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terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Feliz ano .. velho!

É, o ano está acabando, e usando aquela frase super clichê de todos os fins de ano: "passou tão rápido"! Diferentemente dos outros anos, eu não tenho esperanças de grande mudanças apenas porque a terra deu mais uma volta ao redor do sol. Meu romã, minhas lentilhas, minhas sete uvas e até a minha calcinha rosa (ok, eu assumo que uso calcinha rosa nos fins de ano! não me achem uma louca a procura de um namorado porque a idéia não é essa) não terão efeito algum se eu continuar com essa minha mania de adorar tudo que já foi. Continuarei vivendo o ano de 2008, ou pelo menos desejando vivê-lo. Passou, e juro que não é da boca para fora, pois pode acreditar, me doi muito dizer isso. Desde que me entendo por gente, não consigo ver nada indo embora. Não conseguia ver meus brinquedos, o que dirá pessoas. Mas sei também, que em um dia qualquer, sem maiores pretensões, me dá uma louca, uma vontade de mudar, e eu jogo tudo no lixo. Então, é isso que eu pretendo fazer, de verdade, com tudo que me impede de crescer: jogar fora. Por que não mudar algumas coisas que julgo erradas? Por que não mudar algumas atitudes? Por que não mudar? Do jeito que eu estou não dá mesmo. Mas no meio dessa vontade real de mudar, sem apenas esperar que Deus olhe por dentro do meu vestido e entenda o porque da minha calcinha cor-de-rosa, me bate um desânimo e tudo que eu consigo enxergar é o meu quarto. O meu mundinho rosa e fofinho, onde ninguém pode me atingir, onde as minhas fotos me lembram dos momentos bons que tive, onde as minhas caixinhas guardam amores que o tempo levou, onde as barbies denunciam a criança que ainda sou. É o meu mundo, mas só eu posso vê-lo, só eu posso entendê-lo. Não sei o que acontece comigo, mas eu não tenho vontade de mover uma palha para nada, ou pelo menos para aquilo que eu sei que não é importante. Aquilo que eu sei que é apenas vício. Tudo que eu quero é acordar as quatro da tarde, sair, comprar, escrever .. Tudo que quero é fazer tudo exclusivamente para meu próprio bem, justamente por estar cansada de me dar tanto para as pessoas. Não virei uma pessoa egoísta com outros, apenas quero deixar de ser egoísta comigo mesma. Tenho vontade de fazer muitas coisas, mas a preguiça fala mais alto. Cansei de dar murro em ponta de faca. Sei que sempre digo isso, mas estou apenas explicitando o que estou sentindo no momento. Deixo a vida ditar o caminho a ser seguido, de qualquer forma, é o caminho que mais cedo ou mais tarde irei tomar. Pensando bem, será que é realmente preguiça? Tenho preguiça de me foder, e quer saber? Se toda preguiça que tiver agora for assim, quero me tornar o Garfield. Não desejo que nada venha fácil, pois tudo que cai facilmente em meu poder me dá nojinho e eu não quero mais sentir nojinho da vida. Nem dos homens que realmente querem estar comigo. Quero manter minha mente ocupada com coisas que eu sei que valem a pena, porque você vai me desculpar, mas perder tantas madrugadas escrevendo textos mela cuecas para você, sem nem ao menos saber se irá ler, já encheu o saco que minhas características femininas não me permitem ter. Eu até queria ter, afinal, queria entender se realmente doi, ou se vocês apenas dão ataque de bicha quando o machucam, mas enfim, não tenho e ponto final. Paciência, infelizmente também, não foi um dom que papai do céu me deu. Sou uma pessoa estranha e acomodada em certos pontos e eu sei disso. Vivo a minha vida de seis meses, três anos, um ano atrás mesmo tendo consciência de que ela não é a mesma em muitos apectos. Tenho medo do que não conheço, mas é aí que mais uma vez você me faz viajar no tempo. Tinha esse mesmo medo exatamente a um ano atrás e olha como tantas coisas ruins mudaram. Me desacomodei e te conheci, te enxerguei. Você fez o meu ano ser um pouco mais feliz mas eu não estou afim de mais uma vez ficar contando dos nossos momentos, brigas, nem de nada de nós, portando fez meu ano ser um pouco mais feliz e fim. O que você devia saber já sabe e se ainda não sabe, por favor, aquela vez que deixou de me ver para ir ao oculista foi perda de tempo. Tinha medo de não passar de ano, mas me esforcei tanto que consegui muito mais do que esperava. Tinha medo de quando minha raiz começasse a crescer, e eu nem me importo mais de sair com o cabelo meio odulado e sem pentear agora. Tinha medo de te perder, e te perdi. Tinha medo de tantas outras coisas, e no final, com ou sem medo, o que tinha que acontecer, aconteceu. O que eu tinha que fazer, eu fiz. Tomei consciência do melhor na hora pois a situação me obrigou a vizualizar uma solução, não porque planejei com trezentos e sessenta e cinco dias de antecedência. É, amanhã entraremos em um novo ano e eu não desejo uma vida perfeita, coberta de flores e alegrias. Tudo que eu quero é estar de bem comigo mesma. Um feliz 2009 a todos, e um óculos para papai do céus diferenciar as calcinhas rosas das vermelhas! hahaha ..

Beijocas :*

domingo, 28 de dezembro de 2008

Quatro meses depois de você, eu de quatro de novo por você. Ou não.

Hoje, após exatos quatro meses do nosso término, trocamos algumas palavras. Tudo bem que não foi do jeito mais caloroso, mas se você não terminou comigo pessoalmente, não era de se estranhar que dessa vez usássemos o mesmo meio. Eu tentei ser a mais seca possível, não por você não merecer toda a felicidade do mundo, mas sim, por eu merecer também. Olha, sei que as vezes, mesmo que você não saiba, pode parecer que eu te odeio, mas é tudo fachada. Se eu ainda conseguisse ter toda aquela coragem, toda aquela esperança, toda aquela fé nos meus sonhos que eu tinha no início, pode ter certeza que essa hora estaria pulando no seu colo. Mas não, eu mudei porque você me obrigou a mudar com a mesma velocidade que me escorraçou da sua vida. As pessoas não acreditam e ouso dizer que nem você levou muito a sério, mas eu sei que o que ainda resta e o que um dia existiu por você aqui dentro, se não é o mais sincero sentimento do mundo, é o mais sincero sentimento que eu já tive. Troquei tantas coisas que eu queria tanto te dizer a tanto tempo por minha única palavra. Sem pontos, sem vírgulas, sem qualquer demonstração de afeto. Desde que você me pediu para aceitar tudo isso e me afastar de você, eu juro, é isso mesmo que eu tento a todo custo, todo dia, a todo momento, a todo instante de nostalgia dos dias mais perfeitos que eu já vivi, mas fique você sabendo que o que eu sinto não vai ser mudado somente por sua vontade. Você não pode me pedir também para deixar de gostar de você, pois se isso fosse possível dessa forma tão simples, pode ter certeza que eu mesma executaria esta tarefa. Ou melhor, esta tarefa já teria sido executada a muito tempo. Eu mereço ser feliz de novo, eu mereço estar bem de novo, não só para conhecer alguém legal, mas também por simplesmente eu merecer estar de bem comigo mesma. Confesso que o nervosismo que eu tive ao ler aquilo, foi mais ou menos como se você tivesse aqui, ao meu lado. Confesso também que olhei durante alguns segundos a sua foto e projetei na minha mente o filme de tudo que um dia nós tivemos. Lembrei que era a sua boca que eu beijava, que era no seu peito e no seu abraço o melhor lugar do mundo, lembrei que os seus braços eram os que me pegaram no colo diversas vezes, lembrei que as suas mãos foram aquelas que me puxavam quando você brigava comigo dizendo que eu não sabia atravessar uma rua direito, lembrei que o seu cabelo era aquele que eu sempre bagunçava só para deixar você irritadinho e por fim, lembrei que a sua bochechinha era minha. Era a minha bochechinha molenguinha que eu gostava tanto de morder. Senti um aperto no peito como a muito tempo não sentia por você. Hoje eu li em um textinho que mandaram para a minha mãe dizendo que a gente nunca pode desistir de quem a gente ama e eu pensei se deveria tentar reverter isso tudo. Tanto tempo já passou e isso poderia ser bom, assim como poderia ser ruim. Poderíamos tentar esquecer tudo aquilo e recomeçar do zero, como o tempo pode ter nos separado de uma forma que nem eu consigo dimensionar. Fiquei parada, sentada na beira da minha cama relendo aquilo por diversas vezes. "Nunca devemos desistir daqueles que amamos.". Não sei se te amo, mas para mim essa frase quer dizer que devemos sempre apostar naqueles que gostamos, e gostar de você eu sei que ainda gosto, e como. Será que eu deveria aproveitar um surto de fraqueza, saudades e coragem no meio da noite para te procurar? Ou deveria me trancar no quarto, forçar o sono e chorar todas aquelas vontades reprimidas simplesmente por saber que na manhã seguinte isso vai ter passado? Sempre passa e sempre volta, eu sei. Mas o que eu queria saber de verdade é se sempre que você passar você vai voltar. É estranho como as vezes a sua existência parece nem ter mais importância, mas é só aparecer algo relativo a você para eu ficar assim remexida e remexer aquilo que eu julgava já estar morto. Você não foi seco, ouso dizer novamente que foi até bem simpático. Ou forçou a simpatia, não sei. Você pareceu feliz por saber que eu não havia te esquecido, mas me pergunto se isso tudo não é um exagero meu simplesmente por ainda, mesmo que só as vezes, te desejar tanto. Respiro fundo, como se tentasse capturar a energia e a força que me falta e fecho os olhos. Espero tudo isso chegar e me balançar. Vou para o lado, vou para o outro, vou para a frente. Espero o desespero chegar e ir embora, assim como sempre faço. Abro meu olhos e continuo no mesmo quarto, na mesma cama, com a única pessoa que se mantém sempre fiel a mim, sempre ao meu lado, sempre me dizendo para "deixar para lá" mesmo sendo correr de volta para você tudo que ela mais quer: eu mesma. Tento mas não consigo conter minhas lágrimas, então olho para o céu como a muito tempo não olhava. Respiro fundo novamente, fecho e abro os meus olhos e digo a papai do céu: "Olha, coloca no meu caminho alguém tão especial quanto ele, alguém que me faça tão bem quanto ele me fez, porque sentir tantas coisas bonitas como essas que eu sinto aqui dentro e ter que ignorá-las ou simplesmente me contentar em transformá-las em textos é desperdício demais. É desperdício demais sentir tudo isso aqui dentro e não poder dar para ninguém."

Beijocas :*

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Palavras apenas, palavras pequenas

Dizem que a única forma de não se decepcionar com alguém é não esperando nada do mesmo, mas vamos ser sinceros: a gente sempre tem uma expectativa muito grande perante quem a gente gosta. É algo instintivo, invonlutário, não tem nada haver com falta de auto-realização. O fato é: decepção faz parte. As pessoas tem uma grande mania de posarem de corretas, de companheiras, de as que sabem tudo e que elas sim, tem o maiores problemas, as maiores diversões, os maiores amores e todos os outros superlativos possíveis. É assim com todo mundo. O que a gente realmente aprende com o passar do tempo, e claro, com porradas que a gente toma, não é não se importar, pois sempre doi da mesma forma. A gente aprende a calar e engolir tudo que implora para ser posto para fora. É muito difícil assumir o comportamento errado, a ausência de companherismo a quem realmente merece, a ignorância, a importância alheia, não por maldade, por natureza, e não há nada mais imbecil do que nadar com uma canoazinha contra a corrente natural. Calar economiza palavras ditas inutilmente, desgaste excessivo e irritação, portanto, ser muda na maioria das vezes faz bem. Calar não significa ausência de argumentos, de sabedoria, de razões, muito pelo contrário, só pessoas muito bem preparadas conseguem dizer o realmente básico e impactante. Calar não significa engolir sapos e sim, não transformar sapos em leões. Deixá-los apenas assim como realmente são: sapos. Leões são animais selvagens e viver com algo selvagem dentro de você significa se auto-destruir. Calar não significa permitir, entender ou concordar com o comportamento alheio, e sim, com o seu próprio. O mundo mau, diferente dos de contos de fadas, sempre existiu e cabe a nós calarmos tudo aquilo que grita dentro de nosso ser para que o eco não seja algo muito pior. Se calar por algo que sabemos que será inútil perante nossas palavras não é fácil, pois precisamos aliviar momentaneamente nossa dor, raiva e revolta. Precisamos mostrar o quanto aquilo nos incomoda e o quanto não mereciamos tal fato. Se fazer de vítima, assim como se calar, é algo instintivo, invonlutário e não tem nada haver com falta de auto-realização. Analizando friamente e generalizando todas as situações possíveis, é quase uma certeza que tudo que é realmente essencial não é fácil, portanto, deixo assim, subentendido o sentido geral do texto e chego ao fim com a teoria de sua gênese: palavras demais são sintomas de pessoas sem opiniões sólidas. Me calo por mim, me calo pela minha paz de espírito. Não por falta de vontade.

Beijos :*

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Malandro demais se atrapalha! - O que você nem merecia que eu escrevesse

"Enquanto você tá indo, eu tô vindo!". Realmente, vêm tanto que estava ali, no mesmo ponto que eu. Eu, quem você julga tão criança. "Você ainda tem muito o que aprender!". Realmente, devo ter. Não sei. A única coisa que sei é que não é você a pessoa capaz de me ensinar! Apesar de tudo, eu juro, eu continuo levando fé nas pessoas, eu ainda acredito no mundo dos meus sonhos. Perdi a conta de quantas vezes me decepcionei. Na verdade, eu sempre me decepciono pois construo em cima das pessoas expectativas sem certeza de retorno. Mas é o meu jeito, eu só consigo ser feliz assim. Meu jeito? hahaha .. Do que eu estou falando? Você não me conhece. Eu errei, eu sei que errei. Errei por querer te poupar das minhas verdades. Eu sou fresca quando o assunto é pessoas. Uma frase, uma piscada, ou um movimento errado faz o meu nojômetro subir até o nível dois mil e quinhentos e ficar a ponto de explodir, espalhando mercúrio por toda a parte. Mercúrio envenena, mercúrio mata. Peguei nojinho de muitas pessoas e muitas dessas vezes me senti culpada ao mesmo tempo pois, pensei eu, esse meu jeito masoquista, esse meu jeito de adorar uma porradinha, ainda vai me levar ao fim do poço. Te polpei por não achar justo chegar e simplesmente falar: "Oi! Olha só, me irrita você não me olhar nos olhos enquanto fala, você ter um riso mongoloide e ter alguns comportamentos imbecis! Foi uma decepção o nosso encontro! Tchau!". Que monstro sou eu! Que pessoa crítica sou eu! Só enxergo o meu umbigo, que no final das contas, nem deve ser o mais bonito. Eu sei, foi por isso que eu te poupei, mas te poupando eu não fui honesta, nem com você, nem comigo. Eu realmente achei que você sentia aquelas coisas bonitas que falava para mim. Tudo bem, eu cortava uns quarenta por cento, mas colocava a minha mão no fogo pelos sessenta restantes. Eu achei que poderia "dar tempo ao tempo" para surgir aquele tesãozinho de leve por você, só esqueci que era eu quem nunca acreditou no tesãozinho com o tempo. Eu apostei as últimas fichas do meu emocional em você, porque eu achei que poderia cuidar de mim, mas quando você deitou no meu ombro encolhidinho, eu percebi que não seria capaz. Eu queria colo e você estava praticamente no meu. Não dá, cara! Eu sou uma pessoa neurótica demais para ainda ter que suprir as suas paranóias. Você disse que foram poucas as vezes que conseguiu ficar com uma menina mais de duas vezes e isso fez doer o meu coração. Não, eu não posso! Eu tenho que tentar! Se ele é o cara que eu tanto idealizo na teoria, porque na prática eu quero um carrasco? Não, Caroline, para de ser imbecíl! Eu tentei, te juro que eu tentei, mas eu sou tão transparente que te evitava ao máximo, mesmo no fundo não querendo te evitar. Um dia, você cansou. Aleluia! Isso mesmo, me dá um pé na bunda, sai por cima! É isso que no fundo eu quero! Quero sair como a babaca, mas eu mesma não consigo fazer isso! Lembrei então que um dia você me disse que fazia tudo errado e dessa vez, infelizmente, não foi diferente. Em um misto de infantilidade, orgulho ferido e cuzãozisse, como diria o Gustavo, você deixou a sua máscara cair. Faltava tão pouco .. Custava você me enganar só por mais alguns momentos? Te idolatraria pelo resto da minha vida! Mas não, eu adoro me relacionar com homens que fazem questão de acabarem a história como os babacas, não me dando a honra de ocupar o posto que eu tanto almejo. Ô carma, hein? Tudo bem se você não acredita em mim, porque aqui dentro, está tudo nos conformes, porque quando eu deito a cabeça no meu travesseiro de flores roxinhas, os meus sonhos são mais floridos ainda. Eu sei bem quem sou. E você, quem é? Você é o menino fofinho que falava que não ficava com mais ninguém porque se sentia bem comigo, ou aquele que esfregou na minha cara o quanto ingênua eu sou por não perceber que existiam muitas outras? Você é o menino dos beijinhos intermináveis antes de desligarmos nossos computadores e irmos dormir, dos elogios repentinos me fazendo sentir mulher de novo, me fazendo sentir viva de novo, ou aquele imbecil que encontramos em qualquer lugar provando que qualquer coisa é válida para "pegar", "comer"? Palavriado baixo para um pessoa mais baixa ainda. Ele nunca foi o responsável por não estarmos bem. Éramos um pseudo-casal, e pseudo-casais, assim como casais propriamente ditos, são formados por duas pessoas. Você jogava a culpa da sua incopetência em cima de uma pessoa que você mal conhece, ou seja, qualquer coisa, por pior que fosse, poderia te superar. Ele ficou arquivado, mesmo que com alguns borrões, em um passado bonito e gostoso de lembrar, diferente de você, que entregou todo o nosso pouco à inquisição. Decida quem você é, mas não decida por mim, decida por si mesmo. Depois que eu saí daquela sala de cinema, pensei que tinha descoberto porque sua vida amorosa era daquele jeito que você me descreveu, hoje eu vejo que me enganei novamente. Não era só por aquele motivo. Pessoas como você, são tão transparentes quanto eu. Vou te confessar mais uma coisa que ficou pendente: desde que você me contou a história do seu amigo na reserva, eu senti um mal estar de leve com você. Desde que eu olhei para você e percebi que falava sem olhar em meus olhos. "Quem não olha nos olhos enquanto conversa, não é boa pessoa!", já dizia minha mãe! Você deixou passar a pessoa pequena que era, mas eu, na minha grandeza de querer elevar você até o posto mais alto do meu coração, relevei. Assim como relevei tantas outras coisas e me arrependi. Decida quem você é, mas decida longe de mim. Não pense que eu me sinto superior pois não me sinto. Me sinto mais baixa do que você, por ter caído de um ponto tão alto, mesmo que isso não me importe, mas não me sinto inferior. Chegando ao final, quero lhe agradecer por três coisas: obrigada por ter me dado o doce sabor de provar para alguém, que mesmo eu tendo um pouco de magoa, é responsável, juntamente por com outras coisas e pessoas, pelos meus sentimentos, textos, palavras e atitudes mais nobres e bonitos, que o mundo dá voltas, e você sabe sobre o que estou falando. Obrigada por mais um texto, que provavelmente no futuro, fará com que eu realize um grande sonho, mesmo que em cima de alguém tão pequeno. E obrigada por ter me livrado de alguém como você, alguém tão insignifcante, alguém tão venenoso, alguém que eu não quero por perto, antes que eu pudesse entregar tudo de melhor que existe em mim. Como diria o ditado: "Malandro demais se atrapalha!". Texto merda, para uma pessoa mais merda ainda.

Uma beijoca :*

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Minha nada mole vida

Eu sou insuportável, às vezes nem eu mesma aguento ser eu. Eu mudo de humor assim como minhas conhecidas de atuais, e olha que eu daria tudo para ser ao contrário: queria desencanar na mesma velocidade que passo do alegre para o triste ou irritada. Se nem eu mesma me entendo, não me surpreende você não me entender. Eu realmente não sei o que eu quero da minha vida e não posso exigir que você pare a sua por isso. Estar mal realmente não me dá o direito de te tratar mal, concordo com você, mas tente entender que ser eu não é fácil. Tudo isso para mim é um grande desafio. Gostar de novo, me entregar de novo, matar o meu passado e exorcizar os meus fantasmas na velocidade da luz é doloroso, é reviver toda aquela agonia de novo. Seria mais fácil se eu estivesse sozinha para não pensar em simplesmente mais nada além de mim mesma, além do meu próprio bem estar, mas estar com você, muda todo o percursso. Eu sou pequena demais para carregar a responsabilidade de uma vida. Eu não consigo nem carregar a responsabilidade da minha direito ainda. Mas eu juro, eu queria que a gente desse certo. Eu queria sentir friozinho na barriga de novo, eu queria sentir o mundo parar de novo, eu queria sentir aquele tesão todo misturado com carinho de novo, mas pensar no "de novo" me dá medo. Eu sou filha única, eu nunca fui obrigada a dividir nada, e agora, do dia para noite, você cobra de mim uma vida a dois que você mesmo afirma que não existe. Sim, eu sou egoísta com você. Mesmo não querendo ser, eu sou. Eu adoro quando você baba o meu ovo e me faz sentir mulher de novo, desejada por cada milímetro do meu corpo, mas isso não significa que eu vou venerar o chão que você pisa. Pelo menos por enquanto. Eu não consigo porque acima de tudo eu tenho um medo e um repúdio automático sobre tudo que é novo. Sim, eu tenho medo de gostar e me ferrar de novo, e não adianta me dizer que você nunca vai fazer algo ruim para mim por ninguém normal termina, briga ou magoa porque sente tesão nisso. E você é normal, eu sei. Mesmo não querendo cobrar, eu cobro de você uma exclusividade que eu não te dou. Eu assumo, cobro mesmo. Me mordo de ciúmes, não saio com você porém me faz subir pelas paredes quando você sai, mas me entende, nem eu consigo entender porque eu faço isso. Se você quiser ir, pode ir, te dou razão, só não diz que eu estou empacando a sua vida. Por favor, para com essa mania que homem tem de levar tudo ao pé da letra. Eu sei que você não disse que eu empaco, mas se importar quando os outros (lê-se: outrAs) dizem que eu "pago" paixão explicitamente é a mesma coisa, e você sabe. Não, eu não tô querendo marcar território, por mais que eu marque. Sei lá, no meio da madrugada, quando eu acho que só existe eu acordada nesse mundo, me dá uma vontade muito grande de ter você ao meu lado. Me dá vontade de pular no seu colo, de dormir nos seus braços, de te beijar até aparecer aquele céu lindo indicando a transformação da noite em dia e eu sentir aquilo tudo de novo, e eu sentir o mundo de novo. Tudo bem, isso tudo poderia acontecer, mas eu sou estranha e não deixo. Eu sei. É por essa razão então que eu te mando todas aquelas mensagens e se eu deixo explícito o quanto eu queria te ver e implícito o quanto que eu queria que você fosse o novo amor da minha vida com data de validade, é porque às vezes eu tenho vontade de gritar para o mundo o quanto eu me sinto feliz e viva de novo. Quem sabe, isso seja só mais uma prova do meu egoísmo. Você acha que somos parecidos, mas quer saber a real? A gente não tem nada haver. Confesso que o seu jeito é meio estranho para mim, mas como eu sou estranha também, acabo gostando de você mesmo assim. Eu reclamo de você, eu acho que você não me completa, mas é em você o meu último pensamento antes de dormir, mesmo às vezes sendo só um: "Será que eu tô agindo certo?". Eu se fosse você, já tinha me mandado pastar. Ou não, porque eu gosto de sofrer, mas isso não vêm ao caso agora. Tudo bem se você mandar, não vou ficar chateada com você. Só não diz que a culpa é minha, que eu empaco a sua vida, que eu te trato mal, que o que eu falo ou faço te magoa. Você sabe, foi assim que terminou o meu último relacionamento. Não, eu não quero me sentir um monstro de novo. No meio disso tudo, tem muitas coisas legais, sabia? Eu garanto. Tudo bem que eu não sou garantia de nada, mas não custa tentar. Eu sou orgulhosa, eu vou te ignorar mesmo, mas entende, é o meu escudo contra tudo isso que eu desconheço e mesmo assim temo o final triste. Se você quiser desistir, se você quiser acabar o que você fez questão de afirmar que nunca existiu, se você quiser ir, vai. Pode ir, mas me faz um favor: vai de uma vez. Não me mata aos poucos, não me faz ter vontade de não sorrir para a vida logo agora que eu decidi sorrir eternamente. Mesmo a gente não tendo nada, como você disse, mesmo eu sendo esquisita, como eu disse, mesmo a outra merecendo mais você do que eu, como nós dissemos, vai me matar ver você indo e vindo. Vai logo para passar logo a minha dor de cotuvelo também. Ou fica, se você quiser ficar, mesmo sabendo que eu sou assim, meio estranha, meio neurótica e que fatalmente vou fazer algo que você não gosta e estragar tudo mesmo não querendo. No final das contas, que irônia, esse foi, mesmo sem sentir, um texto dedicado totalmente a você. Você sabe que o meu mundo é escrever, você sabe que eu escrevo o meu mundo, e justamente quando você diz que vai, justamente quando você reclama que eu escrevo dele, eu escrevo sobre você. Sim, eu sou estranha. Não, eu não quero ser a coitadinha, mas você não imagina como é difícil ser eu.

Beijos :*

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Provisória ou definitiva, essa é a minha despedida

Faz mais ou menos quatro meses, mas parece que faz quatro séculos. Você disse que estava tudo bem, como uma mãe diz para o filho que vai comprar só para conter aquele escândalo todo, só para não ser mais pertubada e não se sentir mais mal por não poder realizar os desejos de alguém que depende tanto assim dela, e quando eu virei, deu aquele tiro na minha garganta, cuja bala encontra-se ali alojada até hoje: "Espero que você não fique chateada comigo e que possamos ser amigos como antes de tudo isso acontecer entre nós.". Pronto, sua consciência estava limpa agora, mas como diz minha avó: "Não se despe um santo para vestir outro.". Você estava limpo, e eu estava me afundado a cada segundo mais na merda que era a sua ausência. A cena mais triste que ainda guardo comigo, sem nem ao menos querer guardar, foi quando voltei para casa, após ler tudo aquilo. Fiz o caminho inverso do nosso primeiro beijo. Em todos os sentidos. Enquanto nós tinhamos vindo, eu estava indo. Indo de volta para o mundo vazio antes de você. Estava chovendo e eu juro que nunca senti tanto frio. Nem fiz questão de abrir o guarda-chuva, queria me molhar mesmo, queria sentir que eu existia, que eu estava viva, porque parecia que tinham sugado tudo de dentro de mim e deixado apenas a carcaça. Chorei, chorei como tinha vontade de chorar a tempos. A dor de ver você indo trouxe consigo a dor de tudo ao meu redor, a dor de todo o meu passado. Não era um choro por você, de fora para dentro, era um choro por tudo encrustado em mim, de dentro para fora. Me sentia fraca, por olhar para o lado e perceber que eu não tinha mais você, que não tinha mais a minha barra de apoio, mas ao mesmo tempo me sentia forte para gritar, para todo mundo ouvir, ouvir a minha dor. Não, eu não queria sofrer sozinha. Não, eu não queria que me tirassem da minha merda. Eu queria te puxar para a minha merda. Durante tanto tempo eu quis que você percebesse que eu existia, que eu estava ali, que eu estava sofrendo. Fazia de tudo para ser notada e até arrisco dizer que consegui. Mas não, era pouco. Queria que você sofresse. Talvez, você sentisse, mesmo que de leve, tudo isso, mas continuava sendo pouco. Queria que você sofresse, mesmo no fundo não querendo. Você sofrer ou não, não faria as coisas voltarem a ser como éram, mas alimentaria o meu orgulho idiota, a única coisa que me restou depois de sessões de massoquismo humilhante constituidas por telefonemas e mensagens ignoradas. Durante todos os dias que seguiram, eu desejei você de todas as maneiras. Desejei você com orgulho e superioridade de quem quer maltratar, humilhar, desejei você com humildade de quem não se importa de estar por baixo, desejei você perto ou longe, desejei você acompanhado ou sozinho, desejei te abraçar ou te jogar na minha cama. Te desejei sempre, mesmo quando desejei não te desejar mais. Eu ainda creio que nós não morremos. Pela ordem natural da vida, só morre aquilo que nasce e nós fomos apenas um projeto. Nunca projetei em você a paternidade dos meus filhos, mas era nos seus braços que eu queria me aconchegar, era na sua cama que eu queria morar para sempre. Nunca projetei o nosso casamento, mas era o seu sim que eu queria ouvir depois que eu te perguntasse se você aceitava passar o resto da vida comigo. Nunca projetei o nosso final feliz, porque mesmo você tendo odiado quando eu falei, eu sempre soube que não acabaríamos bem, mas era só com você que o meu mundo ficava colorido, era só com você que eu me sentia mulher de verdade. Quando eu te olhava, era impossível não imaginar o dia em que você não soltaria mais a minha mão, o dia em que andaria ao meu lado tão feliz quanto eu por estar ao seu. Te olhar era mágico, era olhar a personificação de tudo que eu sempre quis ter e sentir. Eu não sei se te amei. Se não, cheguei perto. Eu juro. Faltava pouco para eu me entregar por completo, faltava pouco para eu fazer um pacto com o demônio para nunca mais deixar de te querer tanto, porque eu me encontrei justamente quando me perdi por você. Mas isso já faz tanto tempo, ou melhor, mas isso parece que já faz tanto tempo. Hoje eu quis escrever tantas coisas para você, mas justamente por não fazer mais questão de você saber, eu não consegui. Hoje eu consegui encarar com naturalidade a sua presença nesse mundo, a sua ausência no meu, e a sua insignificância de fato. E eu juro, isso não doeu. Hoje eu consegui até rir ao enxergar nas suas fotos aquilo que era impossível a um olhar apaixonado: você como é de fato, você longe de toda a minha idealização. Ver você feliz com seus amigos, ver você feliz sem mim, ver você feliz com outra, começaram a ter o mesmo poder sobre mim que um miojo sabor carne: cansaço. Cansei de comer miojo, assim como cansei de tentar arrumar um espaçozinho na sua vida para mim, assim como cansei de dedicar a melhor parte do meu ser para alguém que nunca soube diferenciar eu achar que ele não valia nada, ou eu tentar me acostumar com o dia em que ficaria completamente perdida sem ele. Tentei tanto ser mais mulher, mais bonita, mais interessante para você voltar comigo, que no dia em que eu não desejei mais seu regresso, eu finalmente constatei que eu era mulher, bonita e interessante demais para você. Não pense que é dor de cutuvelo, é lógica, é magnetismo: um imã de geladeira não consegue puxar para si uma escada de ferro. Se me perguntassem a 4 meses atrás o que eu mais queria, eu responderia: que ele volte. Hoje, eu digo para você, hoje eu digo para o mundo: eu quero ser feliz. Só. Simples. No final das contas, volto a ser, volto a contar com quem na verdade sempre contei: comigo mesma. O meu mundo volta a ser o mesmo, com ou sem você. Mais triste do que o nosso fim, mais triste do que o fim do meu quase amor, seria eu nunca mais conseguir te tratar como você merece, como você naquele dia me tratou: como porra nenhuma.

Beijoquinhas :*

domingo, 14 de dezembro de 2008

O viciado controla o vício

Eu menti, eu não deixei de pensar em você um dia se quer. Desde o dia em que eu deitei na cama da minha avó, cansada de tantas conversas sem sentidos de família, e imaginei como seria lindo você ali comigo, me separando desse mundo sem graça que é o meu, eu imaginei todos os dias quando você iria vir para ficar. Eu lembro do quanto eu torci para entrar alguém diferente naquela sala e do quanto decepcionada me senti quando você entrou por aquela porta. Você me parecia meio estranho, meio magro demais, meio sem graça demais, com uma boca meio torta, não sei. Para piorar, com dois dias de convivência você já implicava comigo, fato que se repetiu até a nossa última palavra trocada. Você continuava meio estranho, mas me ouviu com atenção e interesse quando eu cheguei toda vestida de amarelo, feliz da vida e te contei de como tinha conseguido resolver as pendências da minha vida. Que irônia! Acho que só resolvi as pendências para conseguir depender por completo de você. Tinham que mandar nós calarmos a boca, você lembra? Você concordava com tudo que eu falava seguido de um "né?" e eu comecei a achar o máximo te contar dos meus desastres amorosos e ouvir suas histórias sobre meninas profanas. Bom, pelo menos era um estranho legal. Eu tinha a impressão de que te conhecia a anos, porque me sentia tão a vontade com você, tinha uma risada tão sincera com você, que até esquecia que existiam outras pessoas nos ouvindo. Um dia, eu olhei para o lado e nem te achei mais tão estranho, tão magro e com uma boca tão torta. Eu até comecei a achar bonitinho o seu lábio levantar um pouquinho e as suas perninhas fininhas naquelas havaianas do Brasil que durante tanto tempo eu achei o cúmulo da cafonisse. Deus adora me sacanear! Senhor, eu pedi um loirinho, fortinho, de olhos claros e você me manda um moreno, magro que quando corta o cabelo parece o Pink, do "Pink e Cérebro"! Não, erraram o endereço .. Não pode ser ele .. Será? Não, eu que errei. Era ele mesmo. O homem que eu tinha tanto desejado e esperado era o mesmo homem que eu achei tão estranho a primeira, segunda, e terceira vista. A estranha no final das contas, acabou sendo eu, pois poderia ser normal aquela tremedeira toda só de te ver ali, paradinho, esperando só por mim? Enlouqueci com você, ou melhor, você foi quem me enlouqueceu. Você me fazia subir pelas paredes e ao mesmo tempo aquele seu sorriso, aquele seu cafuné, lavavam toda a minha passarela de pensamentos sujos. Se toda drogada se apaixonasse assim, os traficantes iriam a falência. O seu cheiro, o seu beijo, o seu abraço, o seu sorrriso, a sua presença foram as drogas mais pesadas que eu já experimentei. Me tornei uma dependente, me tornei dependente de você e no dia em que terminamos, eu entendi o que é uma crise de abstinência. Tomei consciência da gravidade da minha situação, de como é perigoso depender tanto assim de algo que não dependia de mim, então, resolvi me internar. Me isolar com a minha dor e reconstruir tantos planos que eu, inutilmente, dediquei a você parecia uma boa idéia mas não o objetivo de uma clínica de reabilitação qualquer. Então, foi aí, meio sem querer, que eu descobri o melhor lugar que poderia existir para o meu caso: o meu blog. Deixei completamente de lado as opiniões alheias divergentes a minha, pois foi aqui que eu amenizei e traduzi vários momentos incompreensíveis a corações virgens de um gostar igual ao nosso e consegui trazer você um pouquinho para mais perto de mim, mesmo que fosse obrigada a ver a minha droga se desfazendo a cada linha terminal. Seu aniversário está chegando e eu precisava explicar para alguém, explicar em algum lugar, mesmo que na verdade eu queira explica para você, que o simples "parabéns" que eu te darei, quebrando a nossa dieta de palavras, esconde muito mais do que votos de felicidade. Esconde sorrisos, esconde lágrimas, esconde esperança, esconde uma vida nova, esconde a aceitação do nosso fim, mas acima de tudo, esconde sonhos. Esconde todos os sonhos que eu sonhei por mim e sonhei por você, que mesmo após sua destruição, o esboço se mantém vivo no meu coração, na minha memória, assim como você. Você nunca deixou de estar aqui dentro de mim, eu apenas consegui te colocar atrás de um cordão de isolamento. Te isolei da minha realidade, mas te isolei também de tudo que pudesse romper as lembranças boas que ainda seguem juntas a mim. É esse sentimento puro que me mantém tão viva e superior. Ver você com outra pessoa doi menos do que simplesmente ver você. Ver você acompanhado é consumar pela miléssima vez o nosso fim, ver você sozinho é voltar a me drogar de falsas esperanças. Um ex-viciado é sempre um ex-viciado, mas só se entrega novamente as drogas aqueles que assim desejam.

Beijocas :*

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Tô de saco cheio

Tô de saco cheio e fico mais de saco cheio ainda quando me perguntam: "Tá de saco cheio de mim?". Não, eu não tô de saco cheio de você mas fico de saco cheio porque depois da sua pergunta eu não posso simplificar minha vida e generalizar minha saturação com um simples: "Tô de saco cheio de tudo!". Não é de uma coisa só, mas não é tudo, nem eu sei direito. Então, por favor, me deixe com o meu simples: "Tô de saco cheio!", obrigada. Tô de saco cheio de ir dormir quando já tá claro e acordar quando tá quase escuro. Meu dia parece que não passa, mas pensando bem, ultimamente não faz diferença se ele passar ou não. É sempre essa mesma merda, é dessa mesma merda que eu tô sempre de saco cheio. Eu tô de saco cheio de tentar salvar navios que estam naufragando. Foda-se, que naufraguem! Se o próprio capitão não se importa, não sou eu quem vai. Pelo menos, tentarei. Eu tô de saco cheio de ser invisível para algumas pessoas. Ei, eu tô aqui! Eu tô aqui, poxa! Não, pera aê .. Não, eu tô aqui embaixo! Não pisa! Ploft .. E sabe o que me deixa mais de saco cheio? Não ser invisível justamente para quem eu daria tudo para ser. Merda! Tô de saco cheio! Tô de saco cheio daquelas janelas pretas do Discovery Messenger subindo, subindo, subindo, me lembrando quantas pessoas insignificates vêm falar comigo e me impedindo de enxergar as janelas de conversas que eu realmente queria enxergar. Tô de saco cheio das minhas fotos no orkut, das minhas comunidades, dos meus scraps, do meu BuddyPoke. Tô de saco cheio de internet, mas por alguma razão meio compulsiva, ou até quem sabe, massoquista, eu não deixo de conectar essa porcaria um dia se quer, nem tenho peito para apertar o "encerrar essa conta". Tô de saco cheio de não sentir aquele tesão, aquela paixão, aquele conforto como quando eu te abraçava. Tô de saco cheio de ainda ficar tonta e me sentir mal quando te vejo, de lembrar com lágrimas de toda essa merda que nós nos tornamos, de sempre fugir de tudo relativo a você e tudo sempre explodir na minha cara, como fogos de artifícios em comemoração a aniversário de traficante. Tô de saco cheio do meu mundo não sumir mais, de inventar todo dia um novo motivo para a minha felicidade, de estar sempre de saco cheio. Mas quer sabe o que é o cúmulo, aquilo que faz o meu saco transbordar? Você! Tô de saco cheio de você! Você tem sorte de "A Favotira" ser só uma novela e a minha chatisse não ser eterna, pois eu juro, te colocaria na lista da Flora. Mataram até a coitadinha da Vilma, uma cachorrinha tão linda! Porque não matariam você, seu cachorro ordinário? Tô de saco cheio de peneirar o que eu vou falar, de balancear os palavrões, de calar o que me angustia. Tô de saco cheio mesmo, e dessa vez quero que o mundo inteiro saiba. Tô de saco cheio dos "se's", "talvez", "quem sabe". Não é e ponto final. Vamos economizar sofrimento. Tô de saco cheio de sempre correr atrás do mundo e ver tantas janelas bloqueadas para mim, tô de saco cheio de nadar, nadar, nadar e morrer no meio do oceano. Morrer na praia? Quem dera eu chegar tão perto. Queria chutar o saco, tem gente que chuta balde, mas no meu caso seria o saco mesmo. Ah, como eu queria .. Mas o meu saco está tão cheio, que por mais que eu tente, bique e esperneie, ele não se move um milímetro. Não tá entendendo porra nenhuma? Foda-se. Entenda o claro: EU ESTOU DE SACO CHEIO. Por favor, olha para mim, penetra nas minhas palavras, entenda as entrelinhas e esvazia o meu saco. É peso demais para mim.

Beijocas :*

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

O que ainda doi, sem nem ao menos doer

Chego em casa, entro no meu quarto e jogo a bolsa na cama. Tiro meus aneis, meu relógio, minha pulseira, meu cordão, meus brincos. Prendo o cabelo e lavo o rosto. Paro. Fico ali, olhando a água escorrer entre os meus dedos, me lembrando de como o tempo passa rápido e a gente nem tem tempo de se localizar no espaço. Pela primeira vez não foi um sentimento angustiante, pela primeira vez me senti bem e completa sem precisar jogar a responsabilidade disso nas costas de alguém. Mas isso dá medo, então eu choro. Choro porque ser feliz de novo, porque recomeçar, porque tentar enxergar algo no escuro não significa conseguir e eu não quero fracassar novamente. Choro porque não quero fazer com os outros o que fizeram comigo, porque doi a responsabilidade da felicidade de outra pessoa. Tá, eu sou medrosa. Agora me deixe em paz com os meus medos. Hoje eu tive a certeza de que finais felizes nem sempre acontecem, que algumas vezes a gente precisa aceitar o fim. Mesmo que doa, mesmo que sufoque, mesmo que enfraqueça, o fim é a certeza de alguma coisa. É algo concreto, é algo vivenciável, diferentemente de palavras ditas em vão que formam sentimentos e planos em cima de bases de areia. Um dia vem o vento, que por mais que na verdade seja brisa, destrói e leva junto por alguns momentos o chão de quem verdadeiramente gosta. Bobeira é não viver a realidade. Bobeira é alimentar a esperança de desculpas que no fundo sabemos que nunca serão pedidas, bobeira é dar sabendo que será uma doação sem retorno, bobeira é continuar a batalha quando a derrota é certa. Perdemos mais soldados, perdemos mais dinheiro, perdemos, principalmente, mais tempo. Tudo em vão. Hoje, mesmo que com o coração apertado e temor em dizer, posso afirmar que ter lutado tanto pelo nosso retorno foi simplesmente perder coisas em vão. Perdi meu orgulho, perdi litros de água em forma de lágrimas, perdi dias lindos, perdi sonhos e principalmente, perdi tempo. O mesmo tempo que todo dia eu reclamo que me falta, com essa vida agitada de quem ainda se prepara para começar a viver. Perdi, mas não me incomodava de perder se fosse com você. Hoje, quando me deparei acompanhada e com você acompanhado também, eu vi como são vulneráveis os nossos sentimentos. A minha mão estava junta a outra, os meus beijos eram para outro, as minhas palavras fofinhas não eram mais para você, assim como tudo que você fazia não me pertencia mais também. Hoje eu vi que tudo aquilo que foi tão esperado por mim, aquilo que por tanto eu lutei, aquilo que por tanto eu chorei, me angustiei, aquilo que um dia me fez tão feliz, tudo aquilo fico lá atrás, em algum lugar que eu juro não ter o interesse de conhecer. Pela primeira vez não desejei te agarrar, te abraçar e dizer o quanto é ruim a sua ausência, como eu já fiz. Pela primeira vez não morri um pouco por olhar dentro dos seus olhos, os mesmos que ficavam tão bonitos quando você sorria, e ver minha sepultura lá dentro. Pela primeira vez não quis chorar ao ver o homem que eu tanto quis que fosse meu homem com outra pessoa. Pela primeira vez não lamentei os planos que você rasgou sem nem ao menos conhecê-los. Naquele momento, pela primeira vez, eu entendi que a nossa relação vai ser sempre essa. Eu entendi que eu nunca mais vou conseguir olhar na sua cara, eu entendi que toda aquela dor por você ter terminado comigo assim como se termina de comer, simplesmente levantando e indo embora e algumas vezes dando uma gorjetinha como um "mas podemos continuar amigos", aquilo se transformou em nojo, em mágoa, em alergia a falta de hombridade. Se transformou em cimento de orgulho, para que este nunca mais desmorone cada vez que nossos olhares se cruzarem. E você .. Ah, você vai ser sempre um mistério. Nunca vou saber o que de fato passa dentro de ti. Algumas vezes ainda reluto em acreditar que aquele menino por quem eu me apaixonei, aquele menino que tanto me parecia adulto e eu tanto admirava calada, aquele menino que fazia tudo dentro de mim se misturar, aquele menino que eu tanto gostei, que eu tanto desejei que me assumisse assim como eu tanto desejei assumi-lo, eu reluto em acreditar que ele foi aquele fraco, aquele covarde, aquele monstro que me deixou ali, jogada, sem nada. Sem orgulho, sem amor próprio, sem sonhos. Aquele que me deixou derrotada numa cama por diversos fins de semana, aquele que me deixou mal somente com a prórpria presença. Eu nunca vou saber quem foi e quem é aquele homem que eu tanto desejei no início, no meio, no fim e algum tempo após o fim. Essa é a única realidade que eu não consigo aceitar, mesmo que já nem me importe aceitá-la ou não. É a única coisa que algumas vezes me angustia, me doi, sem angustiar e sem doer. É a única lembrança que eu tenho, sem deixar de ter todas as outras. Mas, por fim, é o único motivo pelo qual nós olhamos para trás naquele momento.

Beijocas :*