mais tão estranho, tão magro e com uma boca tão torta. Eu até comecei a achar bonitinho o seu lábio levantar um pouquinho e as suas perninhas fininhas naquelas havaianas do Brasil que durante tanto tempo eu achei o cúmulo da cafonisse. Deus adora me sacanear! Senhor, eu pedi um loirinho, fortinho, de olhos claros e você me manda um moreno, magro que quando corta o cabelo parece o Pink, do "Pink e Cérebro"! Não, erraram o endereço .. Não pode ser ele .. Será? Não, eu que errei. Era ele mesmo. O homem que eu tinha tanto desejado e esperado era o mesmo homem que eu achei tão estranho a primeira, segunda, e terceira vista. A estranha no final das contas, acabou sendo eu, pois poderia ser normal aquela tremedeira toda só de te ver ali, paradinho, esperando só por mim? Enlouqueci com você, ou melhor, você foi quem me enlouqueceu. Você me fazia subir pelas paredes e ao mesmo tempo aquele seu sorriso, aquele seu cafuné, lavavam toda a minha passarela de pensamentos sujos. Se toda drogada se apaixonasse assim, os traficantes iriam a falência. O seu cheiro, o seu beijo, o seu abraço, o seu sorrriso, a sua presença foram as drogas mais pesadas que eu já experimentei. Me tornei uma dependente, me tornei dependente de você e no dia em que terminamos, eu entendi o que é uma crise de abstinência. Tomei consciência da gravidade da minha situação, de como é perigoso depender tanto assim de algo que não dependia de mim, então, resolvi me internar. Me isolar com a minha dor e reconstruir tantos planos que eu, inutilmente, dediquei a você parecia uma boa idéia mas não o objetivo de uma clínica de reabilitação qualquer. Então, foi aí, meio sem querer, que eu descobri o melhor lugar que poderia existir para o meu caso: o meu blog. Deixei completamente de lado as opiniões alheias divergentes a minha, pois foi aqui que eu amenizei e traduzi vários momentos incompreensíveis a corações virgens de um gostar igual ao nosso e consegui trazer você um pouquinho para mais perto de mim, mesmo que fosse obrigada a ver a minha droga se desfazendo a cada linha terminal. Seu aniversário está chegando e eu precisava explicar para alguém, explicar em algum lugar, mesmo que na verdade eu queira explica para você, que o simples "parabéns" que eu te darei, quebrando a nossa dieta de palavras, esconde muito mais do que votos de felicidade. Esconde sorrisos, esconde lágrimas, esconde esperança, esconde uma vida nova, esconde a aceitação do nosso fim, mas acima de tudo, esconde sonhos. Esconde todos os sonhos que eu sonhei por mim e sonhei por você, que mesmo após sua destruição, o esboço se mantém vivo no meu coração, na minha memória, assim como você. Você nunca deixou de estar aqui dentro de mim, eu apenas consegui te colocar atrás de um cordão de isolamento. Te isolei da minha realidade, mas te isolei também de tudo que pudesse romper as lembranças boas que ainda seguem juntas a mim. É esse sentimento puro que me mantém tão viva e superior. Ver você com outra pessoa doi menos do que simplesmente ver você. Ver você acompanhado é consumar pela miléssima vez o nosso fim, ver você sozinho é voltar a me drogar de falsas esperanças. Um ex-viciado é sempre um ex-viciado, mas só se entrega novamente as drogas aqueles que assim desejam.

Beijocas :*

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Tô de saco cheio

Tô de saco cheio e fico mais de saco cheio ainda quando me perguntam: "Tá de saco cheio de mim?". Não, eu não tô de saco cheio de você mas fico de saco cheio porque depois da sua pergunta eu não posso simplificar minha vida e generalizar minha saturação com um simples: "Tô de saco cheio de tudo!". Não é de uma coisa só, mas não é tudo, nem eu sei direito. Então, por favor, me deixe com o meu simples: "Tô de saco cheio!", obrigada. Tô de saco cheio de ir dormir quando já tá claro e acordar quando tá quase escuro. Meu dia parece que não passa, mas pensando bem, ultimamente não faz diferença se ele passar ou não. É sempre essa mesma merda, é dessa mesma merda que eu tô sempre de saco cheio. Eu tô de saco cheio de tentar salvar navios que estam naufragando. Foda-se, que naufraguem! Se o próprio capitão não se importa, não sou eu quem vai. Pelo menos, tentarei. Eu tô de saco cheio de ser invisível para algumas pessoas. Ei, eu tô aqui! Eu tô aqui, poxa! Não, pera aê .. Não, eu tô aqui embaixo! Não pisa! Ploft .. E sabe o que me deixa mais de saco cheio? Não ser invisível justamente para quem eu daria tudo para ser. Merda! Tô de saco cheio! Tô de saco cheio daquelas janelas pretas do Discovery Messenger subindo, subindo, subindo, me lembrando quantas pessoas insignificates vêm falar comigo e me impedindo de enxergar as janelas de conversas que eu realmente queria enxergar. Tô de saco cheio das minhas fotos no orkut, das minhas comunidades, dos meus scraps, do meu BuddyPoke. Tô de saco cheio de internet, mas por alguma razão meio compulsiva, ou até quem sabe, massoquista, eu não deixo de conectar essa porcaria um dia se quer, nem tenho peito para apertar o "encerrar essa conta". Tô de saco cheio de não sentir aquele tesão, aquela paixão, aquele conforto como quando eu te abraçava. Tô de saco cheio de ainda ficar tonta e me sentir mal quando te vejo, de lembrar com lágrimas de toda essa merda que nós nos tornamos, de sempre fugir de tudo relativo a você e tudo sempre explodir na minha cara, como fogos de artifícios em comemoração a aniversário de traficante. Tô de saco cheio do meu mundo não sumir mais, de inventar todo dia um novo motivo para a minha felicidade, de estar sempre de saco cheio. Mas quer sabe o que é o cúmulo, aquilo que faz o meu saco transbordar? Você! Tô de saco cheio de você! Você tem sorte de "A Favotira" ser só uma novela e a minha chatisse não ser eterna, pois eu juro, te colocaria na lista da Flora. Mataram até a coitadinha da Vilma, uma cachorrinha tão linda! Porque não matariam você, seu cachorro ordinário? Tô de saco cheio de peneirar o que eu vou falar, de balancear os palavrões, de calar o que me angustia. Tô de saco cheio mesmo, e dessa vez quero que o mundo inteiro saiba. Tô de saco cheio dos "se's", "talvez", "quem sabe". Não é e ponto final. Vamos economizar sofrimento. Tô de saco cheio de sempre correr atrás do mundo e ver tantas janelas bloqueadas para mim, tô de saco cheio de nadar, nadar, nadar e morrer no meio do oceano. Morrer na praia? Quem dera eu chegar tão perto. Queria chutar o saco, tem gente que chuta balde, mas no meu caso seria o saco mesmo. Ah, como eu queria .. Mas o meu saco está tão cheio, que por mais que eu tente, bique e esperneie, ele não se move um milímetro. Não tá entendendo porra nenhuma? Foda-se. Entenda o claro: EU ESTOU DE SACO CHEIO. Por favor, olha para mim, penetra nas minhas palavras, entenda as entrelinhas e esvazia o meu saco. É peso demais para mim.

Beijocas :*

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

O que ainda doi, sem nem ao menos doer

Chego em casa, entro no meu quarto e jogo a bolsa na cama. Tiro meus aneis, meu relógio, minha pulseira, meu cordão, meus brincos. Prendo o cabelo e lavo o rosto. Paro. Fico ali, olhando a água escorrer entre os meus dedos, me lembrando de como o tempo passa rápido e a gente nem tem tempo de se localizar no espaço. Pela primeira vez não foi um sentimento angustiante, pela primeira vez me senti bem e completa sem precisar jogar a responsabilidade disso nas costas de alguém. Mas isso dá medo, então eu choro. Choro porque ser feliz de novo, porque recomeçar, porque tentar enxergar algo no escuro não significa conseguir e eu não quero fracassar novamente. Choro porque não quero fazer com os outros o que fizeram comigo, porque doi a responsabilidade da felicidade de outra pessoa. Tá, eu sou medrosa. Agora me deixe em paz com os meus medos. Hoje eu tive a certeza de que finais felizes nem sempre acontecem, que algumas vezes a gente precisa aceitar o fim. Mesmo que doa, mesmo que sufoque, mesmo que enfraqueça, o fim é a certeza de alguma coisa. É algo concreto, é algo vivenciável, diferentemente de palavras ditas em vão que formam sentimentos e planos em cima de bases de areia. Um dia vem o vento, que por mais que na verdade seja brisa, destrói e leva junto por alguns momentos o chão de quem verdadeiramente gosta. Bobeira é não viver a realidade. Bobeira é alimentar a esperança de desculpas que no fundo sabemos que nunca serão pedidas, bobeira é dar sabendo que será uma doação sem retorno, bobeira é continuar a batalha quando a derrota é certa. Perdemos mais soldados, perdemos mais dinheiro, perdemos, principalmente, mais tempo. Tudo em vão. Hoje, mesmo que com o coração apertado e temor em dizer, posso afirmar que ter lutado tanto pelo nosso retorno foi simplesmente perder coisas em vão. Perdi meu orgulho, perdi litros de água em forma de lágrimas, perdi dias lindos, perdi sonhos e principalmente, perdi tempo. O mesmo tempo que todo dia eu reclamo que me falta, com essa vida agitada de quem ainda se prepara para começar a viver. Perdi, mas não me incomodava de perder se fosse com você. Hoje, quando me deparei acompanhada e com você acompanhado também, eu vi como são vulneráveis os nossos sentimentos. A minha mão estava junta a outra, os meus beijos eram para outro, as minhas palavras fofinhas não eram mais para você, assim como tudo que você fazia não me pertencia mais também. Hoje eu vi que tudo aquilo que foi tão esperado por mim, aquilo que por tanto eu lutei, aquilo que por tanto eu chorei, me angustiei, aquilo que um dia me fez tão feliz, tudo aquilo fico lá atrás, em algum lugar que eu juro não ter o interesse de conhecer. Pela primeira vez não desejei te agarrar, te abraçar e dizer o quanto é ruim a sua ausência, como eu já fiz. Pela primeira vez não morri um pouco por olhar dentro dos seus olhos, os mesmos que ficavam tão bonitos quando você sorria, e ver minha sepultura lá dentro. Pela primeira vez não quis chorar ao ver o homem que eu tanto quis que fosse meu homem com outra pessoa. Pela primeira vez não lamentei os planos que você rasgou sem nem ao menos conhecê-los. Naquele momento, pela primeira vez, eu entendi que a nossa relação vai ser sempre essa. Eu entendi que eu nunca mais vou conseguir olhar na sua cara, eu entendi que toda aquela dor por você ter terminado comigo assim como se termina de comer, simplesmente levantando e indo embora e algumas vezes dando uma gorjetinha como um "mas podemos continuar amigos", aquilo se transformou em nojo, em mágoa, em alergia a falta de hombridade. Se transformou em cimento de orgulho, para que este nunca mais desmorone cada vez que nossos olhares se cruzarem. E você .. Ah, você vai ser sempre um mistério. Nunca vou saber o que de fato passa dentro de ti. Algumas vezes ainda reluto em acreditar que aquele menino por quem eu me apaixonei, aquele menino que tanto me parecia adulto e eu tanto admirava calada, aquele menino que fazia tudo dentro de mim se misturar, aquele menino que eu tanto gostei, que eu tanto desejei que me assumisse assim como eu tanto desejei assumi-lo, eu reluto em acreditar que ele foi aquele fraco, aquele covarde, aquele monstro que me deixou ali, jogada, sem nada. Sem orgulho, sem amor próprio, sem sonhos. Aquele que me deixou derrotada numa cama por diversos fins de semana, aquele que me deixou mal somente com a prórpria presença. Eu nunca vou saber quem foi e quem é aquele homem que eu tanto desejei no início, no meio, no fim e algum tempo após o fim. Essa é a única realidade que eu não consigo aceitar, mesmo que já nem me importe aceitá-la ou não. É a única coisa que algumas vezes me angustia, me doi, sem angustiar e sem doer. É a única lembrança que eu tenho, sem deixar de ter todas as outras. Mas, por fim, é o único motivo pelo qual nós olhamos para trás naquele momento.

Beijocas :*

domingo, 23 de novembro de 2008

A minha velha mania de não te engolir

Você vai embora aos pouquinhos, tão devagarzinho que eu nem percebo. Cada dia vai um pouquinho para mais longe, cada dia sua insignificância aparece um pouquinho mais, cada dia os cheiros, os gostos, as lembranças perdem um pouquinho mais da importância que um dia, não muito distante, tiveram. Ver você ir embora é como tirar sangue: eu sei que não vai doer, que vai incomodar só na hora, mas eu insisto em me contorcer, em fechar os olhos na esperança daquilo sumir, em enrijecer todos meus músculos (inclusive o coração) e só conseguir que aquela dor, que seria momentânea, se torne algo insuportável. Não é interessante a idéia de ver algo tão vital ser retirado de mim sem a minha autorização, mas não é algo tão horrorosso assim. É natural. Tiraram o meu sangue, assim como me tiraram você, mas eu continuo aqui. Não existem marcas, não existe nada que explicite a sua ausência, a não ser a minha mente massoquista e artística que a todo o momento "re-mastiga" o que já deveria ter sido digerido. Eu fico aqui, no meu cantinho, na companhia de tudo aquilo que você não quis e isso já não doi mais. Me acostumei em ter que transformar meus olhos em binóculos, assim como tinha me acostumado em transformá-los em queima de fogos quando te via. Chorei, lutei, esperniei como uma criança faz quando não tem seus pedidos atendidos, mas assim como ela, fui vencida pelo cansaço, fui vencida pelo sono e quando acordei alguém já tinha levado o meu brinquedo tão desejado para longe. Porém, as lojas não perdem tempo, me oferecem milhares de modelos iguais ao que eu perdi e até alguns super lançamentos. Mas esquecem que eu sou uma criança. Eu quero o meu brinquedo antigo, mesmo que não em sirva mais, só para não ter aquela sensação de vazio, de perda. Eu quero ter você aqui só para pôr na minha estante, só para não me sentir tão abandonada, tão desprotegida, mesmo que com ou sem você, eu seja a mesma vulnerável de sempre. Doeu, mas não doi mais. Ou melhor, doi às vezes, mas é mais poético dizer que doi sempre. É mais poético dizer que o amor abandonado espera para sempre. É menos frustrante dizer que tudo aquilo que um dia foi dito ou feito não se perdeu no tempo, mesmo que até nós mesmos tenhamos nos perdido no meio dessa confusão toda. Mas tudo bem, eu me acho aqui, no meio de tantas coisas que no fundo, me lembram você. Me acho na melodia das músicas, no telão das minhas lembranças, nos cheiros dos perfumes, na contagem dos dias. Eu me sinto bem no meio disso tudo, sem dar um passo se quer para trás. Sei bem sobre nossos respectivos lugares. O meu lugar é aqui, envocando o seu espírito todas vezes que eu precisar de algo que preencha esse vazio que você deixou, que me dê inpiração para eternizar tantas sensações, e o seu, é do outro lado da rua, com outras pessoas, ao lado de, quem sabe, outra garota mas sempre com essa cara de quem sabe que poderia ter sido mais. Você poderia ter sido mais não só para mim, você poderia ter sido mais para si mesmo.

Beijos :*

domingo, 16 de novembro de 2008

Dez minutos

Eu não te esqueço porque você mandou eu te esquecer e eu me recuso a fazer tudo que você quer de novo. Me recuso a abaixar a cabeça, me recuso a ser obediente. Eu gosto da nossa história desse jeito. Eu gosto que ela tenha muitos "porém's", muitos "se's" e muitas coisas mal resolvidas, porque assim, a gente ainda se mantém ligado de alguma forma e eu não sou obrigada a agir como se fosse sua amiguinha. Amiguinha agarra amiguinho? Não, né? Que péssima amiga eu seria para você! Eu gosto de você não ser indiferente a minha presença, mesmo que para isso, algumas vezes, eu tenha que combater a revolta de todas as coisinhas mal resolvidas aqui dentro de mim. Mas eu consigo, eu sou capaz! Eu venço uma a uma, diariamente. Venço as lembranças, venço os cheiros, venço os gostos, venço as pessoas, venço tudo relativo a você e assim, consigo viver. Consigo estampar um sorriso, consigo cumprir minhas obrigações, consigo esquecer que você existe por alguns momentos e consigo até amar por meia hora outros homens por aí. Eu não quero saber nome, eu não quero saber idade, eu não quero saber como é o rosto, muito menos o número do telefone. Eu quero só que ele faça direitinho para quem sabe eu perceber que o melhor beijo e o melhor abraço não são os seus. Eu não quero andar de mãos dadas, eu não quero ver filme abraçadinha, eu não quero nenhum programinha de casal. Eu não quero depender de toda essa porcaria que no fundo não é minha. Pertece a outra pessoa que um dia vai embora e leva tudo junto, me deixando aqui, parada, acabada, com um mundo inteiro ainda para enfrentar. Mas eu não resisto, meu extinto é mais forte e eu acabo sabendo o nome, a idade e até o número do telefone. Você não gostava de mim, nem eu de você. Pronto. Estava com você só para satisfazer essa minha necessidade imbecil de me entregar, de gostar, de viver um conto de fadas com data de validade. Eu sou assim, eu gosto de sofrer. Eu gosto de remoer, eu gosto de catucar a ferida até ela sangrar, só para eu não parar de vomitar no papel todas as coisas que você implantou dentro de mim mas que não tiveram tempo de crescer, nem de gerarem frutos sadios. Só esses com veneno mesmo, que percorrem cada milímetro cúbico do meu sangue quando eu vejo algo relativo a você e vão me matando aos pouquinhos, vão me enfraquecendo devagar, só para dar tempo de eu sobreviver e sofrer outras vezes a sua ausência. Às vezes a menina ingênua volta e escreve com lágrimas nos olhos muitas coisas para você, pensa em te procurar, pensa até em te agarrar de novo só para você não ter saída. Afinal, ela teme mais um não. Ela é sua serva, ela é totalmente dependente de você. Mas aí a mulher decidida chega e te manda para puta que pariu! Ah, ela mandou um recado: FALA NA CARA, SEU BOSTA! Pronto, a mulher decidida vai embora e junto vai toda a minha pseudo-aceitação do nosso fim. Não tem mais mulher decidida, nem menina inocente, é só a Caroline mesmo. Aquela Caroline que ficava pequenininha nos seus braços, aquela Caroline que toda hora te lembrava do quanto você era especial, aquela Caroline que mal se aguentava em pé na primeira vez que ficou com você. É só ela, é só ela que está aqui escrevendo. Sem máscaras, sem escudos, sem armas. Ela está aqui, nua, como você nunca viu. Ela só quer respirar um pouco fora de toda essa confusão que você fez, por isso ela escreve tantas coisas um tanto quanto sem sentidos. Ela já nem quer mais que você volte, mas lembra quase todos os dias de você indo embora. Vamos ser sinceros? Nem ela se entende. Ela só se entendia com você. Ela só entendia que esperou a vida inteira para sentir o que sentia respirando bem perto da sua nuca, ela só entendia que o lugar dela era ao seu lado. Fora isso, ela não entende mais nada, principalmente que ela tem que se acostumar com a idéia de que tudo que ela entendia, ela entendia errado. Não é fácil ser a Caroline. Não é fácil te querer tão profundamente por dez minutos e depois ver você se transformando em fumaça, se desperçando no ar, indo embora tantas vezes mais.

Beijos :*

sábado, 8 de novembro de 2008

O sem sentido com mais sentido possível

Todo dia, sem que você se quer perceba, eu tento te machucar. Eu escuto tantas músicas tentando encontrar nelas aquelas frases inteligentes e me convencer de que eu sou areia demais para o seu caminhãozinho de plástico, eu lembro de tudo que você me dizia e fazia e digo a mim mesma o quanto você é criança, bobo e ridículo, eu conto para as pessoas tantas coisas sobre você porque eu tenho uma necessidade muito grande de queimar o seu filme, de fazer você me odiar, de tentar te machucar nem que seja um pouco. Mas sabe, eu só quero queimar o seu filme para nenhuma conhecida minha querer você e eu não ser obrigada a falar com você como se não estivesse me importando, eu só quero que você me odeie, eu só quero te machucar porque é a minha forma de dizer: "Ei! Olha para mim! Eu estou aqui, cara! Estou aqui no mesmo lugar em que você me deixou!". Eu não gosto de gostar de você dessa forma estranha porque no fundo eu não quero nada disso, no fundo eu quero que você fique bem, mas ver você bem, doi bem mais em mim do que simplesmente ver você. Eu não queria gostar assim, com essa necessidade tão grande de te machucar, na real eu tenho medo de te machucar, mas eu quero tanto ver você sofrer, eu quero tanto que você implore minhas desculpas, que todo dia eu tento. Mesmo tentando de uma forma que eu sei que não vai te machucar. É como querer te dar uma surra e fazer isso com as minhas próprias e fracas mãos. Te querer assim me faz muito mal, até porque eu nem sei se eu ainda te quero. Acho que vou me rasgar, acho que vou explodir. Você não faz idéia de como é angustiante brincar de adivinha comigo mesma só para tentar descobrir onde você foi, como é angustiante ver você se divertir com seus amigos, como é angustiante querer te encontrar toda hora só para você ver o quanto eu sou linda, legal, divertida e ao mesmo tempo andar me escondendo por saber que você vai ser indiferente e isso vai me deixar mal depois, como tantas vezes me deixou. É angustiante ver as meninas que você já ficou. Que inveja eu tenho delas! Elas foram escolhidas, você desejou estar com cada uma delas. E eu? Eu que te escolhi, eu que desejei estar com você. A propósito, a primeira providência que eu tomei quando você me deixou foi cortar o meu pau. Não quero mais ser o homem da relação. Você nem é mais tudo isso, eu já nem tremo todas as vezes que te vejo, eu já consigo me divertir e não ter vontade de chorar a sua ausência, mas toda vez que algo qualquer me deprime eu penso em você só para conseguir chorar aquele choro longo e profundo por você. Aquele choro que parece que vai te deixar desidratada. Acho que sou maluca. Eu adoro sofrer por você. Mesmo que na sua concepção "eu e você" não exista mais, aqui dentro de mim, eu vivo como se ainda vivessemos juntos porque sempre achei muito triste ver as pessoas indo embora. Mesmo tendo visto você virando aquela esquina para nunca mais voltar, eu acho muito mórbido simplesmente te esquecer como se nada tivesse acontecido. Mas não, eu não acho mórbido querer te machucar. Eu quero te machucar só para, quem sabe, você depender de mim e eu poder te abraçar de novo, te proteger do mundo, te colocar no meu colo e te dizer: "Tá vendo? Sou eu quem gosta de você de verdade, é comigo que você vai ser feliz!", mesmo achando que não poderia cumprir isso. Eu queria tanto te abraçar e dizer que sinto a sua falta de novo, só pra você segurar o meu rosto e me dar aquele beijo novamente, mas talvez eu aproveitaria a oportunidade para te dar um chute no saco e fazer você cair gemendo de dor. Viu como doi, desgraçado? E foi só um chute no saco, imagina se eu tirasse algo muito mais vital de você do que esse seu brinquedinho que eu nem sei se você usa? Eu queria te agarrar, eu queria te jogar na minha cama, eu queria te beijar até tirar o seu ar, só para ter o prazer de quando você estivesse bem empolgadinho, levantar e ir embora, sem nem ao menos olhar para trás. Igualzinho como você fez: ir embora e nem olhar na sua cara. Eu tento toda a hora fazer você me notar, fazer você me olhar, mas de verdade, eu não queria que você me notasse e nem me olhasse. Eu não queria nutrir mais esse sentimento estranho por você, mas não dá, é mais forte do que eu. Eu queria tanto pegar um amiguinho seu de jeito, eu queria tanto que ele ficasse de quatro por mim, eu queria tanto que ele falasse sobre o quanto eu sou maravilhosa durante milhões de horas para você, mas eu não o faria, porque não quero você tenha de mim uma imagem diferente do que a da menina que presta. Não queria não prestar com o seu amigo, eu queria não prestar com você e dessa vez nem seria no sentido de te machucar. Sofre um pouquinho por mim vai, só um pouquinho. Diz que seu mundo anda meio sem graça, tipo o meu quando você foi. Diz? Agora que você está sofrendo bastante, esquece tudo que eu disse. Eu não quero que você sofra. Vamos fazer um acordo? Eu acabo com o seu sofrimento e você me dá um beijo de acabar comigo. Acaba com essa vontade que eu tenho te de machucar, é só você voltar atrás. Juro que se for agora, eu corto as correções, os juros e nem faço doce. Eu gosto tanto de você ainda que chego até a te odiar. Te odeio porque é mais fácil não gostar daquilo que não se pode ter, é mais cômodo e eu adoro me acomodar. Adoro manipular as situações para vantagem própria, assim como querer acabar com a sua dor, esconde no fundo a vantagem de ter você de novo. Mas você não sofre. Mas você não quer fazer um acordo. Mas eu nem sei se gosto mais de você, afinal, eu adoro me acomodar. Mas sei lá, eu gosto desse joguinho de "olha ou não olha", "disfarça ou não disfarça", "subentendido ou claro". Eu gosto de te odiar, só porque não gostar de alguém, não ter inspiração para escrever frases legais, não ter em quem pensar nas músicas, filmes e situações românticas, é muito mais triste.

Beijoca :*

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Sem tesão não dá

Incrível essa capacidade que eu tenho de transformar até a ida para um barzinho com os amigos em motivo de textos. Juro que eu não gosto de ser assim, juro que eu não gosto de dentro da minha mente analizar tantas coisas aparentemente banais, juro que não gosto de não conseguir relaxar e aproveitar, como dizem, cem por cento de tudo que eu faço, mas eu sou assim né? Acho que me aceitar já é uma página virada. Eu vi tantos casais hoje, vi tantas pessoas conhecidas (até aquelas que eu daria tudo para não ver) acompanhadas, vi tantas pessoas se atracando como animais .. Enfim, vi tantas pessoas felizes, de acordo com suas respectivas concepções de felicidade, com outras pessoas que tenho que admitir: me deu uma pontinha de inveja. Mesmo que não seja por necessidade e sim por opção, foi meio triste ter consciência de que eu estava lá sozinha. Tudo bem, eu não estava infeliz, muito pelo contrário, mas me senti um pouco triste. Quando minha cabeça já estava girando e trabalhando para acabar com a minha noite, quando meu ânimo estava chegando ao nível zero e quando meus olhos começaram a arder, eu lembrei dos motivos que me levaram a aquela situação. Eu já tive algum tipo de relacionamento, mesmo um "oi, seu cabelo é bonito" e partir para o abraço, com garotos MA-RA-VI-LHO-SOS! Daqueles que você olha e diz: "Uau! Que gato!", mas confesso que nem tinha graça ficar com eles. Tá, assumo! Eu já tive algum tipo de relacionamento, mesmo um "oi, seu cabelo é bonito" e partir para o abraço, com garotos muito feios também. Feios e sem graças, o cúmulo dos cúmulos. Se você é feio, por favor, ou tenha charme, ou seja legal. Pode ser os dois também. Já fiquei ao lado de alguém por me sentir na obrigação com os sentimentos da outra pessoa, já fiquei só para fazer lista, já fiquei porque a pessoa era legalzinha, já fiquei porque me senti na pressão de, já fiquei por carência. Em todas essas vezes e outras que fatalmente me fogem da memória agora, eu me senti o mais horrível monstro do mundo! O que de fato acontece é que sem tesão não dá! Nada dá! Em todos os sentidos, de verdade. Nos relacionamentos, na vida profissional ou escolar, na vida pessoal sei lá. Tesão, por favor! Tesão não está ligado a um rostinho bonito, a uma roupa legal, a um papo interessante, muito menos a piedade, tesão é um conjunto, um aglomerado. Confesso, como tantas vezes já o fiz, que os garotos que tiraram o meu chão não tinham o padrão de beleza. Mas eles tinham charme. Alguma coisa mágica quando eu os encontrava, o coração desesperado, a cabeça girando, o jeito de falar ou andar, o sorriso tímido ou escrachado, o jeito de me tratar, o jeito de se ajeitar, os assuntos certos nas horas certas, ter a capacidade de me fazer rir principalmente com coisas meio retardadas, a vontade de colocá-los dentro de mim e protegê-los de todo o resto do mundo, o desejo de agarrar e nunca mais soltar, de estar junto o mais próximo possível, enfim, sentia o famoso tesão em ficar com eles. Alguma coisa diferente neles fazia eu ficar doidinha. Essas pessoas modernas aí estam com essa moda de ferormônios agora, mas eu continuo votando no tesão. Já passei da fase de me contentar com dois beijinhos e um tchau, mereço mais. Não vejo mais graça em ficar por ser bonito, para fazer lista ou qualquer outro motivo idiota como estes, agora só com tesão. Não é necessariamente gostar, mesmo que esteje interligado, mas sim ter aquele frio que percorre todo o corpo, aquele enjoo, aquela tremedeira, aquela sensação de que o mundo diminuiu. Não acho que ficar por ficar seja errado, e nem vou cruzificar quem o faz porque eu adoro me trair, mas é uma coisa que eu evito a todo o custo agora. Não virei lésbica, não sou retardada, nem estou encalhada, muito pelo contrário, depois disso recebi muito mais valor. Apenas penso que não me sentiria bem em estar abraçada naquele bar com um "Zé Ninguém", penso que contaria os segundos para ir embora e pensaria zilhões de vezes se aquilo realmente estava me fazendo bem. Creio que as pessoas podem não se interessar a primeira vista mas começar um relacionamento sem o mínimo de tesão é pedir para não ir a frente. Não consigo e nem quero. Mas eu pago um preço caro por isso. Eu me apego demais, alguma vezes me sinto carente, na maioria das vezes fico de vela e demoro para desencanar de alguém, porém tudo isso é compensado por aquele beijo realmente esperado. Voltei a mim naquela mesa de bar, um pouco incomodada ainda, mas consciente da minha opção de vida. Eu sei que você existe. Eu sei que o homem que vai realmente me tirar do sério, que vai ser compatível com o que tem que ser compatível em mim, que vai bater de frente comigo só porque ser feliz toda hora cansa, que vai me dar os beijos mais gostosos, que vai fazer com que eu não saiba diferenciar o céu dos seus braços existe. Sei que ele não vai aparecer se eu não me permitir, mas sei também que ele não vai aparecer em meio ao meu desespero. A única coisa que eu sei e posso dizer enquanto ele não vem é que sem tesão não dá.

Beijos com sono :*

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Seu modelo, meu molde

Eu queria escrever tantas coisas, mas acho que por querer escrever tanto, eu não consigo escrever nada. Assim como alguém que quer fazer tudo de uma vez e no final não faz nada direito, eu quero escrever sobre tantos sentimentos juntos que eles acabam se misturando e o que já era difícil de ser explicado, se torna inlegível. Eu queria abraçar o mundo de uma só vez, eu queria viver todas as emoções que o destino guarda para mim, eu queria gritar até perder a voz, mas posso me contentar, pelo menos por enquanto, em ficar só aqui escrevendo. Eu queria alguma coisa que me tirasse do sério só pra eu tirar de mim essa necessidade de relacionar tudo que é bom a você, e tudo que é ruim a sua ausência. Eu não queria imaginar o quanto é divertido ficar com você, o quanto é legal ver a sua relação com seus amigos, o quanto seria lindo e quantas coisas lindas poderíamos fazer juntos porque tendo motivos pra te odiar, fica mais fácil não te venerar tanto. Eu não sou tão forte quanto pareço e aposto que você sabe disso também, pois se não soubesse, não faria tantas coisas com a certeza de que eu voltaria atrás. Safado. Pronto, bem mais fácil desacelerar meu coração agora. Eu não queria, juro, dedicar tantos textos ao homem que me deu um "pé-na-bunda". Porque não assumir? Infelizmente para você, foi o seu pé na bunda que me empurrou para estar aqui, conseguindo pela primeira vez extravassar o que eu sinto sem gritar, sem chorar desesperadamente, sem chutar mesas. Apenas, escrevendo. Eu não queria acumular todo mês meses sem você, eu não queria perder o interesse por coisas superficiais só porque você me ensinou o que é intenso de verdade, só porque você me ensinou que o que na verdade eu esperei toda a minha vida não foi ser independente, mas sim, depender tanto de gostar tanto assim de alguém. Eu não queria ignorar a gente, mas pensando bem, ignorar a gente é uma forma de ignorar o quanto você me abala e isso faz com que, mesmo só por um momento, você não me abale tanto. Acho que de tanto brincar de esconde-esconde com a verdade, eu não consigo mais encontrá-la e você, de fato, vai começando a não significar nada. Volto ao ponto de partida, volto a me acomodar com a realidade e assim, tiro de mim a marca mais significativa que tinha de você. Com você eu arrisquei, com você eu me desacomodei. Deito em minha cama e fico olhando, quase em estado amebal, para o meu teto rosa. Muito mais fácil me cobrir até a cabeça do que virar para você e falar: "Oi, tudo bem?". Simplesmente espero passar, mesmo que demore. Afinal, quando passar, vai passar a vontade de te falar "Oi, tudo bem?" também. E assim, mais uma vez, eu passo um corretivozinho na verdade e ela não parece tão feia e angustiante. Hoje eu adormeci na mesa da escola, mas foi um sono bem levinho, pois sonos profundos eu só tinha quando sabia que mesmo acordada eu iria poder te encontrar em algum lugar diferente dos meus sonhos. Hoje eu adormeci e quando dei por mim, percebi o meu riso bobinho só por estar pensando em você e ignorando o nosso fim. O mundo então, ficou muito mais colorido. Muito mais até do que quando eu deitei e fiquei olhando o meu teto rosa, os meus imãs coloridos, as minhas fotos felizes. Por um momento eu não desejei te esquecer tanto, por um momento eu não me esforcei tanto para te odiar mais ainda e pude, depois de muito tempo, ter um pouco de paz comigo mesma. Que me permitam plagiar uma frase de uma música: "Eu estou pensando em você, pensando em nunca mais pensar em te esquecer, pois quando penso em você é quando não me sinto só!". Pensar em você sem o meu escudo de mágoas é me sentir preenchida da época que você me fez o ser mais completo do mundo e ao mesmo tempo deixar você ir embora devagar, naturalmente. Me separar de você doeu por você estar grudado tanto assim em mim, doeu como se puxassem meu útero pela boca e arrancassem num só puxão. Deixar você ir é ao mesmo tempo me permitir voltar. Talvez eu não tenha que forçar motivos para te odiar tanto, nem maquiar tanto a verdade para eu me acostumar com ela. Talvez eu tenha só que encarar te encarar com indiferença, mesmo sem querer fazê-lo, e não me culpar por sermos dois estranhos agora. Talvez, se você ainda estivesse comigo, eu não teria tantos motivos para romantizar tantas coisas sem motivo. Nós somos interessantes porque não tivemos um fim feliz, nós somos interessantes porque eu posso sentir o nosso fim do jeito que eu quiser e principalmente, nós somos interessantes porque uma história mal resolvida pode ser resolvida de várias maneiras, várias vezes, durante muito tempo nas nossas próprias mentes, o mesmo local onde eu fiz de você o homem perfeito, e você fez de mim um capítulo encerrado.

Beijos :*

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

A volta do que, quem sabe, ainda não foi

Está chovendo. As gotinhas de chuva começam a molhar o vidro do carro, uma a uma, caem timidamente. Focalizo uma que de repente é derrubada pela força de outra que acaba de chegar das núvens. Forte, independente, indiferente. É assim que eu me sinto quando a gente se encontra: tão pequenininha e tão estraçalhada por tanta força, tanta independência e tanta indiferença. A gente fica ali parado, no meio da chuva. Eu com o meu guarda-chuva companheiro por causa do cabelo e você falando no seu celular, andando de um lado para o outro impaciente, provavelmente querendo saber quando a sua mãe ia chegar para você fazer com que ela se livrasse mais uma vez de mim. Eu olho para o lado, disfarço, confiro as horas. Faço qualquer coisa para não olhar para você e perguntar: "Ei, quer ficar aqui comigo debaixo do meu guarda-chuva?". Mas não, prefiro ver você sendo molhado do que me molhar de lágrimas depois pelo seu provável não. Não quero olhar para o espelho depois e falar: "Sua imbecil, você estragou tudo!", prefiro deixar você ali. Alguma coisa orgulhosa, boba e criança dentro de mim se sente feliz e realizada pelo meu pseudo-abandono. Sim, o que ela mais quer e te deixar ali, sozinho, abandonado e na chuva, igualzinho como eu fiquei no dia em que a gente terminou. No dia em que o orkut me comunicou a sua decisão. Diga-se de passagem, não sei quem foi mais ridículo: você ou o meio que você usou. Voltei para casa sozinha, abandonada, na chuva e triste. Muito triste. Mas você não ficou triste com o meu pseudo-abandono. Você nem notou. A gente fica ali parado, fingindo qualquer coisa para fingir que não notamos um ao outro, fingindo que nunca tivemos nada. Mas quer saber? A gente finge muito mal. Fingimos muito mal na chuva ou em qualquer outro lugar. Fingimos muito mal principalmente para nós mesmos: você fingi que acha que está certo e eu finjo que nem me incomoda mais aquela situação. Ainda bem que não ganhamos a vida atuando. Estamos a uma distância teoricamente significativa um do outro mas ao mesmo tempo estamos tão perto. Na prática, o que acontece é que esse peseudo-vazio entre nós está recheado de sentimentos mal resolvidos, mágoas, incomodo, disfarces e principalmente orgulho. Muito orgulho. Tanto orgulho que faz com que nós nos aproximemos mais e ao mesmo tempo fiquemos mais e mais distante de um final feliz. Eu dou uma olhadinha para você, assim, como se fosse sem querer e tenho tanta vontade de pegar a sua mão, por no meu peito e te mostrar como o meu coração ainda acelera quando eu olho para você, mas talvez trocaria pela possibilidade de te dar um chute no saco e fazer com que todos os seus futuros relacionamentos estejam comprometidos. É, quem sabe. Odeio ver tudo isso que a gente se tornou mas no fundo eu gosto de saber que mesmo desse jeito ruim você ainda nota a minha existência, gosto de ver que você nunca se aproxima das pessoas quando elas estam perto de mim, isso mostra que eu ainda causo alguma coisa em você, mesmo que seja esse repúdio. As badaladas do seu relógio de orgulho anunciam que é meia noite, então você entra para que, quem sabe, eu não perceba o quanto você se esforça para mostrar que nem lembra da gente, que nem lembra da garota que "tavez foi a mais especial que você conheceu". Será que você lembra? Ou esqueceu assim como esqueceu de todas as coisas que você me prometeu? Podia entrar, ir atrás de você, te agarrar, chutar seu saco ou qualquer outra coisa que mostrasse o quanto a sua presença me angustia, mesmo que você não me seja mais vital. Mas não, prefiro continuar com o meu guarda-chuva. Incrível como é só você desaparecer para tanta dor e mágoa desaparecerem também. Me sinto bem de novo, me sinto feliz de novo, me dá até vontade de cantar. Celebro a sua ida, assim como celebro todas as vezes que nós entramos nos nossos respectivos carros e nos livramos das nossas próprias presenças e convívios semanais forçados. Você cortou o cabelo, você estava com uma blusa que já tinha usado comigo, você provavelmente está em outro relacionamento, você me deixa com uma pontinha de ciúmes falando com outras meninas, mas quando eu entro no carro, deixo tudo isso do lado de fora. Você nunca me pertenceu, então, não é agora que vai. Cruzo minha pernas, me acomodo no banco, me separo de todo esse mundo com um fone e fico ali, olhando as gotinhas derrubarem umas as outras. Você é um terremoto que faz estremesser todas as minhas certezas e memórias. Faz com que o meu coração trema na mesma velocidade, com que o meu corpo acompanhe e o meu cérebro seja mais rápido ainda para não deixa nada disso a amostra. Mas, quem sabe, eu seja uma brisa. Quem sabe eu te toque suavemente e nunca te deixe esquecer daqueles dias, daqueles beijos, daquele quase amor. Aquele quase amor que você abortou, aquele quase amor que seria somente seu, aquele quase amor que as vezes se vira na tumba.

Beijocas :*

domingo, 2 de novembro de 2008

O começo pelo fim

Agradeço por ter mãos, inspiração e coração para conseguir aliviar todas as emoções que formam o meu ser. Tanto as boas emoções que me dão mais força para ir até onde eu quero chegar, quanto as que me empacam, que me tentam para eu desistir no meio do caminho. As primeiras eu escrevo para eternizar, as últimas eu escrevo para matar. Escrever deixo de ser um refúgio para minhas desiluções amorosas, deixou de ser uma forma de justificar minha existência após o suposto fim do mundo e passou a ser uma forma de dizer o que não diria normalmente e fazer as pessoas saberem do que não teriam interesse de. Escrever é agora tão necessário para mim quanto respirar para minha existência. Não queria dedicar mais um texto a você, não queria mais uma vez espalhar tudo aquilo que eu quis tanto um dia te dizer mas que você não permitiu, não queria mais uma vez fazer com que você se sinta, mesmo sem saber, uma pedaço importante de mim, mas é necessário. Obrigada. Obrigada por ter me feito tão feliz, obrigada por ter tirado a acomodação com o passado de mim e ter me feito enxergar e amar um mundo totalmente novo quando eu já nem lembrava de como era a sensação de algo assim. Hoje eu posso lembrar com um sorriso, mesmo que misturado com algumas lágrimas, de tantos momento bons e por um pouco de alegria no que eu escrevo. Obrigada por ter tirado um pouco da menina inocente que eu era, mesmo que eu não me julgasse dessa forma, e ter feito com que eu tivesse tanta vontade de te agarrar, te beijar, te apertar, te morder e fazer com que de alguma forma você se misturasse com a minha pele, se misturasse comigo e quem sabe nós poderiamos estar um pouco ligados para sempre, mesmo que o nosso para sempre tivesse validade. Hoje eu posso escrever de uma forma mais intensa e ao mesmo tempo tão pura. Obrigada por ter feito comigo, mesmo sem saber, coisas bobas mas que eu sempre desejei e que ninguém tinha sido capaz de fazer tão bem. Talvez ninguém tenha sido capaz porque tudo isso estava predestinado a ser com você. Obrigada por ter segurado a minha mão para atravessar a rua, por ter me levantado no colo, por ter feito cafuné quando a minha maior vontade era chorar, por ter feito o meu coração disparar a cada mensagem "minha linda", "meu amor", por se interessar pelo meu dia, por falar comigo sorrindo e por provocar aquelas "brigas" tão fofinhas me chamando de gordinha. Hoje eu posso escrever de uma forma mais completa. Obrigada por ter feito da nossa relação uma relação tão complicada desde o início mas que se descomplicava com um beijo ou com um "não me olha com essa cara que eu não consigo falar!" "é a única cara que eu tenho!" e a gente começava a rir. Hoje eu consigo escrever os meus problemas já pensando em alguma forma de resolvê-los. Obrigada por ter feito o mundo parar tantas vezes, por ter feito o mundo ficar sem importância tantas vezes, por ter feito o mundo ficar pequenininho comparado a todo o amor que eu queria te dar, por todo o amor que eu queria anunciar. Hoje eu escrevo o que sinto no momento, para minhas emoções não se perderem com o tempo. E por fim, obrigada por ter feito do nosso fim algo tão ruim, tão dilacerante, algo causado por motivos tão bobos, algo causado pela sua falta de interesse, algo causado pelo execesso do meu. Foi para suportar a dor de ver você virando a esquina sabendo que era a nossa última vez que eu comecei a escrever. Foi para suportar o peso da culpa que você pôs nas minhas costas, foi para preencher meus dias com qualquer coisa, foi para preencher meu corpo pela ausência dos seus beijos, foi para preencher a minha alma pela ausência do seu cheiro, foi para me preencher pela sua ausência. Escrever foi a minha bússola de volta para meu próprio ser quando você me deixou perdida, foi a reconstrução do meu chão quando você me atirou de tão alto, foi o paninho com o qual eu enxuguei grande parte das minhas lágrimas, foi o banho para me limpar de como eu me sentia tão suja e humilhada e uma forma de sentir você perto de mim, mesmo vendo você tão longe, tão bem, tão impossível. Escrever foi uma forma de dizer o que você não quis ouvir, foi uma forma de continuar tocando a minha vida sabendo que em alguma hora toda aquela dor iria sumir. Escrever foi uma forma de te manter vivo dentro de mim, de continuar sentindo os seus abraços, os seus beijos, o seu cheiro, de tornar o nosso fim algo não tão feio, algo não tão triste, foi uma forma de não deixar que tudo que temos mal resolvido consumisse nossos momentos bons, mesmo que tudo isso fosse apenas um conjunto de letrinhas.

Beijos :*

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Nem trinta por cento de mim

Um brinde aos trinta homens da minha vida! Alguns nem tão homens assim, outros nem "tão da minha vida", mas um brinde aos (até agora) trinta homens da minha vida! Hoje eu vou por a minha melhor roupa e vou dançar até as pernas doerem, mesmo que seja aqui, em frente ao meu espelho. Hoje eu vou deixar a melodia da música me envolver e levar todos os restos que insistem em continuar grudados em mim, assim como um carrapato que vai sugando tudo de você até quando puder. Hoje eu sacudir o meu cabelo como se fosse um espanador e vou espanar do meu quarto, da minha casa e do meu corpo todos os meus trinta ácaros! Hoje eu vou me despir da hipocresia, me despir da imagem de boa moça. Afinal, se eu sei que sou uma boa moça, pra que continuar com essa batina? Como a Tati já escreveu: "Meu número não era pequeno, mas meu coração também não!". O meu coração não era e nem é pequeno. A minha alma, o meu espírito, os meus sonhos, as minhas emoções, os meus desejos, os meus valores também não. Hoje não há nada do que me envergonhar, hoje não a nada o que esconder, hoje não há nada o que temer. O que passou, tá passado, então, eu pego a minha roupa novinha, cheirosinha e principalmente lisinha, para voltar a ser o que deixei de ser a algum tempo: eu. Alguns eu nem lembro o nome, outros eu demorei muito tempo para esquecer e talvez não tenha esquecido de verdade até hoje. Alguns levaram de mim apenas um dia, uma tarde ou uma noite, enquanto outros levaram milhares de minha noites banhadas em lágrimas. Alguns eu quis que sumissem após o primeiro beijo, outros sumiram antes que eu pudesse pegar nojinho deles. Alguns fizeram com que eu me arrependesse por muito tempo e outros fizeram com que eu pulasse de alegria durante mais tempo ainda. Alguns foram menos do que eu esperava mas tiveram outros que barraram todas as minhas espectativas. Alguns, assumo, foram apenas números na lista de uma menina ingênua e deslumbrada, enquanto outros foram marcas que até hoje existem no coração da mesma menina. Alguns me amaram o quanto puderam mas não puderam fazer com que eu sentisse o mesmo, mas eu compensação, eu também já amei o quanto pude e não pude fazer com que sentissem o mesmo por mim. Alguns me deixaram apaixonada no primeiro minuto pelos olhos, pelo cabelo, pelo rosto lindo ou pelo corpo perfeito mas me fizeram voltar atrás após a primeira palavra trocada, enquanto outros eu relutei em me aproximar pela beleza física desvavorável e me amarraram por um charme sem igual. Muitos deles significaram a mesma coisa pra mim: nada! Mas alguns poucos significaram tudo por bastante tempo. Hoje não esitarei em falar dos meus, ou quase meus, trinta homens, hoje estou sacudindo a poeira e guardando dentro de uma caixa colorida todas essas histórias, ou pedaços delas, uma a uma, sem me lamentar por tantas lembranças desbotadas. Porque nada se encaixa? Será que foi porque eu nunca me comportei como uma "prost" e as vezes que eu errei, as vezes que eu magoei, foi por, juro, inocência? Problema deles se foi, não nasci para comer capim, assim como não nasci para venerar o chão que eles pisam. Fecho a tapa colorida da caixa igualmente colorida que abriga tantas histórias em preto em branco. Acabo de guardar todas as lágrimas, dias tristes, desesperos, humilhações, arrependimentos e todo o resto que faz mal a mim. Deixo apenas os sorrisos, lembranças que não soem como perigo de uma recaída, momentos coloridos, assim como a caixa. A música está acabando mas o meu tempo de ser feliz, de ser minha está apenas começando. Sem essa ânsia de viver um grande amor, pois todas as vezes que a tive, eu nunca o tive, sem esse coração cheio de mágoas, sem sensação de alma pesada, sigo minha estrada sozinha, assim como comecei. Um dia quem sabe, eu encontre uns dois, ou três que valeram a pena de novo? Pois é, quem vai saber .. A saideira, por favor, para os trinta homens da minha vida, para os quase trinta que perderam muito mais do que eu no final das contas, para os que não foram nem trinta por cento do que eu ainda posso ser!

Beijinhos :*

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Não, eu não quero ser medíocre não!

Que Tati Bernardi me perdoe por usar sua expressão mas: "Não, eu não quero ser medíocre não!". Eu não preciso fugir do que as pessoas consideram impossível e optar pelo caminho mais fácil, eu posso derrubar as barreiras e chegar aonde eu julgo ideal. Eu não preciso de ninguém para fazer com que eu me sinta bonita, mulher, especial e completa, só o fato de eu estar aqui, viva, com um sorriso no rosto, mesmo que às vezes meio abalado, e muita felicidade para espalhar por ai mostra o quanto eu sou linda, especial e tenho tudo aquilo que preciso: amor próprio. Eu não preciso me adaptar as pessoas que eu não considero boas para estar ao meu lado, eu posso selecionar quem eu quero junto a mim, sem faltar com educação. Eu não preciso me contentar com pouco. Eu não preciso me contentar com uma nota mais ou menos, eu não preciso me contentar com um "meu amor", "gosto muito de você", "pode acreditar que sempre acreditarei em você e conversarei antes de tomar qualquer decisão" ou "minha linda", sem que haja realmente sinceridade nessas frases, eu não preciso me contentar com um gostar mais ou menos, eu não preciso me contentar com um amigo mais ou menos, eu não preciso me contentar com gostar de mim mais ou menos, eu não preciso me contentar com uma vida mais ou menos. Eu não sou mais ou menos, eu sou inteira e a partir dai posso correr atrás para que tudo aquilo que depende de mim seja feito do meu jeito, seja do meu jeito. Não, eu não quero ser medíocre não! Eu não quero ser uma pessoa vazia, eu não quero ser uma pessoa amargurada, eu não quero ser uma má amiga, eu não quero ser uma má filha, eu não quero ser uma má neta, eu não quero ser tudo aquilo que eu repudio. Eu não quero, então, eu não preciso ser. Minha vida é um vídeo game e o controle está nas minhas mãos. Eu posso escolher um adversário fraco para ter a certeza que vou chegar a algum lugar, mesmo que não seja ideal, sem muito esforço ou posso escolher um adversário a altura do que eu posso enfrentar e chegar muito além do que eu posso sonhar. Preciso fazer muitas outras escolhas, pois esta já foi decidida, antes do "game over", antes que não haja mais tempo de ser quem eu quero, antes que eu tenho me tornado alguém sem graça, sem brilho, alguém incapaz de lutar por si mesmo. A grande parte das pessoas não são como meus pais, eu não vou receber um abraço para me acalmar, nem aquilo que eu preciso na hora todas as vezes que um problema surgir. Minha vida é um vídeo game, eu sou uma borboleta. Chegou a hora de sair do casulo, chegou a hora de abrir minhas asas e voar para onde eu quero, não para onde os outros julgam melhor. Mas eu tenho que abrir minhas asas rápido, ou irão atrofiar-se e eu estarei condenada a viver uma vida ditada por outros, ou eu estarei condenada a eterna dependência ao que não depende de mim. Eu sou uma criança andando de bicicleta pela primeira vez, meus pais sempre estiveram ali me amparando mas tenho medo do que possa acontecer quando eles me soltarem. Chegou a hora de aprender a pedalar sozinha, mesmo que para isso, alguns tombos e machucados sejam necessários. Eu brinco com o amor assim como uma criança brinca de correr: eu arrisco para encontrar a felicidade nele, eu corro atrás do que eu amo, do que eu gosto, mesmo que chegue uma hora em que eu me atrapalhe e caia. Eu caio mas eu levanto e continuo correndo. Cair e continuar no chão não vai fazer com que nada aconteça além do meu tempo passar. Eu não posso ficar ali, vendo tudo que eu quero ser levado, eu preciso lutar pelo que eu amo mesmo que isso mude constantemente. Eu não preciso ter certeza de nada além de: EU QUERO SER FELIZ! A partir daí, terei a certeza de que todas as minhas decisões são certas, mesmo que elas não deêm certo, e finalmente poderei gritar ao mundo: Não, eu não sou uma pessoa medíocre não!

Beijos :*

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Acenda a luz, por favor!

Ontem eu tive uma das piores experiências da minha vida. Imagine você que eu estava numa festa dançando, conversando e me divertindo até que reparei num menino. Comentei com a minha amiga e preciso dizer que ela foi falar com ele? Bom, encurtando a história, ele sentou ao meu lado, conversamos um pouco e antes que pudesse rolar qualquer coisa, para minha sorte, ele tirou o boné e a luz foi ligada! MEU DEUS! Ele não era nem um pouquinho bonito, mas eu juro que a situação pode piorar! Em uma determinada hora ele tirou do bolso um cigarrinho, começou a fumar e eu a tossir igual a uma tuberculosa. Pois é, querida, graças a Deus a luz foi ligada. O menino fumante do boné não foi nada além do menino fumante do boné para mim mas mais tarde, antes de domir, uma dúvida ficou me atormentando, latejando, piscando, como aqueles letreiros luminosos, na minha cabeça: quantos meninos fumantes de boné já passaram pela minha vida? Claro que não estou falando no sentido literal mas sim, quantas pessoas que eu achava o máximo na verdade escondiam seu verdadeiro eu por trás de um bonezinho e uma ausência de luz? Perdi já a conta de quantas pessoas eu já me decepcionei ao longo da minha vida. Foram amigos, ficantes, namorados, paqueras, conhecidos .. todas as classificações possíveis. Perdi já a conta de quanto uma situação já me angústiou, já tirou o meu ar, o meu chão, já provocou aquele sorriso bobo no meu rosto, gargalhadas altas, e hoje eu nem lembro direito o que aconteceu. Perdi já a conta de quantas vezes usei as frases: "Não precisava ser dessa forma!", "Porque ele(a) é assim?", "Que decepção!", "Nunca mais vou gostar de alguém como gostei dele!", "Cansei! Nunca mais!". Tudo dito em vão. Tudo vêm, muda e volta, em todos os sentidos. Nada é eterno e se fosse, algumas coisas, mesmo depois de muito tempo, não teriam tanta graça, tanto brilho e não deixariam tanta saudade. Nem todas as pessoas serão sinceras, mesmo que elas não saibam disso, e se fossem, você não teria "aquela" afinidade e bem estar com uma ou duas pessoas. Afinal, você não teria um batalhão de amigos? Nem todos os seus relacionamentos vão dar certo, nem todos os meninos serão de verdade do jeito que você o vê hoje mas pense pelo lado positivo: tem coisa mais gostosa do que virar para sua amiga e dizer: "Nossa, onde eu estava com a cabeça quando chorei por isso?"? Levante a cabeça, lave o rosto e acenda a luz, por favor!

Beijo Beijo :*

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Finalmente, limpei meus óculos!

Andei pela rua e vi tantas pessoas. Tantas pessoas passam por mim todos os dias e eu, num misto de egoísmo, distração e inocência, as vejo apenas como simples pessoas. Hoje tentei imaginar a história de cada um que passava ao meu lado, o que irônicamente meu deu mais força para seguir aquilo em que eu acredito, aquilo que eu almejo ser. Eu tento, juro, mas é impossível não reclamar da vida quando o meu cabelo está feio, quando eu aperto os meus pneuzinhos e digo: "OLHA COMO EU ESTOU UMA BALEIA!", quando eu sempre acho que acabei de perder o último homem da minha vida ou quando eu me sinto horrorossa, mesmo estando com a mesma cara de sempre. Eu tento não ser fútil, assim de leve às vezes, mas não consigo. É maior do que eu. Imaginei quantas pessoas que eu julgo sem importância venceram doenças, superaram perdas de pessoas realmente queridas, passaram necessidades, venceram obstáculos. E eu aqui, reclamando do meu cabelo que nem está tão feio assim. Imaginei quantas pessoas acordam ainda quando está escuro para trabalhar e no final do mês não têm nem um salário correspondente a minha mensalidade escolar, quantas pessoas são injustiçadas pela vida e não têm as mesmas oportunidades que eu estou tendo agora. O poder está nas minhas mãos, a minha vida irá ter o molde que eu quiser. Eu posso escolher, eu posso controlar, foi ai que eu imaginei quantas pessoas são obrigadas a aceitar o que a vida proporciona a elas, não por comodismo, mas por necessidade. E eu aqui, reclamando das minhas gordurinhas que nem são tão gigantes assim. Andando mais um pouco me deparei com tantas crianças e imaginei quantas irão seguir caminhos na contramão, por não terem talvez os pais que eu tenho, por não terem a orientação que eu sempre tive, mesmo quando eu era nova demais para entender o que de fato eu ainda não entendo direito. E eu aqui, reclamando da minha vida por causa de um menino que nem consegue viver longe da barra da saia da mamãe. Me senti péssima, me senti o maior monstro do mundo. Como eu posso parar a minha caminhada por esta longa rua que se chama "vida" simplesmente porque o meu cabelo está ruim, porque a balança não marcou o número que eu quis ou por causa de um frouxinho? Tantas pessoas seguem com fé, com força, com um sorriso no rosto e eu aqui, nem na metade do caminho, derrotada, entregue por problemas que eu idealizei como problemas. Quando eu estava quase no fim da rua eu avistei uma senhorinha, uma velhinha parada olhando para o nada. Na hora senti muita pena. Como deve ser ruim envelhecer, como deve ser frustrante constatar que a sua vida está chegando ao fim, como deve ser ruim ficar parada olhando para o nada. Num súbito e impulsivo movimento eu sorri para a senhora e para a minha surpresa ela me devolveu um outro sorriso mas muito mais bonito do que o meu. O sorriso dela não tinha frustração por ver sua vida chegando ao fim, nem se sentia desonfortável pro estar ali, imóvel, muito pelo contrário, ela tinha muito mais vida que eu! Era um sorriso de orgulho por ter vencido tantas coisas, por ter conquistado tantas outras e mais ainda por estar ali, por ter a oportunidade de contemplar, de se emocionar com a vida que ela pode construir. E foi assim, quase no final da minha caminhada diária que eu percebi o quanto eu posso ser forte, o quanto eu posso ser melhor do que eu sou sem pisar em ninguém com um simples "desculpa", "obrigada", "por favor", "dá licença", o quanto eu ainda posso conquistar, o quanto tudo depende só de mim. Depois desse dia, eu continuei o meu caminho cotidiano pela mesma rua com pessoas diferentes, mesmo que em suas essências fossem iguais as anteriores, mas com certeza eu não era mais a mesma.

Beijos enormes :*

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

No dia em que eu sorri, nosso fim chorou

Hoje eu acordei tão bem, que nem me lembrei dos dias que eu já levantei sem ânimo para encará-los. Hoje eu estudei tanto, que nem me lembrei das vezes que me julguei burra e sem graça. Hoje eu olhei pro espelho e gostei tanto do que eu vi, que nem me lembrei que existiam ali algumas gordurinhas. Hoje eu saí de casa tão feliz, que nem me lembrei que em algumas horas a tristeza bate, me sacode e me faz sentir dores que eu não imaginava que continuavam ali. Hoje eu entrei no meu quarto e fiquei tão feliz em ver tudo bonitinho, tudo do meu jeito, que nem me lembrei que ele já foi palco dos meus choros e ataques desesperados. Hoje eu olhei minhas fotos antigas e me deu uma saudadezinha tão gostosa de mim mesma e de todos os meus sonhos, encantos e descobertas, que nem me lembrei do quanto eu torcia para ter 15,16,17 anos e provavelmente sentirei o mesmo quando tiver 30. Hoje eu me senti tão livre, tão minha, andando com os meus cabelos voando contra o vento, que nem me lembrei das vezes que passei pelo mesmo lugar de cabeça baixa, sem coragem de encarar os fatos como realmente eram. Hoje eu conversei com tantas pessoas que no máximo havia trocado duas, três palavras, que nem me lembrei do quanto eu achava que ninguém poderiam sair, nem entrar mais na minha vida. Hoje eu me senti tão completa, que nem me lembrei do quanto eu chorei por não ter você mais para me completar, ou pelo menos, me enganar que me completava. Hoje eu lembrei de tantos momentos bons nossos com um sorriso no rosto, que nem me lembrei de tudo que nós nos tornamos um para outro hoje em dia. Hoje eu passei por aquele lugar que a gente sempre ia tão tranqüila, com tanta paz dentro de mim, que nem me lembrei das vezes que no lugar dessa paz existia uma angústia enorme. Hoje eu lembrei do nosso fim tanto como uma página virada, tanto como um aprendizado, que nem me lembrei do quanto eu me senti perdida no começo. Hoje eu enxerguei em você alguém tão comum, alguém tão impossível de me fazer feliz de novo, alguém que pertence a um passado tão, mas tão distante, alguém que não soube ser o centro da minha vida por nem ter controle ainda da própria, alguém que no fundo se incomoda tanto por eu não nem lembrar de todas essas coisas mas que é tão medroso que nunca vai admitir, que eu acabei enxergando o quanto tudo pode ser maravilhoso se eu quiser que assim seja, o quanto o percurso que a minha vida irá tomar está somente em minhas mãos, o quanto eu posso ser maravilhosa, diferente, se eu me ver desta forma. E hoje, por não me lamentar mais pela sua perda, pelo nosso fim, que eu senti que o nosso fim se lamentou por me perder.

Beijos :*

domingo, 19 de outubro de 2008

Os opostos se atraem, mas nós somos quase opostos

Você que já foi o motivo dos meus sorrisos, você que já fez valer a pena eu levantar todos os dias só por valer a pena estar ao seu lado, você que já foi o responsável pelos meus pensamentos mais bonitos, você que já fez transbordar em mim a felicidade mais simples possível, você que já foi tudo e mais um pouco, agora, é um quase. Um quase que quase conseguiu tentar de novo, um quase que quase conseguiu me convencer que a culpa era toda minha, um quase que quase não me importa mais, um quase que quase não me deixa ser livre de novo. Eu quase não gosto mais de você, eu quase consigo tirar você de mim, eu quase não percebo mais a sua existência. Mas é ai que eu quase não esqueço que nós somos quase iguais: assim como você, eu quase tenho coragem de assumir decisões importantes e definitivas.

O menor até agora mas um dos mais sinceros! ;)
Beijos :*

sábado, 18 de outubro de 2008

Game over

Eu sou tão sua ainda, apesar de todos os apesares, acredite, eu sou tão sua ainda. Eu ainda me sinto tão presa a você, eu ainda me sinto tão fiel a você, eu ainda me pego sorrindo quando lembro da gente, eu ainda me pego cheia de magoa quando lembro do nosso fim, eu ainda sinto tanto você entranhado em mim. Eu achei que quando eu finalmente visse você tão bem sem mim, eu achei que quando eu finalmente visse que você não ia voltar atrás, eu achei que quando eu aceitasse o nosso fim, eu achei que isso tudo sumiria. Mas não some. Mas quase some toda hora. Os meus choros já não são por você, os meus pensamentos não te focalizam mais vinte e quatro horas por dia, eu já quase não tremo quando sinto o cheiro daquele perfume, aquele que era tão o seu cheiro, eu já quase não em sinto mal quando te encontro, eu já quase não mais lembro de você. Eu olho pra trás e tenho a sensação de que tudo aquilo não pertence mais a mim, que tudo aquilo aconteceu a muito tempo, mas não sei porque eu ainda me sinto na obrigação de ser tão fiel assim a você. Eu não quero beijar qualquer um, eu não quero me envolver com qualquer um, eu não quero amar qualquer um, porque esse qualquer um fatalmente vai me lembrar você. Qualquer um é vazio demais, existe a necessidade natural de preenchê-lo com algo e eu não quero preenchê-lo de você. Chega de você! Tô enjoada de você! Me pergunto se é normal essa falta de interesse de pôr alguém no seu lugar. Há quem diga que é por eu ainda gostar de você, há quem diga que isso é massoquismo, há quem diga que isso é besteira e há quem diga que na verdade eu tô é encalhada. Mas ninguém diz que é normal e, sinceramente, eu acho tão normal. Se tem uma coisa que mesmo sem querer você me ensinou, foi que nada dá pra forçar por muito tempo. Acho que já escrevi sobre isso, né? Mas retomando o meu texto, por quanto tempo vou conseguir forçar que estou feliz com outro alguém? Eu não consigo ser mais ou menos, eu não consigo confiar mais ou menos, eu não consigo amar mais ou menos, eu não consigo esquecer você mais ou menos. Pronto, assumi: eu não esqueci você. Deixa de ser idiota, por favor! Se eu tivesse esquecido você eu não estaria escrevendo tudo isso. Vai ver é por isso que eu não quero te esquecer: eu quero conseguir traduzir esse turbilhão de emoções que é a minha alma. Você, por algum motivo, desenvolveu em mim o dom da palavra quando eram elas que aliviam a minha angústia por não saber como nós ficariamos. Você me deu o veneno e o antídoto. Você injetou em mim a culpa por tudo, que foi percorrendo o meu corpo e corroendo tudo que encontrasse na frente mas, por alguma razão, no momento que nem eu mais acreditava em mim, vomitar no papel tudo aquilo excretou todo o seu veneno. Eu tirei você do pódio, rasguei os planos que fiz pra nós dois, matei o homem perfeito que eu achei que era você e se eu ainda te mantenho vivo aqui, é pra servir de inspiração, é pra me servir, não pra me controlar. Pela primeira vez as regras do jogo são minhas, mesmo que pra isso, te perder tenha sido necessário.

Beijos :*