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sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Discurso de formatura (Deus)

Vivemos na era da globalização, da interação, da quebra de barreiras. Podemos nos locomover na velocidade do som, estar em diversos países em um mesmo dia, ou simplesmente mandar um “alô” para alguém no outro lado do globo. Por sua vez, apesar de tanto progresso, nossas tecnologias são capazes também de aumentar o buraco na camada de ozônio, destruir ecossistemas inocentes a nossa ganância e, como se não fosse o suficiente, eliminar o único mundo que nos acolhe diversas vezes. Cada vez com uma intensidade maior e com menos princípios ousamos na nossa brincadeira de ser DEUS. DEUS? Você acredita em DEUS?
Mecanizamos nosso trabalho, nosso lazer e até mesmo a nossa razão. Acreditamos somente naquilo que é visível e palpável, ou quem sabe, justificável por cálculos matemáticos. Matamos ao logo deste processo que apelidamos de “evolução” os instintos básicos da nossa espécie. Hoje em dia, dificilmente encontraremos alguém que sinta com frequência compaixão, amor, carinho e que saiba perdoar e respeitar o próximo. Esses valores, pregados em todas as religiões, juntamente com o nome de DEUS, ironicamente tornaram-se apenas justificativas para tantos conflitos e guerras.
DEUS, assim como a globalização, ultrapassa barreiras. Acreditar NELE é muito mais do que ser católico, protestante, judeu, budista, kardecista ou umbandista. Acreditar em DEUS é acreditar na vida, é acreditar que estamos aqui com um propósito, e portanto, todos nós, negros, brancos, pardos estamos interligados. Cada um de nós é um elo de uma grande corrente.
Hoje encerramos um ciclo em nossas vidas, talvez o mais significativo até agora. Nossos pais e mestres de guias tornam-se, a partir deste momento, platéia e nossas pernas começam a dar seus primeiros passos sem apoio. De agora em diante é de nossa inteira responsabilidade o destino de nossas vidas e, portanto, de toda a humanidade. Como diria Gonzaguinha: somos as “sementes do amanhã”. E no que as “sementes do amanhã” acreditam? Em Cristo, Maomé, Alá, Buda ou Oxalá? A pergunta correta não é no que acreditamos. A pergunta correta é se nós acreditamos. E a resposta é SIM, nós acreditamos. Acreditamos na vida, nos bons atos e pensamentos. Acreditamos nos homens e no futuro. Acreditamos em toda a humanidade e na nossa força de mudar o nosso planeta. Nós, as “sementes do amanhã”, somos o motor do mundo.
Nossa força provém do nosso DEUS, independentemente do que isto signifique. DEUS é muito mais do que imagens e conceitos pré estabelecidos coletivamente. Cada um dá um nome para esta grandeza quase inexplicável que bate, arrebenta o peito quando se é jovem, quando se tem pouca idade e milhares de sonhos. ELE não está no meio de nós. ELE está dentro de cada um de nós. Não usemos sua relatividade para disseminar o mal e nos lembremos das palavras de um livro mundialmente conhecido, O Pequeno Príncipe: “Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. Só se vê bem com o coração.”.


Beijocas :*

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Passagem de ida (sem volta)

Eu poderia ter me perdido mais no teu peito, me encontrado mais em cada dobrinha da tua pele e quem sabe, ter descoberto a cada respiração ofegante e a cada batida descoordenada e acelerada do meu coração mais motivos para ter me apaixonado por você. Ouça bem, meu bem: eu só queria ter tido novos motivos. Eu só queria ter mudado aquele meu velho discurso de bochechas, inspirações e expirações. Só isso. Mas sei que amor eu não poderia ter sentido mais. Um dia, assim como uma desintegração, com a nova tão velha mania das palavras de desprenderem-se da tua boca como lâminas, você partiu. Viajou para muito mais longe do que aquilo que poderia ter sido e não foi. Acabou. Há quem diga que foi isso que aconteceu, mas eu prefiro acreditar, iludindo-me com a certeza de que a diferença da realidade e da ilusão está nas doses, que o nosso (ou meu) amor virou uma estrela. Uma estrela daquelas bem brilhantes e infinitamente distantes. Estrelas aquelas que nunca esquecemos que lá estão, mas que desistimos ainda crianças de arrancá-las do céu.

Beijocas :*

sábado, 12 de setembro de 2009

Intérfase

No dia da grande estréia, bem que a obstetra avisou: “Essa menina tem um desvio, o coração no lugar do cérebro!”, mas ninguém deu muita importância. Sempre fui como um barril de pólvora. Alguma coisa dentro de mim nunca conseguiu separar a comédia, o drama, o terror e o romance, e eu, não contradizendo as palavras da médica, explodia em milhares de lágrimas e sentimentos. É, eu estava predestinada a ser filme água com açúcar. Cresci e meus pais tiveram que deixar de pensar por mim. Foi assim que me tornei então, campo de experimento de mim mesma, campo de experimento do meu coração. Eu nunca te disse, mas sinto falta da vertigem que era te ter ao meu lado, de descobrir todo dia, entre respirações e expirações na sua nuca e mordidas na sua bochecha, o motivo do meu coração estar no lugar errado: você era, finalmente, o lugar certo. Apesar do meu filme, do nosso filme não ter terminado com “e viveram felizes para sempre”, dou continuidade, pois a platéia espera lá fora. Espero então que de alguma forma você descubra: está guardado. O meu coração quebrado, as cenas cortadas e todo resto. É só você querer montar.
(Texto concorrendo no Tudo de Blog - "Minha vida daria um filme!")


Beijocas :*

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

(Des)umano

Você odiava o meu cabelo preso, eu me lembro bem. Eu me lembro bem que não importava o quanto eu te explicasse como ele estava feio e implorasse para me deixar ficar daquele jeito, para me deixar ser daquele jeito: você sempre puxou o elástico. Quando eu era criança, sempre quis ser aquela menina dos cabelos grandes e lisos. Aquela que é a mais bonita da turma, que não é gorda nem desajeitada, e que todos os garotos no auge da sua idade mental (uns sete anos, depois as coisas começam a declinar) são apaixonados. Aquela que te faz parecer mais feia do que realmente é e traumatiza não só o seu primário, mas toda a sua vida, fazendo você mais tarde achar que seu peito é pequeno, sua bunda não existe e que ele nunca está olhando para você, é sempre para a sua amiga do lado. A mulher que não foi essa menina, com certeza, conheceu uma dessas. O tempo passou, as escovas progressivas, definitivas, marroquinas e indianas foram inventadas e todas nós pudemos, finalmente, sermos felizes. Enfim, expus meu trauma pré adolescente apenas com a função de base para meu argumento: jamais prenderia meu cabelo depois de anos de sofrimento se o mesmo não estivesse realmente "insoltável". Mas o mais engraçado disso tudo, é que mesmo depois de tanta autoridade e convicção, eu ficava feliz de verdade quando estava do jeito que você queria, eu me sentia bonita de verdade quando estava dentro dos seus moldes de beleza, eu me sentia completa de verdade quando você me aceitava. Eu construí um mundo a nossa volta. Um mundo onde ninguém transpira ou se cansa. Onde todos os dias, todas as horas, todos os minutos, eu estava perfeita e a sua disposição, embora eu ache que você nunca prestou muita atenção nisso. Mesmo que não tenha conseguido, eu juro que tentei. Eu tentei não ser humana, porque como diz o ditado: "errar é humano". Desde o dia em que você se transformou perante as minhas retinas e me fez gostar da idéia de os meus filhos nascerem com o queixo um pouco mais pontiagudo, eu dediquei todo o tempo que ainda restava da minha existência na difícil (impossível) tarefa de te agradar. Eu queria ser a mais feminina possível, não só por ter uma alma meio viadinha, mas para você parecer muito mais homem e másculo ao meu lado. Ou será que era para eu parecer mulher de verdade ao seu lado? Não sei. Mas o fato é que quando você me olhou e perguntou o que eu tinha que fazia você sempre querer voltar, eu me senti tão, tão pequenininha e frágil que queria voltar mesmo era para o útero da minha mãe. Eu vivia assim com você: entre antíteses. Entre altos e baixos. Entre me achar mulher fatal e guardanapo usado. Entre dormir feliz por termos saído e acordar com nós separados. Um dia aconteceu. Um dia o seu sorriso ficou meio forçado, seu intusiasmo não era o mesmo do início e você não conseguia esconder, embora negando, o quanto a minha companhia tornou-se um peso. Eu fiquei tão, tão pesada que me machuquei muito quando, inutilmente, tentamos arrastar para o futuro o que eu tinha que fazia você sempre querer voltar, mas que tinha se perdido em algum lugar do passado. Mesmo vendo a cada dia o que nós tínhamos ficar pequenininho até desaparecer, eu nunca derrubei os muros que ergui envolta daquele mundo que construí. Estava ali, como eu gostaria de estar: intocável. Mesmo vendo muitas outras mulheres entrando e saindo da sua vida, eu queria continuar como uma boneca de coleção, esperando pelo dia em que você quissesse novamente me tirar da caixa. Hoje eu até ensaiei uma corrida atrás do seu ônibus, mas minhas pernas não recebem mais motivos para isso. Eu coloquei a culpa no muro pelo meu deslize. Talvez até seja. Talvez eu realmente ainda queira que você me queira, assim como todo homem quer um pedaço de coxa ou de bunda. Sem carinho, sem admiração e sem paixão mesmo. Querer só por querer. Talvez eu ainda nutra essa vontade utópica e imbecil de você sempre me achar linda e desejar até a sua última pontinha de unha não ter me deixado. Talvez seja por isso que eu me senti tão fracassada por estar ali, suada, de cabelo preso e cara lavada. De um jeito que você nunca me desejou ao seu lado. É, talvez. Mas foi naquele instante, entre o passo adiante e a conscientização de que era melhor não correr atrás, que eu olhei uma gotinha de suor no meu braço e descobri: ufa, voltei a ser humana!

Beijocas :*

domingo, 6 de setembro de 2009

Intransitividade

- Você hoje em dia me chama de garota, mas olha que lindo o que eu achei aqui.
(pausa)
- O que tem de lindo?
- Não sei se lembra, mas foi você quem me mandou isso.
(risos)
- Sério? Você conhece as minhas amnésias.
- Infelizmente conheço.
(silêncio)
- Por que você ainda guarda isso?
- Eu tinha até esquecido, mas achei aqui. Guardei porque era um motivo bom para lembrar de você, no meio de tantos ruins.
- Você não tem mais o que fazer mesmo.


Beijocas :*

domingo, 16 de agosto de 2009

Greenpeace, Emotionpeace

E no meio de tanta violência, de tantas armas e de tantas balas perdidas, eu percebo, mais a cada dia, que o verdadeiro perigo do mundo são as próprias pessoas. Ao invés de usarmos coletes especiais, deveríamos blindar nossas almas e nossos corações. A vida é delicada, mas realmente vulneráveis são os nossos sentimentos. Todo estão muito preocupados em não desperdizar água, em poupar energia, em preservar o meio ambiente .. Por que não podemos, então, não desperdizar, poupar e preservar o que sentimos? As nossas lembranças, as nossas saudades. Cada um de nós vem ao mundo com uma língua própria e é inocente demais pensarmos que qualquer um poderá decifrá-la. Dias, semanas, meses, anos, séculos passam e entre tantas guerras em nome de Deus e destruição em nome do progresso, eu continuo com essa coisa pré-histórica no meio do peito. Antiga demais para ser lembrada e moderna demais para ser entendida. Carrego comigo pessoas que existem, mas que eu própria moldei. Pessoas que se assustam com o que poderiam ser nesse mundo que construí. Pessoas que a todo momento querem ir embora desse mundo que me foi imposto. Levo comigo a saudade do que existiu somente dentro de mim e que nem por isso é menos real, a vontade de seguir em frente, mas querendo retroceder. Sinto-me em um tiroteio de emoções e volto a ser o que talvez nunca deixei e deixe de ser. Volto para debaixo das minhas cobertas e apenas, com os cílios um pouco molhados, ou não, fecho meus olhos. Aceito o que me é dado, aceito a vida que deve continuar seu curso natural. A vida continua, sempre continua.

Voltei, gente! :) Sou uma vestibulanda, né? hahahaha .. E juntar tempo e inspiração anda difícil ..


Beijocas :*

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Carta para Marta Medeiros



"Com base nos textos trabalhados em sala, de autoria de Lya Luft e Marta Medeiros, escreva uma carta argumentativa, endereçada a uma das autoras acima referidas, respondendo à seguinte questão: "Você tem fome de quê?" Um dos argumentos deverá, obrigatoriamente, apoiar-se em uma idéia da autora a quem você não está se dirigindo, citando-lhe o nome. Sua redação será construída em estrutura de 4 ou 5 parágrafos. Faça uso do tratamento "a senhora", bem como do registro da língua padrão. Utilize caneta preta ou azul."

Rio de Janeiro, 01 de junho de 2009

Senhora Marta Medeiros:
Eu, pequena admiradora dos seus textos, venho por meio desta carta explicitar minha fome. Suas palavras foram bombas calóricas que me energizaram para falar, desconsiderando a balança do coração e os centímetros a mais na cintura da consciência. Hoje está chovendo aqui na Tijuca, e a água, ao invés de disfarçar a fome, deixá-la para mais tarde, faz meu estômago querer me engolir.
A paixão não é vermelha. Paixão é branca, e quando decomposta, reflete as sete cores. Eu tenho fome de paixão, fome de cores e de vida. A gravidade evidencia o peso do meu corpo, mesmo corpo que era leve e colorido, e que agora mendiga as migalhas de alguém que ignora seu estado morimbundo.
"Fome de confiança: ah, essa não dá para esquecer.", disse Lya Luft. A cura para minha fome está na autotrofização do meu ser, na minha autoprodução de felicidade e aconchego, na confiança em quem nunca me abandonou, ou mentiu: eu mesma. Sei que tenho que me alimentar, mas faltam-me forçar para levantar o garfo.
"A fome é mais violenta do que o desejo.", não me restam dúvidas. Mesmo querendo ficar, mesmo desejando desejar modernamente, minha fome todo dia grita que não nasci para isso. Tenho dois olhos, um nariz, uma boca e sou considerada perfeitamente inteira. Por que viver então com o coração aos pedacinhos? Vago pelas ruas tentando esquecer o farto banquete e procurando qualquer média requentada.
Reclamo da fome mesmo sem nunca ter conseguido ficar plenamente satisfeita com a saciedade. Fome de vencer, fome de ligações, fome de carinho, fome de presença, fome de consideração, fome de paixão. A vontade de comer cores, vida é o que nunca deixa a acomodação chegar e nos faz levntar da cama todos os dias.

Atenciosamente,
CBN



Beijocas :*

domingo, 14 de junho de 2009

Não diz nada

Não diz para mim que você pensa em mim, não diz para mim que você pensa no meu futuro. Tem gente demais já cuidando disso. Até demais. Não diz para mim que você vai embora, que é melhor, que eu vou ficar melhor. Você não vê que eu não quero ficar melhor? Que eu não consigo acreditar que exista algo melhor do que aquele seu abraço até estalar todos os meus ossinhos, do que o seu cheirinho escondido em uma dobrinha do seu pescoço, e do que a sua bochechinha molenguinha? Eu preciso muito de você, nem que seja de vez em quando, nem que seja te dividindo em mil pedacinhos tão meus para mil outras meninas. Não diz que é injusto. Injusto é esse buraco no meio do peito, é o meu coração pequenininho, é essa vontade de ficar em algum lugar bem escuro e quentinho e chorar toda essa vontade louca, forte e dolorida de ficar ao seu lado. Não diz que você evita me ver, por favor. Eu juro que eu fico paradinha, não faço nenhum barulho, mas deixa eu ficar aqui, olhando para você, me devolve aquele sorriso bobo, sem motivo que a sua vinda sempre trouxe. Não faz isso comigo. Não arranca assim, de uma vez só, algo que já é tão meu, algo que já está entranhado em mim. Cumpre o que você me prometeu três vezes. Pede para sair comigo, pede! Eu juro que nem charme vou fazer, deixo até pré avisado que aceito. Eu sempre aceitei, eu sempre vou aceitar. Fica aqui só um pouquinho. Faz meu cabelo deslizar por entre seus dedos, me abraça por trás e me desarma quando a minha vontade é tacar seu celular na parede e impedir que todos os seus amigos te achem, tira esse meu medo de dormir e sonhar com você, sabendo que ao acordar eu vou estar sozinha e encolhidinha. Não diz que você não sabe. Volta para mim, nem que seja uma vez por semana, uma vez por quinzena, uma vez por mês. Não faz eu ter que seguir em frente com toda essa tristeza aqui dentro, não faz eu ter que ignorar o meu coração murchinho, não faz eu ter que sorrir sem vontade, não faz o sol nascer e se pôr sem você, não me deixa com medo de me magoar, não deixa outra pessoa deslizar os dedos por entre meus cabelos, não deixa outra pessoa estalar os meus ossinhos. Não deixa me levarem, me deixa ficar aqui. Deixa! Não diz nada. Só diz que sim, diz que você vai voltar para mim, nem que seja de vez em quando. Nem que seja muito de vez em quando.

=/


Beijocas :*

terça-feira, 12 de maio de 2009

Carta marcada

E então me sinto tão boba, e então a vida se torna tão boba. Mesmo que nem tudo seja como eu gostaria que fosse, aquele caminho que eu percorro todo dia, aquele caminho que poderia fazer de olhos fechados e, enfim, tudo a minha volta, se torna tão bobo, tão colorido, tão bonito só porque a sua existência é algo concreto. Você existe e fim. Você existe e forma metade da minha felicidade, metade dos meus sonhos e metade de mim mesma. Tudo se torna tão pequenininho quando não é você. Você esmaga sua própria ausência com uma presença tão forte que me faz perceber que o mundo antes de você não era mundo. Era apenas o rascunho de tudo de melhor que existe, já que o melhor de verdade é poder descobrir, entre uma expiração e uma inspiração na sua nuca, a todo momento, que eu poderia viver ali para sempre. E eu te confesso que faria tudo de novo, tudo exatamente igual, porque apesar das milhares de piscinas que eu enchi quando você foi embora, viver sem ter conhecido você, seria viver sem vida, viver sem graça, viver por viver. Eu tenho milhares de defeitos, mas eu te juro que nunca nenhum deles será maior do que eu guardo aqui dentro. Do que eu guardei aqui dentro durante toda a minha vida só para você. Eu passo por cima de tudo, não me importo. Se o meu coração for grande demais, eu diminuo. Se o querer estar perto for demais, eu me afasto. Se as demonstrações de afeto forem frequentes demais, eu guardo. Só me deixar ficar aqui, por favor. Me deixa ficar aqui olhando para você e querendo morrer toda vez que a gente se despede. É nessa minha morte e na minha ressucitação toda vez que você volta, que eu percebo o quanto tudo isso, que é uma grande merda, pode ser lindo. O meu amor, de tão grande, te dá autonomia para fazer o que quiser, porque ele sabe que assim, e só assim, você pode voltar. Voltar porque quer. E então, toda vez que você me abraçar durante o nosso caminho testemunhado por tantas pessoas desconhecidas, eu vou deixar. Vou deixar que elas pensem que nós somos um casal de verdade, daqueles que planejam o nome dos filhos e uma casinha de cercas brancas, mesmo que eu não saiba como estaremos daqui a uma semana. Vou deixar a gente parecer, vou deixar a gente sempre só parecer o que eu queria que a gente fosse. O que eu sempre quis que a gente fosse. Dizem que querer é poder, e então hoje, mais do que nunca, eu quero. Acima de querer parecer o que não somos para aqueles que não conhecemos, acima das minhas vontades, acima de todas as verdades. Eu quero, eu escolho. Escolho você. E escolheria você todas as vezes que me dessem a opção de mudar. Eu não quero mudar. Eu quero continuar aqui, empacada no mesmo lugar, se isso significar que você vai continuar fazendo com que eu me sinta boba e tenha vontade de espalhar a minha bobagem pelo mundo. Se isso significar que você vai continuar aqui, do jeito que for, fazendo com que eu ame cada pedacinho seu. Se isso significar que, de uma forma ou de outra, você é meu.

Beijocas :*

sábado, 9 de maio de 2009

Transversal

"Não acho a nossa relação justa.", você me disse. Eu procurei então não pensar na realidade da sua frase e apenas olhei fixamente para a calçada. Eu tive medo. Eu tive muito medo. Seria cruel demais olhar para você e ver a provável pena que tem de mim. Doeu, mas eu ignorei a minha dor. Não é fácil. É como se todo dia o meu coração enfrentasse uma guerra. É como se cada vez que você se divertisse sem mim, é como se cada dia que se passasse sem você me procurar, é como se cada outra pessoa que você beija comprovasse o quanto você é completo na minha ausência. É como se as milhares de minas que eu guardo aqui dentro fossem ativadas. Uma de cada vez. Uma a cada dia. É como se você explodisse aos pouquinhos o que mesmo construiu. Fizemos questão de deixar claro que somos livres, porém unidos pela vontade. É o nosso contrato. Contrato que ninguém pode ver, contrato que não está em papel algum. Contrato feito com o coração, ou com a falta de. Contrato que me anula completamente, que me torna uma peça anatômica frente ao que eu sinto. Não, não é justo. Mas antes que tivesse tempo de concordar com você, me lembrei daquele dia. Aquele dia. Dia aquele que eu pensei que poderia me dar uma nova chance, dia aquele que eu pensei em dar uma nova chance para alguém. Foi nesse dia que, por alguma interferência divina, a gente se cruzou. Eu indo e você vindo com os nossos respectivos e novos alguém's. Foi por lembrar desse dia, foi por lembrar que eu cheguei em casa me sentindo suja por ter a sensação de estar te traindo, foi por lembrar que eu me senti pequenininha por ser tão óbvia a facilidade da minha substituição, foi por lembrar que eu fui obrigada a te ver feliz com alguém que, com certeza, não sentia a metade do que eu sentia e mesmo assim merecia mais do que eu estar ali que eu comecei a achar super justa a possibilidade de poder escolher estar com você de novo. Me disse que não sabia porque fazia aquilo, que um dia ia mudar, que pensava em mim depois. Cada gesto seu recuado, cada atitude sua contida, cada frase sua receosa percorria o meu corpo como se tivessem acabado de despejar um balde de água fria em mim. E eu ficava ali, paralisada, com aquela sensação de gelado que a gente tem quando fica com vergonha e não sabe o que faz. Eu queria só que você me abraçasse e me desse a segurança que me faltava, mas eu já aprendi que não posso esperar que você corresponda a todas as minhas expectativa, por mais que você se esforce. Como se fosse superior a tudo aquilo, como os adultos fazem com a banalidades contadas aos prantos pelas crianças, eu sorri. Sorri, mesmo sabendo que depois, no meio da minha diversão em algum lugar, vou sentar e ficar lá, intacta, olhando fixamente para aquela cadeira vazia. Aquela cadeira é sua mas falta você, e por algum motivo que eu não sei, eu vou achar aquela cadeira tão parecida comigo então. E mesmo com todas as minhas pequenas decepções, e mesmo com toda a sua ausência, e mesmo com todo esse contrato que me desfavorece por completo, eu vou continuar no mesmo lugar, ao lado da cadeira vazia, zelando para que ninguém sente-se nela. Esperando você com a certeza de que não foi por acaso que a gente se esbarrou com os nossos novos alguém's, com a certeza de que é realmente Deus escrevendo certo pelas nossas linhas que, como diria a Tati, se não fossem tão tortas, não teriam se cruzado.

Beijocas :*

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Fobialidade

Eu não sei ser feliz. Sempre achei isso, mas sempre achei que as pessoas me achariam louca também. Então, não deixando a minha mania de querer agradar a todos menos a mim mesma de lado, engoli. Mas entalou. E não sai. Mesmo se eu beber trezentos litros de água, tossir ou vomitar. Não sai. Fica ali, no meio da minha garganta, me lembrando a todo momento que eu não sei lidar com a tal da felicidade. Não é a rejeição, a saudade, o machucado. Nada disso. Não é a tristeza que doi de verdade. O que doi de verdade é a felicidade. Ser vítima é mais fácil. Lamentar, reclamar, chorar, espernear, culpar. Tudo isso é anos luz mais fácil do que se permitir ser feliz. Sem medo de errar, durante uns noventa por cento da minha vida, eu reclamei por estar gorda, ter cabelo enrolado, estar sozinha, ser feia, desajeitada ou por me sentir excluida. Durante todo esse tempo, eu acordei todos os dias pensando no que poderia fazer para mudar o que me deixava para baixo. Ao mesmo tempo em que eu buscava a felicidade, buscava a mim mesma. A vida é muito complexa, e para diminuir a minha impotência diante a sua complexidade, eu vesti a capa de coitadinha e sai por ai. E agora? O que eu faço? Como eu vou viver sem a minha capa? É como aquela história da terceira perna: não me permitia andar, mas fazia de mim um tripé estável. Não felicidade, não vai embora não! Eu só quero que você me ensine a lidar com a sua vinda, principalmente porque me contaram que esta é sempre breve. Aceita um café? Bolo? Se eu for uma boa anfitriã, a senhora fica mais um pouco? Entre todas as variações da felicidade, a mais difícil é a respectiva ao amor. Independentemente do que se ama, tirando o amor próprio, já que eu nunca o conheci muito bem, se ama aquilo que está fora de nós e, portanto, está fora do nosso controle. Mas sabe, se eu não consigo ao menos controlar as ações provocadas pelos meus próprios hormônios, como eu poderia querer controlar as outras pessoas? Pessoas são complicadas, mas a felicidade é mais. A felicidade me deixa tão leve que eu tenho que me prender a tantas neuras só para não sair voando por ai e, quem sabe, cair sem para quedas de volta a realidade.

Beijocas :*

terça-feira, 14 de abril de 2009

"One step at a time!" ;)

Revista Capricho
Edição nº 1068 - 12 de abril de 2009


Beijocas :*

domingo, 5 de abril de 2009

Enfim, eu amo você!

Vazio. E pela primeira vez eu me sinto tão bem por estar me sentido tão vazia. A razão de todos os meus dias, a tantos e tantos dias, era simplesmente odiar o dia de hoje e todos que ainda viriam. Odiar todas as coisas boas, toda a felicidade que insistia inutilmente em bater a minha porta, já que me permitir ser feliz depois de tudo aquilo, significava me permitir esquecer de você também. E agora? O que farei do meu dia, da minha semana, do meu ano condicionados, quase que exclusivamente, ao lamento e ao ódio que não mais têm razão para existirem? Hoje eu poderia beijar o céu e abraçar as nuvens, já que me sinto tão leve que me sinto capaz de voar também. Eu nunca deixei de acreditar em você, mesmo que com todos os motivos do mundo, eu nunca deixei de acreditar naquele garoto maravilhoso por quem eu me apaixonei. Por um pouco mais de meio ano, eu cuidei para que tudo estivesse perfeito para quando você resolvesse voltar atrás. Mesmo que na calada da noite, mesmo que longe de mim mesma, eu cuidei para que aquele lugarzinho que você tinha dentro de mim nunca acabasse. Nutri todos os meus dias sem vida com toda aquela nova vida maravilhosa que você trouxe. Nutri todos os meus dias confusos com a certeza que eu tinha que, entre uma inspiração e uma expiração na sua nuca, ali era o lugar pelo qual eu esperei a vida inteira. Nutri todos os meus dias chatos lembrando de todos aqueles momentos, que de tão legais, me faziam ter o mesmo sorriso bobo, independentemente de quanto tempo tivesse se passado. Muitos chamaram isso de burrice, outros de massoquismo, mas eu realmente não me importei. Abrir mão de andar para frente só porque andar para trás era ter a certeza de esbarrar com você muitas vezes, era algo forte e maravilhoso demais para qualquer um entender. Às vezes eu começo a observar as pessoas e me dá tanta pena e tanta vontade de rir. Tanta gente por aí se preocupando com tantas coisas bobas, fazendo tantas coisas lamentáveis .. Com certeza, nunca tiveram alguém em suas vidas como eu tenho você na minha. Sem medo de parecer exagerada: você mudou muito a minha forma de ver o mundo. Desde o início, quando você me deu vontade de ir atrás do que eu queria, do que me faria bem, até agora, quando vejo total sentido na frase: "Amigos de verdade beijam na boca!". Sempre achei que as duas coisas não poderiam se misturar, mas hoje vejo o quanto estava errada. Acima de qualquer coisa, eu quero o seu bem, a sua felicidade, a realização dos seus sonhos. Faria qualquer coisa que pudesse para te ajudar nisso e acho que esse é o papel de um amigo. Mas não posso negar que, estar com você, mesmo que só de vez em quando, faz parte de um dos meus sonhos também, e a partir daí começo a concluir que poder te abraçar, te beijar, conversar com você, sentir seu cheiro e sua presença vale mais do que qualquer compromisso. Sei que muitas pessoas não desculpariam o que eu desculpei, mas acho bobagem insistir em bobagens. A gente sempre acha que a morte está longe da gente, mas para morrer basta estar vivo. A vida passa tão de pressa e acho que o maior erro que podemos cometer é não demonstrarmos a quem gostamos o quanto eles são especiais para gente, por orgulho ou por medo. Se hoje me dessem a oportunidade de fazer um pedido em relação a nós dois, eu pediria para que sempre existisse um misto de romance com amizade entre a gente. Assim, como namorado, ficante, ou amigo, assim, de uma forma ou de outra, nós nunca mais ficaríamos separados. Então, termino dizendo o que há muito tempo penso em dizer, sem me preocupar se vai parecer apelativo ou clichê, se vai parecer sincero ou não: eu amo você. Eu amo sim, e amor, é para sempre.

Beijocas :*

terça-feira, 31 de março de 2009

Um dia daqueles

Voltou. É, eu sei que sempre volta. Mas é melhor pensar que não volta nunca. E volta sempre. É hoje o dia, o dia de sentir todas as dores do mundo, de sofrer por aquilo que não doi mais, de pensar naquilo que não mais existe, de querer gritar o que não pode ser ouvido. É hoje o dia de chorar por tudo e por isso mesmo, é hoje o dia de chorar por nada. Chorar por chorar, chorar tantas coisas juntas que tantas coisas perdem o motivo. Chorar para aliviar, mesmo que o alívio só venha quando o que voltou for embora. Vai embora como veio: do nada. É, é hoje o dia .. E eu só queria alguém que me cheirasse até aspirar todo o meu cheiro, alguém que me olhasse como se eu fosse a única mulher de um mundo cheio de homens, alguém que me ligasse só por ligar, só para ouvir a minha voz, só para falar que me ama. Alguém que segurasse a minha mão, como se esta fosse um oscar, e andasse comigo na rua, como se fosse a passarela do Fashion Week. Alguém que me esperasse na esquina de uma rua simpática e que quando me abraçasse fizesse todo mundo morrer de inveja da nossa felicidade. Alguém que fosse idiota comigo, que achasse graça nas minhas caras bobas e nos meus "oooooooiiiiiin's". Alguém que perguntasse como foi o meu dia e ouvisse com um interesse absurdo o que eu comi no café da manhã. Alguém que .. Ah, chega de drama! Estou precisando de alguém que me pegue de jeito. É, uns beijos, uns amassos .. Nada emocional, só envolvimento físico. Que beleza .. Que tristeza! Não, eu estou precisando na verdade ficar sozinha, ficar quietinha e lamentar não ter aproveitado o tempo, quando eu só queria crescer, porque agora, eu só queria estar protegida no útero da minha mãe. Eu queria entrar numa bolha blindada e não sentir nada. Não queria sentir raiva, dor, cansaço, tédio, alegria, tristeza, amor. Nem amor. Queria virar uma peça anatômica, sem sentimentos, sem expressão facial, em alguma faculdade renomeada só para me abrirem e me estudarem até descobrirem o meu problema, porque sinceramente, nem eu consigo descobrir. E já que hoje é o dia, porque não tentar sofrer um pouco mais? Então eu vou para o shopping e fico andando, procurando em cada vitrine um motivo para chorar. Procurando em cada vitrine um motivo para ter pena de mim por estar ali sozinha procurando motivos. Começou a chover. Yeah, sempre fico deprimida com chuvas! Mas ai a chuva me lembra você. Me lembra aquele vinte de nove de agosto de dois mil e oito, quando eu voltei no meio do maior temporal para casa, me molhando só para sentir que, apesar de você ter ido embora da minha vida com um depoimento naquela merda de orkut que não existia a cinco anos atrás, eu estava viva. Eu iria sobreviver. E eu sobrevivi. Afinal, não estou aqui? É, eu sempre soube. Você não gostava de mim. Nem um tiquinho. E eu gastando todo o meu dinheiro e o meu tempo para tentar me sentir como você e suas escolhidas se sentem fazendo xixi. Porque você não falou logo tudo de uma vez na minha cara? Porque você chegou em casa e me mandou aquela merda? Custava falar pessoalmente aquela enrolação toda? Sei lá, talvez eu me sentisse menos lixo. Eu lembro que perguntava para todo mundo se você ia voltar, mesmo sabendo que você nunca tinha vindo de fato, só para uma hora escutar que sim e poder ir embora para arrumar os preparativos para a hora que você retornasse. Então, eu esperei. Esperei, esperei, esperei, esperei .. E quem sabe, espero até hoje. Ou não. Sofri .. E quem sabe, sofro até hoje. Ou não. Vejo a minha cachorra deitada, toda aberta no sofá. Chego perto. Ela faz tanta festa quando eu chego em casa, gosta tanto dos meus beijos, implora tanto para dormir comigo. Ela precisa tanto de mim .. Porque você não é a minha cachorra? Ei, olha para mim! Eu tento a todo custo fazer você me notar, mesmo que tente me transformar no que eu não sou, no que eu não gosto, no que eu não sinto. Foda-se, você não gosta mesmo de mim .. Ih, vieram me contar que eu agradei a alguém. Nossa, eu agradei a alguém! Viu? Será que foi porque eu me aplumei demais? Ah, eu queria que alguém falasse que eu posso parar de fingir, porque sabe, maquiagem demais e prolongadamente estope os poros e eu já estou a ponto de explodir! Explodir com tantos "se's", com tantos "um dia você encontra", com tantas indiretas tão diretas. Ah, amor da minha vida .. Quem é você mesmo? É, eu falei. É hoje o dia. Dia do que mesmo? Nem eu sei.

Beijocas :*

segunda-feira, 30 de março de 2009

Refrigerantes, relacionamentos e outras coisas que engordam

Quando o assunto é falar ou não a verdade, a opinião é quase unânime: deve ser dita sempre! Todo mundo vira filósofo, exemplo e professor de boas maneiras. Todo mundo recrimina quem não cumpre esta nobre ação, julgando-o e condenando-o. Quanta hipocresia! Quem nunca mentiu que gostou da roupa para não magoar a vovó? Quem nunca disse para a amiga que o cabelo não estava ruim? Quem nunca elaborou e treinou na frente do espelho milhares de formas delicadas de dizer o simples e o óbvio: "Eu não gosto de você!"? A propósito, porque o "Eu não gosto de você!" aterroriza tanto? Eu não gosto de refrigerante, só bebo-o quando estou a ponto de ter miragens e não avisto outro líquido admissível. Eu disse ADMISSÍVEL! Por favor, sem piadinhas! E mesmo assim sacudo e tiro o gás! No copo, se não vaza tudo, mas sacudo e tiro o gás. Fez cara de nojo? Pois é, muitas pessoas fazem. O refrigerante sem gás me agrada e não te agrada, assim como eu não agrado a todo mundo. Pessoas que convivem, beijam na boca, andam de mãos dadas e falam iguais idiotas umas com as outras são os famosos casais. Ou seja, não seja o chato que só considera um casal quanto estes estam a trezentos anos juntos. Beijou é casal, ok? Prosseguindo, as pessoas que nós gostamos, às vezes, não combinam com a gente, sem que isso signifique que nós ou elas somos más pessoas. Tudo na vida é uma eterna aposta, mas como dizem por aí: "Não aguenta, não se envolve!". Como você quer fazer engenharia se não sabe o que é seno? Como você quer ser médico se não aguenta ver sangue? Como você quer ficar "morena da cor do pecado" se toda a sua família é oriunda da Irlanda? Odeio aquela frase: "Ah, se eu soubesse!". Você soube. Você sempre soube. Com raríssimas exceções, nossas consciências em seu mais profundo estado de transe conhecem todas as verdades do mundo. Cabe a nós, seres humanos adoradores das ilusões e dos lamentos, peneirar aquilo que agrada ou não. Veja bem, eu disse o que agrada ou não, não o que é verdade ou não. Diferentemente dos outros tipos de relacionamentos, ser um casal traz consigo a responsabilidade da vida de outra pessoa. Entendo que o "Eu não gosto de você!" é um pouco pesado, feio e, confesso, deixa um pouquinho para baixo, mas deve ser dito. Desta forma ou não, mas deve ser dito. Acima de tudo devemos ser respeitosos. Ninguém é obrigado a gostar de ninguém, mas somos obrigados a respeitar as pessoas, principalmente se estas sentirem por nós o que não somos capazes de sentir por elas. Olhar nos olhos e dizer, mesmo que de uma forma camuflada, torta, deixando sair pelas bordas o verdadeiro sentido, é o mínimo que alguém com hombridade pode fazer. Mas não deixa de ser uma mentira. Mas é uma mentira boa. E assim caminha a humanidade. Enfim, fins de relacionamentos são como refrigerantes: a gente sacode e parece estar tudo bem, mas a mínima abertura que fazemos, faz com que o líquido vaze com uma pressão absurda. Então deixe de ser burro, por favor! Não sacuda-o, abra-o e faça o que tem que ser feito! Mesmo que seja difícil, mesmo que você não queira, mesmo que você não goste. Ou bebe, ou morre de sede, ou seja: ou bebe, ou bebe. Faça você mesmo, ali, com a mão no copo. Antes que tudo escorra pela pia e se misture com o esgoto. Para sempre.

Beijocas :*

terça-feira, 17 de março de 2009

Ah, se eu fosse a Márcia Goldsmith ..

Nunca vi uma entrevista com alguém desconhecido, mas eu falo tanto de você, eu penso tanto em você, eu respiro tanto você que metade do mundo deve te conhecer. Ou ao menos pensam que te conhecem, assim como eu pensei. Olhando nos seus olhos, já não sei onde está aquele menino que me esperava sempre no mesmo lugar, para a gente sempre fazer as mesmas coisas e eu sempre sentir que, apesar de todos apesares, o que eu mais queria era estar sempre ali, descobrindo a cada segundo um motivo novo para gostar tanto assim dele. Eu começaria perguntando como você se chama, mesmo que eu ainda tenha aquela folha que você rabiscou e esqueceu com o escudo do flamengo e o seu nome. Perguntaria quantos anos você tem, mesmo que eu tenha decorado a data do seu aniversário e queira te abraçar e dizer o quanto eu desejo que você seja feliz, mesmo que ser feliz não combine com estar comigo. Falaria durante horas, só para disfarçar o quanto o meu coração ainda bate forte ao seu lado. Por fim, perguntaria se você não lembra nem um pouquinho ainda de mim, mas desligaria o microfone e iria embora antes da resposta final. Eu sou covarde, assumo. Tenho medo de nunca mais poder lembrar de você como sempre lembro, e inventar tantos finais felizes para o que eu mais desejei que nunca tivesse final.
(Texto concorrendo no Tudo de Blog - "Qual seria a sua entrevista perfeita?")


Beijocas :*

domingo, 8 de março de 2009

Aceita o que seja seu, então deita e aceita eu!

E hoje em dia, o que significa assumir um relacionamento? Será que em meio a milhares de "namorando" no orkut, fotos mostrando momentos supérfluos e nick's com milhares de músicas clichês, assumir algo banalizou, assim como a piadinha do "é pavê ou pacumê?"? Assumir um relacionamento é assumir também parte da vida de outra pessoa, e como o pessoal da medicina diz por aí: "Errar é humano, mas errar com a vida humana é desumano!". A partir do momento que criamos coragem para falar: "estou com você", devemos criar coragem para também assumir o pacote inteiro. Mais do que beijos, abraços, presentes, sexo e momentos bons, estar inteiramente com alguém significa aturar os dias de mau humor, as crises, o ciúme bobo, os cansaço que toda ação contínua traz. Abrir mão do que se quer por algo maior, se colocar no lugar do outro e principalmente aprender que não existem pessoas inteiramente iguais, e que mesmo se existissem, não haveria espaço para se completarem. Tudo que fazemos com nós mesmos, reflete no outro, pois a partir do momento que dividimos nossas escovas de dentes e travesseiros, dividimos também o nosso corpo. Deixamos de ser um só, e viramos dois em um, contrariando toda a lei impenetrabilidade. Acaba aqui a parte antiga do meu texto. Ã? Parte antiga? Assim como o problema de assumir ou não uma relação, eu não consigo assumir sozinha a responsabilidade do que eu publico. Preciso sempre de uma opinião de fora e o que eu ouvi dessa vez foi um: "Texto bom, mas não te vi nele.". Olho para o relógio. Uma da manhã. Tenho tempo, mais uma meia hora deve resolver. Quanto tempo mais será que eu ainda preciso para assumir que eu não quero me assumir? Em meio a tantos textos decididos e independentes, se esconde alguém frágil. Alguém que aprendeu a escrever para esconder justamente isso que agora vocês querem ver. Sim, eu já joguei no time das não assumidas, e ainda pertenci ao banco de reserva. Quando não assumem a gente, a gente passa a não se assumir também. Lembro do quanto meu corpo parecia pesar. Tudo que eu queria era uma fralda geriátrica, só para poder fazer xixi deitada e não ter que levantar e encarar aquele grande espelho, que se tornou gigante, na entrada do banheiro. Cabelo, pele, unha, roupa? Que diferença faria? Arrumada ou não, estaria escrito um REJEITADA enorme na minha testa que corretivo nenhum iria resolver. Nunca consegui disfarçar nada. Até minha felicidade forçada me entregava. Parecia mais forçada do que realmente era, só para deixar transparecer a força que eu fazia para me manter forte. Não adiantava, eu havia sido desprezada e o mais triste era que eu me permiti a não ser assumida. Assumo. Sabia aonde estava me metendo e mergulhei de cabeça, corpo e alma nessa merda toda. Até o dia que resolveram dar a descarga mas esqueceram que o nó na minha garganta não passaria pelo único e estreito cano de verdades. Não teve jeito, eu tive que aprender a conviver com aquele REJEITADA piscando dia e noite na minha testa, como se fosse um outdoor de motel, até o dia que cada uma daquelas ofuscantes e vergonhosas luzes foram queimando, uma a uma. Não só as luzes da entrada do motel foram apagadas. Apagou-se também aquilo que mantinha o passado tão presente, e assim, o cheirinho de queimado se misturou com o cheirinho de vida nova. O cheirinho do vestido novo, do perfume novo, do scarpin novo, das possibilidades novas. Dói, mas usando aquela frase clássica: passa. Não tem jeito. Acho que depois da morte, é a maior certeza do mundo. Ah, é a terceira! Esqueci que eu nunca aprender é a segunda. Eu apanho, eu caio, eu rastejo, mas eu não aprendo. E nem quero aprender. Tudo que eu quero é ver a última luz se apagar, todas as vezes que eu precisar de um motivo para continuar correr, correr e correr atrás desse futuro que nunca vira presente.
(Texto concorrendo no Tudo de Blog - "Você já passou por uma relação não assumida?")


Beijocas :*

terça-feira, 3 de março de 2009

Nossa caixa da verdade. Ainda sem tampa.

Agora que as pessoas querem me ouvir, você me ouve também? Agora que me deram o direito de falar, você me dá também? Eu sou anônima para o mundo, mas não posso fazer nada se nossas consciências conhecem a verdade de tudo. Não precisa se esconder das verdades que mais cedo ou mais tarde você vai acabar percebendo, não precisa me ignorar com um ar tão incomodado, não precisa repetir para Deus e o mundo o quanto você é magnífico por ter tentado. Só senta e me ouve. Ou melhor, lê. Você tirou a minha acomodação com o passado e me fez descobrir um mundo totalmente novo, fez eu me sentir como a muito tempo eu não sentia, deixando os clichês de lado. Você, durante aqueles aproximados dois meses, fez eu ter vontade de acordar, fez eu ter vontade de sorrir, fez eu ter vontade de viver e por isso que eu ignoro quando falam que o que eu sentia não era verdadeiramente forte. Se ter vontade de viver não for algo grandioso, por favor me matem, pois não teria sentido nenhum eu continuar aqui. Tempo é algo relativo, principalmente aquele tempo que eu ousei chamar de meu. Aquele tempo entre uma inspiração e uma expiração na sua nuca, me fazendo perceber que eu esperei a vida inteira para sentir o que eu sentia com você. "Dois meses não é tempo o suficiente para gostar", foi isso que sempre me falaram. Mas quem disse que a medida que eu usei foram meses, dias, horas, ou anos? Eu usei o friozinho na barriga antes de te encontrar, o intervalo de tempo entre a perna direita e a esquerda tremerem, a vontade de te apertar e fazer você se misturar de alguma forma comigo, com a minha pele. Eu usei como medida todas as sensações velhas porém reformuladas que você trouxe, mas existem pessoas incapazes de compreendê-las. Infelizmente, você é uma delas. Hoje, a primeira oportunidade que eu tenho de anunciar ao mundo o mundo incrível que eu descobri quando decobri no barulho do seu sorriso a trilha sonora perfeita para a minha vida, é também a primeira oportunidade que eu tenho de te agradecer por ter ido embora. Obrigada pelo peso da culpa que eu carreguei sozinha, obrigada pelos dias que eu não vi motivo para sorrir, obrigada pelas milhares de horas que eu me consumi tentando entender porque de tudo isso. Foi para vencer todas essas coisas que eu comecei a escrever, foi para suprir a dor de ver você virando a esquina sabendo que era a nossa última vez que eu me agarrei a única ferramenta para expelir o que você me impediu. Hoje eu me sinto mais completa por poder traduzir tantas coisas que sempre latejaram na minha cabeça, pois quando eu senti a dor de perder você, eu senti a dor do mundo, chorei por aquilo que eu pensei já ter esquecido. Hoje eu estou aqui sendo lida por tantas pessoas e você, que junto a mim era protagonista, agora se torna apenas mais um entre tantos outros na platéia. Você foi só uma passagem. Uma passagem para todo o oceano de oportunidades que se abriu a minha frente quando eu finalmente compreendi que não se pode navegar em águas rasas. A gente até anda um pouco, mas chega uma hora que encalha.
(Texto concorrendo no Tudo de Blog - "O que você mandaria anonimanente para alguém?)


Beijocas :*

TROTE TUDO DE BLOG 2009 =)

Bom, tá ai a "pose de deusa", primeira parte do trote das calouras do Tudo de Blog 2009 (vergonha MÁXIMA! hahaha). Vi agora que tem a segunda parte e que por acaso é para amanhã! :O Me desculpem, sinceramente, se eu não conseguir cumprir mas estou estudando freneticamente para ser a mais nova caloura também de medicina em alguma faculdade pública! hahaha ..

Beijocas :*

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Amor. Universo. Amor.

Dizem que amor de verdade nunca acaba, que o amor de verdade só acontece uma vez. Quem muito tenta explicar sobre o amor, não ama. Amar é amar. Verbo intransitivo, pelo menos no meu texto. O amor simplesmente vem, mesmo sem a gente assim desejar, mesmo tendo medo. Eu amo o amor e todas as suas variações: o gostar, a paixão, o tesão. Desejei durante toda a minha vida alguém que me pegasse nos braços e falasse: "Tudo bem, Carol, pode parar de fingir, pode parar de falar alto. Pode tirar essa roupa exagerada, essa maquiagem carregada. Eu já notei que você existe e eu tô aqui, bem aqui!". Ah, como eu desejei! Mas pensando bem, como eu adoraria que todas as minhas brigas amorosas acabassem com um empurrão e um beijo imoral. Um puxão de cabelo, uma pressão sobre os quadris .. Ah, eu amo poder sentir tudo isso uma, duas, três, milhões de vezes! Quantas vezes o meu coração ainda bater, quantas vezes a pele ainda sentir, quantas vezes eu ainda me arrepiar, quantas vezes eu ainda respirar! Amor de verdade não morre, amor de verdade se transforma. O amor de verdade ama o amor, o sentimento bom, por isso não é enterrado junto com aquilo que realmente merece ser. Eu, mesmo pequenininha assim, quero continuar capaz de portar esse imenso sentimento. Mesmo que ele arrebente meu coração, estoure minhas veias, eu anseio por amor, eu anseio por tesão, assim como o perdido no deserto anseia por água. E é ai, depois de tanta abstinência, que ele vem. Vem grande, imenso. Furacão. Ditador. Exterminador. E passa .. passa .. passa .. passarinho. Muda, transforma-se, camufla-se. O milagre da renovação. A renovação não só do amor. A renovação da vida, a renovação das energias, a renovação de caminhos, a renovação de nós mesmos. O amor não cansa, o amor só ama, ama e ama, pra quem sabe, um dia, descansar. O amor não descansa por cansaço, descansa por ter encontrado o amor, por ter encontrado a si mesmo. Assim como nós descansamos por termos encontrado a nós mesmos em outra pessoa, assim como nossa alma repousa por ter encontrado a si mesma em outra alma. Não escrevo para ser admirada ou entendida perfeitamente, escrevo para divulgar o amor, a maravilha de amar, a maravilha de sonhar. E por muito amar, chega ao fim, aqui, o meu texto. Amor. Universo. Amor.

Beijocas :*

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Quem é vivo sempre aparece. Não morra!

Sumiu. Não brigamos, mas ele sumiu. Não terminamos, mas ele sumiu. Não tínhamos uma linda história, e ele não era o homem da minha vida também, assim espero. Para ser sincera, mal nos conhecíamos. Mas ele sumiu, e mesmo assim doi em mim. Por favor, Deus, quando eu estiver me sentindo demais e vier alguém me lembrar que eu não sou merda nenhuma, pelo menos mande um sinal, sei lá. Um aviso como nas novelas: "é a última semana", se me permitem a intertextualidade. Pago pela minha ânsia de viver, de gostar, mesmo que esta não me seja mais vital. Gosto por prazer, não por amor. Gosto por gostar. Gosto de bocas, braços, línguas, arranhões, não de frases bonitas, romantismo e planos. Gosto do agora e por isso o sumisso não me devora mais. Mas doi, nunca deixa de doer. Nem que seja por egoísmo, por promiscuidade, por egocentrismo: a ausência de algo ou alguém sempre doi, mesmo que não doa para sempre. Hoje me encanto pelas pessoas sem me encantar. Um encanto perneta, meia boca, de quem sabe que o encantamento é o primeiro passo para a decepção. Vejo a minha frente, em quase todos os homens, a possibilidade de algo bom, mas não mais vejo em um apenas a possibilidade de algo eterno. Tornei-me gelada para o "para sempre", mas estou em ebulição para o agora. Tento ser neutra, tento ser imparcial com meus sentimentos. Desculpa se te decepcionei não sendo aquilo que você pensou que eu era. Você não é o primeiro. Estou calejada para isso. Durante dois anos me prepararam para estar calejada para isso. Presumo eu, que o primeiro foi um drogado que se decepcionou por eu não ser algo que ele pudesse fumar, cheirar, ou injetar. Mas enfim, desculpa de qualquer modo. Eu, mais do que ninguém, sei como é ruim não serem o que nós gostaríamos que fossem. Eu mesma, não sou o que sempre esperei ser. Sou alguém que hoje escreve de bocas, e não de beijos. Sou alguém que hoje escreve de mãos, não de abraços. Sou alguém que hoje escreve de tesão, não de amor. Não era isso que eu esperava, mas foi isso que eu me tornei. Não esperava te conhecer, mas conheci. Não esperava manter contato, mas mantive. Por isso, segue a lógica: espero que você seja apenas mais um que sumiu, entre tantos, mas você não é.

Beijocas :*

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

A comandante

Me senti tão leve hoje que não corri com medo de voar. Na verdade, não tenho medo de voar, tenho medo de ir embora e não viver tudo aquilo que ainda preciso viver. Não quero mais que milhões de pessoas, oportunidades e dias de sol escorreguem de mim junto com minhas lágrimas. Perdi muito tempo chorando, agora, preciso me hidratar. Me hidratar de boas energias, de sorrisos e de muito amor. Amor pela vida, amor por tudo aquilo que ainda pode ser e principalmente amor por mim. Estivemos em lugares lindos e floridos, mas o mais importante de fato foi você me ensinar a andar na minha bicicleta. Ela sempre esteve comigo, parada, inutilizada, por eu nunca saber comandá-la. Durante todo o tempo em que estivemos naquele lugar maravilhoso, você esteve ao meu lado, me ajudando a me equilibrar e dar as minhas primeiras pedaladas rumo ao que nem eu mesma ainda conhecia. Me sentia segura, feliz e protegida e pensava que não poderia me sentir igual se estivesse sem você. Um dia você soltou a bicicleta e eu tive que continuar o meu caminho sozinha. Olhei para trás diversas vezes, mas para não desequilibrar e cair, tive que esquecer que existia direção diferente do que aquela que aparecia em minha frente. Não acreditava que poderia seguir sem você, mas segui. Minha vida passou a ser comandada por mim, mesmo sem você me ajudando a me equilibrar e amenizando meus altos e baixos. Segui, como assim você esperava que fizesse, e aqui estou eu, agora sem medo de olhar para trás e cair. Vejo que todo aquele sentimento lindo que descobri dentro de mim quando te conheci não me dava garantia de que pudéssemos ficar juntos. As pessoas que gostamos, algumas vezes, não foram feitas para nós, sem que isso signifique que elas são melhores ou piores. Simplesmente, não há como dar certo. Durante algum tempo que segui sozinha na minha bicicleta, indaguei-me se exitiria alguma coisa que pudesse nos unir novamente, mas durante o tempo que gastei pensando naquilo que já havia passado, não vi tantas borboletas que passaram ao meu lado. Não há retorno, mas ainda há o amanhã e mesmo assim isso não é motivo de tristeza. Olhar para trás e ver quantas coisas lindas vivi, é melhor do que me lamentar por não ter arriscado e ter me poupado de tamanha felicidade momentânea. Posso ser feliz hoje porque assim desejo, pois não me lamento mais por não ter sido feliz ontem como queria.

Beijocas :*

domingo, 25 de janeiro de 2009

Eu e minha vocação GLS

Outro dia me pediram para escrever sobre homens gay's. Como poderei fazer isso? - pensei eu. Hoje em dia já é difícil eu escrever, pois como disse diversas vezes, sou masoquista e apenas consigo transformar em palavras dores e angústias, como poderei escrever sobre algo que nunca vivi? Fui dormi pensando nisso e para falar a verdade, será que nunca tive um homem gay mesmo? Quando eu era menor, era diferente de todas as meninas da minha idade. Era estranha, pois com sete anos, tinha acne de pessoas com 15 e o peso que nem hoje em dia eu tenho. Fui obrigada a conviver com minha estranheza e arrastá-la por insuportáveis corredores e salas de colégio. Criança é um ser sincero até demais. Era uma criança feliz, mas nem por isso, deixava de sofrer com o que diziam (fato que só melhorou depois dos meus quatorze anos quando eu constatei que as meninas de peitos airbag e bundas melancias ficavam caídas mais rápidas do que o normal pelo freqüente uso e tinham o cérebro constituído pelo o que é formado a inversão dos meus movimentos peristálticos: vômito). Não acreditava em mim, sempre achei que não seria capaz de levar um relacionamento a frente e que homem algum ficaria comigo tendo a sua disponibilidade uma loira turbinada. Por não acreditar em mim, fui desacreditada pelo mundo. Por ter medo de perder, eu perdi. Homem não gosta de insegurança, pura lorota que homem gosta de se sentir no comando. Gosta se te ver apenas como uma vagabunda qualquer. Para um relacionamento ir a frente, você precisar ser superior. Nenhum dos meus amores, peguetes, sei lá como preferem chamar, foram capazes de me fazerem feliz e segura ao mesmo tempo. Em meio ao oceano da minha felicidade, encontravam-se toneladas de areias de insegurança que aterravam cada vez mais, cada dia mais o que ousávamos chamar de "relacionamento". Relacionamento é o ato de se relacionar e, pensando bem, eu nunca me relacionei completamente com alguém. Homem se orgulha do tamanho do instrumento de trabalho (o que se torna pior quando o apelidam com o próprio nome mais o sufixo "ão". Exemplo: Joãozão, Pedrão, Serjão), mas às vezes, nem sabem o que fazer com tanta carne morta e inutilizada. Não se trata da mulher ser atraente ou não, isso é o de menos, trata-se dessa vontade desesperada de gastar toda a masculinidade de uma só vez e se atrapalhar com tanta idiotice. Homem gay é aquele que não gosta da mulher propriamente dita. E os meus pseudo héteros? Eram o que? Não gostavam de homem, mas não gostavam de mulher também. Quando a gente gosta, a gente se preocupa, cuida e até se sacrifica e releva. Em suma, meus pseudo héteros eram gay's, viadões de primeira categoria! Da próxima vez, prefiro gostar de um gay assumido que saiba pelo menos as melhores tendências de roupas para o inverno, do que gostar de um gay enrustido que acha que ser homem é arrancar as melhores tendências de um corpo feminino.

Beijocas :*

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Não era amor

Você me olha, eu te olho e pela primeira vez não vejo romance nisso. Estava errada quando disse que troca de olhares são sempre doces. Você me olha com aquela cara de safado e eu tenho vontade de me rasgar toda, mas apenas sorrio e olho para o lado. Sempre fui uma menina boazinha e está difícil deixar de ser. Nós não andamos de mãos dadas por ai, nem fazemos programinhas de casal, nomeação que estamos longe de ter. Mas pensando bem, já que eu nunca fiz parte de um casal de verdade, prefiro ter a sua cara de tarado e a vontade de me rasgar, do que uma cara mela cueca e vontade de morrer. Meu estômago acostumado com borboletas e friozinho agora se vira como pode para aguentar tanto fogo e tanta adrelina mas pela primeira vez eu gosto de não amar. O nosso "não amor" trouxe consigo essa vontade louca de puxar, rolar, agarrar, apertar e isso faz eu me sentir muito mais mulher do que qualquer cafuné ou beijo na testa. O nosso "não amor" não tem ciúmes, saudades ou dependência, ele é mutante e se adapta a hora, local e oportunidade. O nosso "não amor" não me agustia com a possibilidade de acabar e por isso não acaba. Amor a gente precisa alimentar, o que se torna mais difícil com decepções e medos. Tesão, deixando a hipocresia e o recato de lado, aumenta quando a gente morre de medo das consequências e se trata daquele tremendo safado. Eu não quero que você me ame, nem quero te amar. Eu não quero estragar tudo. O fim do amor sempre acaba comigo, sempre me deixa sem forças para levantar da cama, sem forças para encarar o mundo, sem força para encarar as pessoas. Então, se você tiver que me derrotar, que por favor não seja pelo nosso fim. Para que ferir o meu coração, se você pode me deixar roxa e arranhada? O amor, graças a Deus, não foi feito para nós. Às vezes você me trata de uma forma tão fofa e delicada que eu me sinto leve só por me sentir pequenininha e vulnerável. É como um fetiche de ser subordinada, sem depender de fato. Força do hábito. É, deve ser. A gente se despede, se abraça e eu me sinto tão realizada comigo mesma por me sentir tão mulher e ao mesmo tempo tão protegida. Não era amor, mas no final, de qualquer forma, cada um segue o seu próprio caminho.

Beijocas :*

sábado, 3 de janeiro de 2009

Só mais um texto

Esse, provavelmente, vai ser só mais um texto. Vai ser só mais um daqueles muitos textos que dia após dia acumulam-se sob a minha mesa. Vai ser só mais um daqueles muitos textos que contam, inutilmente para pessoas que nem eu mesma conheço, o quanto às vezes, mesmo negando, mesmo sem saber, mesmo querendo esconder, eu sinto a sua falta. O quanto ainda doi olhar para trás e, mesmo com uma tonelada de palavras entaladas na garganta, lembrar que você disse que não tínhamos mais nada para conversar. Eu ainda tenho aquela mania que você odiava de usar um pedacinho da barriga de fora, eu ainda me atraso na maioria das vezes, eu ainda finjo que estou aborrecida só para me mimarem e eu ainda continuo com aquelas gordurinhas nas laterais que você sempre apertava mas dizia para eu perder. Os meus amigos continuam os mesmos, mas a maioria não é mais formada por homens, como você sempre ironizava. Eu lembro que um dia te disse que preferia homens porque mulheres são muito complicadas, mas de uns tempos para cá, eu não sei mais como lidar com a ala masculina. Acho que você sabe disso, não é? O meu short continua com a sua "falta de pano" e eu confesso que é o short que eu mais gosto. Não pela sua falta de pano em si, mas por ele vestir bem. Quando eu saio com ele, vários homens reparam em mim, mas tenho que admitir que me olham como se eu fosse uma peça de carne em algum açougue de fundo de quintal, não com aquele seu olhar interessado no que estava acontecendo comigo. Eu continuo sem saber de que são feitos os sanduíches do Bob's, mesmo aqueles com os nomes mais sugestivos, assim como o "Double Cheese". Eu nunca gostei muito de fast-food, e mais da metade do meu lanche, principalmente do refrigerante, continua indo para a lata do lixo. Sou um monstro! Com tantas pessoas passando fome por ai .. Eu continuo alisando o meu cabelo, mas agora é muito mais raro. Pode até parecer uma atitude submissa, mas eu alisava mesmo para te agradar. Eu sempre quis te dar o melhor de mim, mesmo que fosse o melhor na sua concepção. Tudo bem, sei que me anulei demais perante as suas vontades e decisões, mas foi apenas com o desejo de um dia a gente se somar por aí. Eu continuo adorando morder os outros e todo mundo continua reclamando, quando na verdade eu era quem deveria reclamar pela quantidade de bochechas ruins. Ah, que saudade das suas .. Meu pai continua usando 212, mas eu não cheiro mais o vidrinho, nem coloco mais uma borrifada no travesseiro antes de dormir nas noites em que sinto sua falta. O cheiro não faz mais tanto efeito em mim, parece apenas uma vaga lembrança de algo muito, muito antigo. Afinal, faz um certo tempo sim que eu não fico respirando na sua nuca, nem descubro entre uma inspiração e uma expiração que ali foi o lugar pelo qual eu esperei a minha vida inteira. Eu continuo, mesmo sem querer, obedecendo a todas as suas vontades. Nunca mais te procurei, como você me pediu, mas também continuo um pouco orgulhosa, como você sempre repetiu. Eu continuo tendo milhares de amores tortos, assim como sempre você sacaneou, assim como eu sempre tive, mesmo antes da gente se conhecer. Querendo ou não, agora você é mais um desses meus amores, a diferença é que você nunca me liga carente, nem querendo me fazer de saco de pancada. O lugar preferido da minha mão na hora de beijar ainda é no cabelo do outro cônjuge, mas nenhum deles reclamam, ficam estressadinhos ou fazem o carro alheio de espelho por horas. Ô gente sem graça! Eu ainda gosto de contar sobre o que está acontecendo comigo com aquela minha frescura e balançar descontrolados de mãos habituais, mas ninguém ri de uma forma tão gostosa quanto você, nem me calam com um beijo quando eu já falei demais. A minha mãe nem me liga mais com tanta frequência quando eu saio. Para falar a verdade, acho que ela nem liga mais. Hoje em dia ela está traquila, pois sabe que não existe nada que possa tirar o meu chão, a minha razão, e o meu juízo. Eu continuo prendendo a franja para trás como você nunca gostou, mas eu comprei um prendedor novo tão fofinho que tenho certeza de que você ficaria mexendo nele por muito tempo, assim como sempre fez quando achou algo interessante. Lembra quando a gente estava naquele "tempo", sem nem nos falarmos direito, e você, do nada, abriu a minha pasta e pegou para ler umas cartilhas de verbos? Provavelmente você não lembra, mas eu lembro que o meu coração quase saiu pela boca pensando que poderia ser uma maneira sua estranha de se reaproximar. Pois é, quando o assunto era você, eu não pensava com a cabeça. Eu ainda tenho os "rascunhos" daquela carta que eu te mandei e eu ainda releio-os imaginando o que você sentiu quando leu pela primeira vez, mas é inevitável a necessidade que agora eu sinto de escrever muitas coisas a mais. Será que você ainda tem aquela carta? Será que você a relê também? Eu queria te pergunta tantas coisas mais .. Eu ainda reconheço você em uma foto de longe, principalmente por não esquecer que você adorava usar uma blusa de manga comprida por baixo do uniforme, ou uma polo que te deixa com uma cara tão fofinha, que eu tenho vontade de te agarrar. Eu ainda continuo achando você o mais atraente de todos os seus amigos, mesmo você parecendo o Pink do "Pink e o Cérebro" quando corta o cabelo. Sabe, alguns são mais fortes e realmente mais bonitos, mas o que faz ser você o dono dos meus olhos é o fato de como o meu filho poderia ser lindo, mesmo com essas orelhinhas de elfo. Por falar em seus amigos, eu sonhava com o dia que você diria "Pô, tô com a Carol!", quando te ligassem e estivéssemos juntos, mas eu só ouvia você responder "Pô, eu tô sozinho!". Sonhava também em desfilar na presença deles, ou não, de mãos dadas com você e que me apresentasse como o motivo master da sua felicidade, assim como eu sempre falava de você para os meus. Sabe, no final das contas, eu continuo a mesma. Eu continuo não me importado com quem você fica, sai, ou convive, pois por querer tanto você, eu não exijo exclusividade. Eu tenho uma pontinha de ciúmes sim, confesso, mas é só porque eu queria estar ali também, mesmo que fosse como coadjuvante. Faz um favor para mim? Diz para o seu amigo que não vai muito com a minha cara, e para a sua mãe que deve me achar um chiclete neurótico que eu posso ter um monte de defeitos, mas eu só queria trazer para a sua vida o mundo cheio de cores, cheiros e sensações novas e maravilhosas que você trouxe para a minha. Só tem uma coisa em mim que mudou: eu não tenho mais aquela cara de pau de antes. Eu não ouso, mesmo sendo corroída por dentro, contar nada disso diretamente para você. Mas no fundo, é só para não, talvez, piorar a nossa situação e até as lembranças e esperanças sem sentidos você levar de mim. Após tudo isso porém, confesso que eu fiquei mais inteira de coração partido, pois depender tanto assim de alguém não é algo muito recomendável. A sua falta me fez ser um pouco mais racional, mas às vezes sinto falta de quando ao seu lado eu não sentia falta de mais nada.

Beijocas :*

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

My tears dry on their own - A nossa versão brasileira

Foda-se o ano novo. Não aguento mais todo mundo venerando a virada de um ano como se fosse um grande acontecimento, como se todos os problemas fossem sumir, como se todos os sonhos fossem ser realizados. Não aguento mais essa felicidade estúpida em acreditar nisso tudo, nem a ignorância que bloqueia a razão para os fatos reais. Para falar a verdade, hoje, eu não estou aguentando estar dentro de mim. Queria ter um zíper nas costas para nessas horas poder recolher meu espírito e descansar o meu corpo em algum lugar longe disso tudo. Pela primeira vez na minha vida, não fiz promessas, nem pedi nada com muita fé. Pela primeira vez não quis que o ano virasse. Não queria mudar o calendário e automaticamente deixar a gente para trás. Não queria continuar sentindo tanto a sua falta e ver como o tempo está me empurrando mais e mais para frente de tudo aquilo, como a distância entre nós aumenta a cada dia. E acredite, tudo que eu mais queria nesse mundo era estar te tratando assim, como trato as formiguinhas que aparecem na cozinha: como nada. Não é suficiente te tratar como nada na frente dos outros, tudo que eu mais queria era te tratar como nada para mim. Não aguento mais também as pessoas falando que é muito pouco para eu ficar assim, que você não presta, que não vai ser o último homem da minha vida, muito menos que eu devia pensar mais no meu futuro do que em um cara que ainda precisa da ajuda da mamãe para terminar com alguém. Eu queria viver a minha dor sozinha, queria chorar e sorrir quando eu tivesse vontade, não porque os outros acham que tudo isso é uma grande bobagem. Pode até ser uma grande bobagem, mas então, por favor, me deixem com a minha bobagem. Foi a minha bobagem que muitas vezes me deu vontade de acordar, me deu vontade de sorrir, me deu vontade de me arrumar, me deu vontade de estar viva. E se ter vontade de estar viva não for algo forte demais, por favor me matem, pois não acredito que possa existir felicidade maior do que aquela que sentimos simplesmente porque vemos até cores onde tudo é cinza. Felicidade sem vaidades, ser feliz só porque não existe um motivo maior para mudar a forma maravilhosa como a qual nos sentimos. Por falar em ver cores, nada ultimamente tem enchido os meus olhos, nada tem sido maior do que essa vontade de ter você que de tão louca chega a ser uma não vontade. Dizem que essa crise de abstinência é justamente culpa do meu desânimo, e para ser honesta, eu também acho. Mas de qualquer forma, isso não muda a forma como eu me sinto, nem a minha vontade incontrolável de chorar, de odiar o mundo e de querer sumir. Corro de um lado para o outro do quarto, pulo, soco a cama, vou para a janela e choro. A rua está deserta, só consigo ouvir o barulho de alguns carros e o meu próprio choro. Parece que todo mundo está feliz com o pseudo começo de uma nova e perfeita vida e eu sou a única anormal que faz disso o motivo de uma agonia bem maior. Sou ridícula, em todos os sentidos. Mas sou ridícula principalmente por escrever tudo isso. Me incomoda me sentir assim, me incomoda sentir sua falta, me incomoda esse desencanto momentâneo (ou não) pela vida, mas eu juro, isso tudo é muito mais forte do que eu. Não é pouca coisa dizer que "isso tudo é muito mais forte do que eu", porque desde que você foi embora e todas as vezes que eu tenho vontade de explodir o mundo, eu me controlo muito para não fazer nada que meu desespero e minha ânsia por algo real e melhor me imploram. Não sou fraca por chorar, nem por achar isso tudo uma grande merda. É a minha forma de sofrer sem que ninguém mais se envolva, sem que ninguém mais tome conhecimento, sem que ninguém me ache boba ou sinta pena. Nem você, nem ninguém. Sei que uma hora passa, sei que uma hora volta, e é assim que eu vivo desde agosto, o mês do desgosto, como dizem por aí: na corda bamba. Eu quando era menor, consegui me desequilibrar de um pedaço plano gigante de pedra e cair em um mague, então por favor, não me faça ter que me equilibrar nos meus sentimentos por você. Você sabe que desde sempre tudo entre nós funcionou por impulsos, movimentos e ações rápidas. Não tem como ser ligeira e não cair do último fio que ainda insiste em existir, pelo menos para mim, de nós dois. Sei que existem milhares de pessoas se matando, passando fome, frio .. Sei que milhares de pessoas venderiam a alma ao diabo para ter a vida que momentaneamente julgo uma grande porcaria, mas entenda que, mesmo que pareça um pouco egoísta, quando você me abraçava, quando eu olhava nos seus olhos e de repente você abria aquele sorriso e falava qualquer coisa com aquela sua voz mansinha, aquela de quem sabe ser fofinho e deixar uma mulher louca, tudo no mundo sumia. Eu só conseguia enxergar você e eu, exatamente nessa ordem. Você dizia com aquela intonação de casal mela cueca misturado com aquele seu jeito único de falar que eu iria te deixar mal acostumado com tantos mimos. Sei que deixei, mas você me acostumou a ver o mundo a dois, sendo você a parte restante, ou melhor, complementar a mim. Você, mesmo sem querer, me deixou mal acostumada também e de uma hora para a outra virou as costas e foi embora. Sei que você não tinha obrigação de aguentar minhas crises loucas por não aguentar estar tão feliz e achar que logo algo ia dar errado, mas se não fosse a minha loucura de te querer tanto, essa loucura toda que aconteceu entre duas pessoas que nunca darão certo, como você mesmo afirmou para eu nunca mais esquecer, nunca teria existido. Depois que a crise passa, depois que as lágrimas cessam e eu sinto aquela paz e leveza por não ter mais dentro de mim milhões de litros de água, eu consigo enxergar que isso faz parte do processo de ver você indo embora, de ver minha vida mudando, de ver as minhas certezas e bases se modificando, em todos os campos possíveis, independentemente da minha vontade. Tirar você de mim é como tirar algo que está fixo ao meu próprio corpo, porque é assim que eu te trato desde que eu te olhei e não te achei mais tão sem sal, desde que eu vi em você, ou pelo menos achei que vi, o homem da minha vida. Carrego você para todos os lugares e é tão óbvia a sua marca em mim que qualquer um consegue perceber. Você não me deu direito a anestesia, simplesmente arrancou e deixou sangrando. Mesmo que pareça uma metáfora cafona e clichê, foi extamente isso que você fez: limpou sua consciência e jogou o papelzinho com toda culpa para eu limpar o buraco que a sua ausência formou. Você já não é mais tudo isso a muito tempo, mas tudo entre a gente é tão mal resolvido que eu chego a pensar que você acha que estamos muito bem enterrados. Se você olhasse nos meus olhos e não me beijasse para disfarçar a seriedade da situação, assim como você sempre fez, e falasse tudo aquilo que covardemente disse por trás de uma tela de computador, eu juro que enxergaria a realidade, embora talvez, não sem dor. Mas a gente disse adeus de uma forma tão impessoal, que eu mal consigo acreditar que o mesmo homem a quem desejei diversas noites ao meu lado, não só naquela cama estreira, com o nome de péssimo gosto "solteiro", mas sim, aquele que eu desejei se não pela minha vida inteira, pelo menos por um tempo maior, foi o mesmo que recusou um contato mais íntimo: um vulgo telefone. Aparelho com o qual eu falo com o carinha do telemarketing, que provavelmente tem um nome muito atraente de Waldescreisson, Uwashington, Creyton e similares. Cansa te odiar, cansa gostar de você, cansa até reler esse texto e te falar mais algumas toneladas de estrume que estam entaladas na minha garganta, e que talvez adubassem sua consciência e incentivassem crescer em você uma atitude de homem como um: "Fui um merda, eu assumo!". Mas como, pelo desenrolar das coisas, eu não posso esperar muito de você, termino esse texto, que me dá ódio por não ser mais um daqueles textos imponentes, com um trecho de música que talvez surtisse em você um sentimento blasé, mas que pouco importaria para mim. Afinal, sou eu no final das contas quem sempre lidou, sozinha, com tudo que sentiu por você e pelo mundo: "Ele vai embora, leva o sol consigo, mas eu já sou crescida. Nesse céu cinza, minhas lágrimas secam por elas mesmas.".

Beijocas :*